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Figura 2. Biótopo doméstico. Armadilha luminosa miniturizada (tipo CDC) para captura de flebótomos.
Fotografia cedida por Branco (2011).
As
fêmeas
flebotomínicas
apresentam
suscetibilidade a uma determinada espécie de
Leishmania
quando têm a capacidade de se
infetarem ao efetuaremuma refeição sanguínea em
hospedeiros vertebrados infetados e de se tornarem
infetantes, transmitindo as formas metacíclicas
infetantes, posteriormente, por picada, a
hospedeiros vertebrados, reservatórios ou
acidentais. O ciclo de vida do parasita no vetor dura
cerca de cinco a nove dias (Figura 3).
Fig. 3 - Formas metacíclicas infetantes de
Leishmania
na válvula estemodeal de
P. perniciosus
. Coloração
por Giemsa. Fotografia cedida por Carlos Alves -Pires (IHMT).
Sendo Portugal uma região endémica de
leishmaniose (humana e canina), a partir dos anos
70 do século passado, o Investigador Doutor Carlos
Alves Pires (da Unidade de Parasitologia Médica
do IHMT) reiniciou o estudo dos flebótomos no
país, particularmente nas regiões de Trás-os-
Montes e Alto Douro, Grande Lisboa, Évora e
Algarve (Alves-Pires, 1979; Alves-Pires, 1984 ;
Alves-Pires e Ribeiro, 1991). Estes estudos têm
continuado não só com investigadores do grupo de
Entomologia do IHMT, mas também em
colaboração com o grupo das leishmanioses, da
mesma Instituição, e com outros investigadores
nacionais e estrangeiros (Afonso
et al
., 2005;
Alves-Pires
et al
., 2001; Franco
et al
. 2010; Maia
et al
., 2009).
As glossinas são moscas exclusivamente
africanas, subsarianas e preferencialmente
continentais.
A
família
Glossinidae
é
monogenérica, apresentando, assim, um único
género, o género
Glossina
(Figura 4), com 31
espécies e subespécies dividas em três grupos ou
subgéneros, de acordo com as suas características
ecológicas e morfológicas. O limite da distribuição
glossínica deve-se a fatores abióticos e bióticos.