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Fig. 8 – Oocistos de

Plasmodium berghei

em intestinos médios de

Anopheles stephensi

. A) Preparação a fresco; B) com

coloração por mercúrio-cromo 2%. Microscópio ótico Zeiss (ampliações: 200X e 400X, respetivamente) (Foto de

Almeida, APG).

O desenvolvimento do parasita e a sua

transmissão ao hospedeiro seguinte dependem dos

oocinetos que atravessam a barreira epitelial do

intestino médio e se diferenciam em oocistos,

dentro dos quais se irão desenvolver os

esporozoítos. O desenvolvimento dos oocistos é

relativamente longo, demorando cerca de 10 a 12

dias, tempo após o qual os esporozoítos são

libertados no hemocélio.

Fig. 9 – Glândulas salivares de

Anopheles stephensi

: A) não infetadas; B) infetada com esporozoítos de

Plasmodium berghei

. Preparação a fresco, microscópio ótico Zeiss (ampliações: 100X e 400X,

respetivamente) (Foto de Almeida, APG).

Durante a diferenciação do parasita no mosquito,

existem grandes flutuações na carga parasitária. O

espaço temporal que medeia a rutura do oocistos, a

libertação de esporozoítos para o hemocélio e a

invasão das GS, resulta em redução substancial do

seu número, provavelmente resultante de barreiras

físicas, mecanismos fisiológicos e do sucesso da

resposta imunitária do mosquito. Nem todos os

esporozoítos saídos dos oocistos chegam às GS; em

An. gambiae,

97% dos esporozoítos de

P.falciparum

vão para as GS (Vaughan

et al

., 1992), contraapenas

cerca de 20% dos esporozoítos de

P.vivax

(Rosenberg e Rungsiwongse, 1991). Apesar de

apenas cerca de 19% dos esporozoítos libertados

invadir eficazmente as GS (Hillyer

et a l.

, 2007),

esta continua a ser uma das fases menos estudadas

do ciclo de vida do parasita.

Dentro do oocisto, formam-se os esporozoítosque

perfuram a cápsula e saem para a hemolinfa do

mosquito, distribuindo-se no hemocélio e

concentrando-se nas GS. A saída dos parasitas dos

oocistos leva a alguma reestruturação do epitélio,

com alteração da expressão de genes associados ao

citoesqueleto, como a tubulina (Félix e Silveira,

2011), e produção de óxido nítrico (NO) (Han

et

al

., 2000; Luckhart

et al

., 1998). As moléculas

deste composto desencadeiam uma resposta que

envolve ativação de diversos genes detoxificantes

(Félix

et al

. 2010). Neste contexto, os citocromos

P450 estão profundamente envolvidos na resposta

do

mosquito

à

infeção

por

Plasmodium

(Félix e Silveira, 2012), tendo um

papel importante em diferentes estádios de

desenvolvimento do parasita e abrangendo

diferentes tecidos do mosquito.

A saída dos esporozoítos dos oocistos foi,

durante muito tempo, considerada um processo

passivo resultante da rutura da parede que envolvia