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modelo de intercâmbio
(modelo C) assenta no prin-
cípio das parcerias, com os pesquisadores e utilizadores a
trabalhar conjuntamente tendo em vista benefícios mútuos.
Estas parcerias são variáveis no tempo, podem ocorrer em
qualquer momento do processo de pesquisa e envolver co-
laboração em projetos de pesquisa ou criação de sistemas
de conhecimento (e.g. bases de dados). O
modelo inte-
grado
(modelo D) adota uma Plataforma de Translação de
Conhecimento – que é uma instituição de nível nacional ou
regional que promove ligações e intercâmbios através do
sistema de saúde. Isto é, trabalha no sen-
tido de ligar as necessidades do processo
político com as ferramentas da pesquisa e
incentivar o diálogo público, promovendo
a compreensão dos processos de pesquisa
e da evidência. E pode trabalhar no senti-
do de criar uma base de conhecimento de
fácil utilização, convocar reuniões e diálo-
gos, e oferecer cursos de capacitação.
O
Canadian Institute of Health Research
(CIHR) (2005) apresentou uma propos-
ta de um modelo global de translação do
conhecimento, que se insere num tipo de
modelo “práticas baseadas em evidência”.
O modelo é baseado num ciclo de inves-
tigação, no qual poderiam ocorrer as in-
terações, comunicações e parcerias, faci-
litadoras da translação do conhecimento e
que inclui as seguintes seis oportunidades:
KT1: Definição de questões de pesquisa e
metodologias;
KT2: Realização de pesquisas (ex.
pesqui-
sa participativa
);
KT3: Publicação de resultados de Inves-
tigação em
linguagem
simples e for-
matos acessíveis;
KT4: Colocar os resultados da investiga-
ção no contexto (normas socioculturais);
KT5: Decisões e ações com base nos
resultados da investigação;
KT6: Influência em pesquisa posterior
com base nos impactos da utilização de
conhecimento.
Na figura 3 está representado o ciclo de
pesquisa (CIHR, 2005) com a sobrepo-
sição das seis oportunidades facilitadoras
da translação do conhecimento.
Um outro tipo de modelo de translação
de conhecimento é “focado no contexto”.
Na figura 4 apresentamos um exemplo,
um modelo iterativo, atualizado com
base em muitas pesquisas (nomeada-
mente Hogan & Logan, 2004; Logan,
Harrison, Graham, Dunn, & Bissonnette,
1999; Stacey, Pomey, O’Conner, & Gra-
ham, 2006 cit in Sudsawad 2007).
Este modelo incide sobre a aplicação de conhecimentos de
investigação existente (com base nas KT4 e KT5 apresen-
tadas no modelo de translação de conhecimento do CIHR,
apresentado na Figura 3) e tem 6 elementos fundamentais:
Inovação baseada em evidências; Potenciais barreiras; O am-
biente de prática; Estratégias de implementação de inter-
venções; Adoção da inovação; Os resultados decorrentes da
implementação da inovação.
Figura 3.
Ciclo de pesquisa (CIHR), incluindo as seis oportunidades facilitadoras da translação
do conhecimentos
Figura 4.
Modelo de utilização da pesquisa de Ottawa
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Um outro tipo de modelo de translação de conhecimento é “focado no contexto”. Na figura 4
apresentamos um exemplo, um modelo iterativo, actualizado com base em muitas pesquisas
(nomeadamente Hogan & Logan, 2004; Logan, Harrison, Graham, Dunn, & Bissonnette, 1999;
Stacey, Pomey, O’Conner, & Graham, 2006 cit in Sudsawad 2007).
Este modelo incide sobre a aplicação de conhecimentos de investigação existente (com base
nas KT4 e KT5 apresentadas no modelo de translação de conhecimento do CIHR, apresentado
na Figura 3), e tem 6 elementos fundamentais: Inovação baseada em evidências; Potenciais
barreiras; O ambiente de prática; Estratégias de implementação de intervenções; Adopção da
inovação; Os resultados decorrentes da implementação da inovação.
Figura 3: Ciclo de pesquisa (CIHR), incluindo as seis oportunidades facilitadores da translação
do conhecimento
Adaptado de Sudsawad, P. (2007).
Publicações
Impactos
Contextualiza
ção do
conhecimento
Aplicação do
conhecimento
Pesquisadores
Conhecimento
Utilizadores
Questões
&
Métodos
Resultados
da Pesquisa
Conhecimento
Global
Definir questões
de pesquisa e
métodos
Realizar pesquisa
(participativa)
Publicar em
linguagem simples e
formatos acessíveis
Colocar a pesquisa no
contexto de outro
conhecimento e
outras normas
socioculturais
Influenciar novas
pesquisas com base nos
impactos da utilização
do conhecimento
Tomar decisões e
acções com base nos
resultados das
pesquisas
KT1
KT2
KT3
KT4
KT5
KT6
O modelo de Conhecimento para a Acção (
Knowledge to action - KTA
) do CIRH (2005) tem dois
componentes chave: a) criação de conhecimento e b) aplicação do conhecimento, como está
apresentado abaixo na Figura 5.
Figura 4: O modelo de utilização da pesquisa de Ottawa
Avaliar barr iras e
facilitadores
Monitorizar intervenção e grau de
utilização
Avaliar
resultados
Inovação baseada em
evidência
- processo de
desenvolvime to
- atributos de inovação
Potenci is utilizadores
- compreensão
- atitudes
- conhecimento/competências
- preocupações
- práticas correntes
Ambiente de práticas
- pacientes
- cultural / social
- estrutural
- económico
- eventos imprevistos
Estratégias de
implementação
intervenção
- gestão das barreiras
- transferência
- follow-up
Adopção
- intenção
- utilização
Resultados
- pacientes
- prestadores
- sistema
Desenvolvido por Logan and Graham, 1998. The Ottawa Model of Research Use (OMRU)
Figura 5: Modelo de conhecimento para a acção
CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO
Investigação
de conhecimento
Síntese
Produtos |
Ferramentas
Monitorizar a utilização de conhecimento
Selecionar, adaptar,
implementar intervenções
Avaliar barreiras
para a utilização de
conhecimento
Avaliar resultados
Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento