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As zonas carenciadas em saúde têm carências a

todos os outros níveis: educativas, administrativas,

culturais, infraestruturas económicas e serviços.

Esta realidade torna-as pouco atrativas para

pessoas com crianças para educar, que querem ter

acesso a equipamentos sociais e culturais.

Estas evidências refletem uma combinação de

fatores individuais, organizacionais e sociais que

explicam a relutância dos profissionais de saúde

em exercer em zonas carenciadas. No entanto, se

analisarmos esta questão do ponto de vista dos

fatores que contribuem para atrair os profissionais

de saúde para zonas carenciadas, encontramos um

conjunto de fatores que são o contraponto positivo

dos anteriores. Os seguintes fatores parecem

contribuir para reduzir os desequilíbrios (WHO,

2010):

Recrutamento de alunos das zonas carenciadas;

Contacto com as necessidades dessas zonas durante

o estágio;

Realização de formação especializada para os

profissionais que querem trabalhar em zonas

carenciadas;

Proximidade das instituições de formação;

Acesso a infraestruturas adequadas, a uma rede de

colegas, a apoio profissional (supervisão, contacto

com especialistas);

Incentivos financeiros (Barnighausen e Bloom,

2009) e profissionais (acesso a atividades de

desenvolvimento profissional contínuo, licenças

para formação, folgas), perspetivas de carreira;

Acesso a equipamentos culturais e sociais,

reconhecimento social, oportunidades para a

família.

O QUE FUNCIONA E O QUE NÃO FUNCIONA:

LIÇÕES DAS EXPERIÊNCIAS DOS PAÍSES

Existe uma crescente literatura acerca do que já

foi feito e do que é recomendado para resolver os

problemas de atração (isto é, convencer

profissionais a aceitar trabalhar em zonas

carenciadas) e retenção (isto é, assegurar que

fiquem). Wilson

et al.

(2009) realizaram uma

revisão de literatura usando a metodologia do

Centro Cochrane e identificaram cinco categorias

de intervenções: Seleção, Educação, Coerção,

Incentivos e Apoio – e classificaram a força da

evidência existente como

convincente, forte,

moderada, fraca ou ausente

. Mais recentemente,a

OMS publicou uma revisão actualizada,

acompanhada de uma série de recomendações

organizadas em torno de quatro áreas de

intervenção: educação, regulação, incentivos

financeiros, e apoio pessoal e profissional (WHO,

2010), resumidas na Tabela 2.