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suspeita de abcesso do fígado, deve recorrer-se a
testes serológicos para pesquisa de anticorpos anti-
E. histolytica
, que são positivos em95% dos casos.
A PCR veio melhorar a capacidade de deteção
destes parasitas e a sua caracterização (Garcia,
2007; Lobo, 2010; Matos
et al.
, 2011).
O tratamento das parasitoses intestinais, aqui
descritas, passa pela
reposição de líquidos e
eletrólitos perdidos como resultado da diarreia e
pela administração de antibióticos, como o
metronidazol ou o tinidazol em associação com o
iodoquinol, no caso da amebíase (Khaw e
Panosian, 1995), e o metronidazol ou o tinidazol no
caso da giardíase. A reconstituição imunológica
induzida pela terapêutica anti retrovírica potente é
fundamental quando estamos perante parasitoses
oportunistas, seguindo-se terapêutica que ajude a
reduzir a duração da infeção. A associação
paramomicina-azitromicina
ou a nitazoxanida podem conseguir eliminação
razoável de oocistos de
Cryptosporidium
, mas sem
cura parasitológica. O fármaco de primeira
escolha para o tratamento da cistoisosporíase e
da ciclosporíase é o trimetoprim-sulfametoxazol
(Matos
et al.
, 2011). Quanto à microsporidiose
intestinal, não existe, disponível, terapêutica
etiológica eficaz, sendo o albendazol o fármaco
mais
promissor
na
terapêutica
anti-
Encephalitozoon
spp., mas menos eficaz contra
E.
bieneusi
. Também, a fumagilina tem sido utilizada,
com algum sucesso, contra espécies de
Encephalitozoon
e
em infeções crónicas
provocadas por
E. bieneusi
(Lobo, 2010).
As medidas de prevenção das parasitoses
negligenciadas e emergentes descritas centram-se
na melhoria das condições de higiene pessoal e
sanitárias, para obstar à transmissão fecal-oral,
através do contacto sexual e a partir de alimentos,
da água ou de outras possíveis fontes contaminadas
do ambiente. Uma medida adicional de prevenção
da amebíase e da giardíase é o tratamento dos
portadores crónicos assintomáticos, para evitar
reativação destas infeções latentes em caso de
imunossupressão e/ou para obstar à propagação
destas infeções a outras pessoas suscetíveis
(Murray
et al.
, 2004).