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importante é o Plano Estratégico de Cooperação
em Saúde da CPLP para 2009-2012, onde o
Instituto de Higiene e Medicina Tropical assumiu
uma particular responsabilidade com a eficácia e
eficiência que o caracteriza, a qual tem, como
objetivo, contribuir para reforço dos sistemas de
saúde por forma a garantir o acesso universal a
cuidados de saúde de qualidade. É fundamental um
reposicionamento de Portugal e da sua cadeia de
valor em termos futuros, tendo atenção o papel
crescente do Brasil na CPLP, adequando a nossa
oferta à procura deste mercado e aos objetivos que
venham a ser acordados num novo plano
estratégico.
Importa recordar os eixos estratégicos atuais da
CPLP em matéria de saúde: Formação e
desenvolvimento da força de trabalho; Informação
e comunicação; Desenvolvimento do complexo
produtivo;
Vigilância
epidemiológica
e
monitorização da situação em saúde; Emergências
e desastres naturais; Promoção e proteção da saúde.
Consideramos que este é mais um conjunto de
oportunidades que importa assumir e trabalhar de
forma integrada, envolvendo diversas entidades
públicas da saúde, universidades, centros de
investigação e empresas, por forma a reforçarmos
a presença de Portugal neste espaço de cooperação,
mas tambémde negócio, no âmbito da estratégia de
internacionalização da cadeia de valor da saúde
nacional. Eis nesta complementaridade, as
oportunidades históricas que se perspetivam, a
curto prazo, nalguns países membros da CPLP,
cujo patamar de crescimento demográfico e de
desenvolvimento económico impõe mudanças na
quantidade e qualidade de resposta das políticas
públicas, na diversidade da disponibilidade dos
meios técnicos e no aumento da rede de instalações
e equipamentos.
Em
conclusão,
independentemente
da
conjuntura e dos constrangimentos atuais, é minha
opinião que a cadeia de valor da saúde terá um
contributo cada vez maior na captação de novas
receitas externas, por três vias:
Prestação de serviços em território nacional e
captação de investimento externo;
Exportação de bens e prestação de serviços, com
prioridade para os mercados de negócios
emergentes e para os de língua portuguesa;
Reforço e alavancamento de outras políticas
setoriais, de onde se destaca a do turismo.
Estimo, de forma conservadora, que podemos
atingir valores de exportação da cadeia de valor da
saúde, integrada num
cluster
mais transversal, de
aproximadamente 1500 milhões de euros em 2015,
incontornavelmente
um
contributo
muito
importante para o crescimento da economia e para
o desenvolvimento social do país.
Espero ter ido ao encontro das vossas
expectativas com as reflexões que convosco
partilhei ao longo destes minutos, em que procurei
sustentar a minha opinião sobre o renovado e
desafiante papel para a saúde em termos da
internacionalização da economia nacional.
Termino, reiterando que acredito que também
este desafio será ganho pelo país. Isto é uma
responsabilidade de todos e de cada um de nós,
independentemente da função e da missão que
desempenhamos.