182
Tendo em conta os avanços que se tinham
verificado no âmbito da Medicina Tropical, a
escola foi remodelada (Decreto nº 7096, de
6.11.1920), passando o Curso de Medicina
Tropical a ser constituído pelas cadeiras de
Climatologia e Geografia Médica, Higiene e
Bacteriologia, Patologia e Clínica, e Parasitologia
e Entomologia. Portanto, as Ciências Biomédicas
vieram a ser enriquecidas, uma vez que a anterior
cadeira de Higiene e Bacteriologia veio a ser
substituída pelas cadeiras de Higiene e
Bacteriologia e de Parasitologia e Entomologia.
Em 1934, o Decreto nº 24.644, de 12 de
novembro, determinou que fosse realizado, em
cada ano letivo, apenas um curso no período de 1
de novembro a 31 de março, com um máximo de
40 alunos.
Em 1935, para que fossem acompanhados os
avanços que se tinham operado nos diferentes
campos da Medicina Tropical, a escola foi sujeita a
uma remodelação, passando a ser designada por
“Instituto de Medicina Tropical” (Lei 1920, de
29.05.1935), tendo o instituto
alterado a duração do
curso, que vinha sendo ministrado, para seis meses,
de 8 de janeiro a 30 de junho, e também a sua
constituição, a qual passou a ter as cadeiras de
Higiene, Climatologia e Geografia Médica (1ª
cadeira), Patologia Exótica e Clínica (2ª cadeira) e
Zoologia Médica, compreendendo Entomologia e
Helmintologia (3ª cadeira), Hematologia e
Protozoologia (4ª cadeira) e Dermatologia e
Micologia Tropicais (5ª cadeira). Ao Prof. Ayres
Kopke, coube a responsabilidade da 4ª cadeira, até
7 de fevereiro de 1936, data em que se jubilou,
vindo a ser substituído pelo Prof. Manuel Prates
(nomeado em22.11.1937). A 3ª cadeira teve, como
primeiro Professor Efetivo, o Prof. Luís Artur
Fontoura de Sequeira (nomeado em 10.02.1937) e,
como primeiro Professor Auxiliar, o Prof. João
Fraga de Azevedo (nomeado em 13.06.1938).
Por esta composição do curso, verifica-se a
preocupação do instituto em acompanhar a
evolução das Ciências Médicas e, desde logo, dar
importância
às
Ciências
Biomédicas,
individualizando, desde logo, o seu ensino,
nomeadamente o
da
Helmintologia,
da
Hematologia e da Protozoologia.
Em 1943, após 25 anos de interrupção da
publicação dos
Archivos
, foi iniciada a publicação
dos seus
Anais
, onde a atividade pedagógica tem
estado presente, com a inclusão, nomeadamente, de
lições de cursos ministrados na escola (Ferreira,
1971).
O Decreto nº 34107, de 13.11.1944, veio
permitir “
a participação nas actividades docentes
do Instituto dos médicos do quadro de Saúde do
Ultramar por forma a aproveitarem-se os seus
conhecimentos adquiridos por uma larga
permanência nos trópicos
” (Fraga de Azevedo,
1958).
Em 1951, foi criada a cadeira de Bacteriologia e
Virologia, reforçando, assim, o ensino das Ciências
Biomédicas no instituto. Mercê, certamente, da
importância e do nível pedagógico e científico do
ensino ministrado, matricularam-se, no curso de
Medicina Tropical, em 1953, 132 alunos.
Em 1955, com a publicação do novo
regulamento do instituto, o curso de Medicina
Tropical teve o seu período alargado, passando a
ser ministrado de 3 de novembro a 30 de junho, em
vez de se iniciar a 7 de janeiro. O número de
cadeiras continuou a ser de seis, mas as Ciências
Biomédicas passaram a designar-se por
Entomologia e Helmintologia (3ª cadeira),
Hematologia e Protozoologia (4ª cadeira) e
Bacteriologia e Virologia (6ª cadeira). Aqui se
pode considerar estar o embrião da atual
composição das Ciências Biomédicas no instituto.
Efetivamente, no atual elenco de disciplinas do
IHMT, tem-se Bacteriologia, Biologia Celular e
Molecular,
Entomologia,
Helmintologia,
Malacologia,
Micologia,
Protozoologia
e
Virologia.
Em 1958, começa, digamos, uma nova era para
o instituto, com a inauguração, a 12 de dezembro
(56 anos após a sua criação), do edifício comquatro
pisos, terraço e cave, construído de propósito para
a sua instalação, edifício situado na Rua da
Junqueira, nº 96 (atualmente, nº 100), bem perto do
local de onde saiu, ficando ao lado do então
denominado “Hospital do Ultramar”, hoje
designado por “Hospital de Egas Moniz”.
A importância de que se revestia o ensino para o
Instituto está bem patente nas instalações a ele
dedicadas. Nele tínhamos a imponente Aula
Magna, amplos anfiteatros, biblioteca e três
magníficas salas para as aulas práticas situadas nos
1º, 2º e 3º andares (Figuras 1 e 2).