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O ENSINO DAS CIÊNCIAS BIOMÉDICAS NO INSTITUTO DE HIGIENE EMEDICINA

TROPICAL

MARIA AMÉLIA AFONSO GRÁCIO (M.A.A. GRÁCIO)

ANTÓNIO JOSÉ DOS SANTOS GRÁCIO (A.J.S. GRÁCIO)

Instituto de Higiene e Medicina Tropical/Universidade Nova de Lisboa. Rua da Junqueira, 100, 1349-008

Lisboa – Portugal.

E-mail

:

mameliahelm@ihmt.unl.pt

(M.A.A. Grácio).

RESUMO

É aqui apresentada uma nota breve sobre a fundação da Escola de

Medicina Tropical, em 1902, e sua evolução, bem como uma síntese

histórica sobre o ensino das Ciências Biomédicas no ”Instituto de

Higiene e Medicina Tropical – Lisboa”.

SUMMARY

It is here presented a short note on the foundation of the School of

Tropical Medicine in 1902 and its evolution, and a historicalsynthesis

on the teaching of the Biomedical Sciences in the ”InstitutodeHigiene

e Medicina Tropical – Lisboa”.

O INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA

TROPICAL (IHMT) – BREVE NOTA

Deve-se à iniciativa do Dr. Ramada Curto a

criação, em Portugal, de uma Escola de Medicina

Tropical, como consequência de, pelo seu trabalho

durante vários anos, em Angola, se ter apercebido

da necessidade de especializar médicos no campo

da Medicina Tropical e de se criarem laboratórios

destinados ao estudo da Parasitologia.

A criação da

London School of Tropical

Medicine

, em 1899, deu ânimo ao Dr. Ramada

Curto para desenvolver esforços no sentido da

criação de uma escola de medicina tropical. Tais

esforços foram bem-sucedidos e, assim, pela

“Carta de Lei” de 24 de Abril de 1902, foi fundada

a Escola de Medicina Tropical de Lisboa.

Através da sua já centenária existência, a escola

passou por remodelações e sofreu alterações na sua

designação. Assim, em 1935, passou a “Instituto de

Medicina Tropical”, em 1966 a “Escola de Saúde

Pública e Medicina Tropical” e, em 1972, foi-lhe

atribuída a designação de “Instituto de Higiene e

Medicina Tropical”, a qualmantém até ao presente.

A escola/instituto tem mantido, como um dos

seus objetivos, aquele que foi estabelecido quando

da sua criação: o ensino e a investigação científica

em todos os campos da, então chamada, Patologia

Exótica.

O ENSINO DAS CIÊNCIAS BIOMÉDICAS NO

INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA

TROPICAL

A Escola de Medicina Tropical, logo após a sua

criação, passou a ministrar o Curso de Medicina

Tropical, o qual se estendia por quatro meses, de

novembro a fevereiro, e era constituído pelas

cadeiras de Patologia Exótica e Clínica, Higiene e

Climatologia, e Bacteriologia e Parasitologia, as

quais ficaram a cargo de médicos navais (Fraga de

Azevedo, 1958).

O ensino da Bacteriologia e Parasitologia

(componentes do ramo das Ciências atualmente

denominado por Ciências Biomédicas) ficou a

cargo do Dr. Aires José Kopke Correia Pinto,

tendo-se iniciado as suas aulas nas instalações do

Instituto Bacteriológico de Câmara Pestana (no

Campo de Santana). A escolha deste instituto para

a realização do primeiro curso “

resultou

certamente, em1º lugar, das afinidades entre os

assuntos de que este Instituto se ocupavaeaqueles

que a nova Escola se iria ocupar; em2º lugar,do

interesse que ao mesmo Instituto mereciam já

então os problemas tropicais, pois o seu Director

chefiara a Missão de Estudo da Doença do Sono

em Angola

”.

É de salientar que o Dr. Ayres Kopke fez parte

do grupo que teve a seu cargo a introdução, em

Portugal, do ensino da Bacteriologia e foi o

principal responsável por a escola se ter tornado no

único estabelecimento do país onde a Parasitologia

se ensina, sem interrupção, há 110 anos.

A partir de 1904, todas as cadeiras do curso

passaram a funcionar emdependências do Hospital

Colonial, situado no 1º andar da ala oriental da

Cordoaria Nacional e, alguns anos depois, passou

para o rés-do-chão, onde se manteve até 1940, data

em

que

as

suas

instalações

tiveramque ser sacrificadas à estrada marginal

para Cascais

” (Fraga de Azevedo, 1958).

Para a divulgação dos seus trabalhos, a escola

passou a editar, a partir de 1905, os seus “

Archivos

de Hygiene e Pathologia Exóticas

”.