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Tabela 2
Intervenções para melhorar a atração e a retenção de profissionais de saúde em zonas carenciadas
(ZC).
Área de ação
Intervenção
Força da recomendação
Educação
Recrutar alunos das ZC
Forte: fator mais associado com
a escolha para trabalhar em ZC
Incluir conteúdos relevantes no currículo
(avaliação das necessidades de saúde,
equidade de acesso)
Forte
Contacto dos alunos com ZC (viagens de
estudo, rotatividade clínica, residências)
Condicional
Criar formação especializada e adaptada às
necessidades das ZC
Condicional
Instalar instituições de formação fora das
grandes cidades
Condicional
Incentivos
financeiros
Bolsas, apoio financeiro aos estudantes sob
compromisso de trabalharem
posteriormente em ZC
Condicional
Subsídio especial compensatório de custos
extra (transporte, alojamento, educação
subsidiada,
etc
.)
Forte
Percepção de justiça associada à
compensação, bónus, tabela salarial
especial
Forte
Incentivos
profissionais ou
outros
Acesso a desenvolvimento profissional
contínuo (DPC)
Condicional
Acesso a apoio de especialistas
Condicional
Melhor ambiente de trabalho, supervisão de
apoio, trabalho de equipa
Forte
Oportunidades para trabalhar em rede
Forte
Períodos de descanso (folgas e licenças)
Forte
Programas de desenvolvimento de carreira
Forte
Medidas de
regulação e outras
Aumentar o âmbito da prática dos
profissionais de saúde nas ZC
Condicional
Expandir a produção de profissionais de
nível médio para as ZC
Condicional
Melhores condições de vida
Forte
Medidas de reconhecimento público
(prémios, títulos)
Forte
Adaptado de Wilson
et al.
(2009), McCaffery (2009) e WHO (2010).
Nota: a classificação “forte” refere-se a uma intervenção
quando existe uma grande consistência entre a opinião
de peritos e os estudos observacionais, sendo suscetível
de produzir efeitos positivos na maioria dos ambientes;
a classificação “condicional” sugere que, apesar dos
efeitos positivos observados, é necessária cautela
aquando de adaptações das intervenções em contextos
específicos. Pode também s ign ificar que é meno s
p rovável a in t ervenção t er efeitos positivos senãofor
combinada comoutras intervenções e mantida ao longo
do tempo.
Tanto Wilson
et al.
(2009) como a OMS (WHO,
2010) evidenciam que as medidas coercivas
(“serviço comunitário”), baseadas na imigração ou
na contratação de profissionais estrangeiros,
tendem a produzir apenas efeitos de curto prazo,
podendo mesmo ter efeitos adversos, como
problemas de comunicação comos utentes, falta de
familiaridade com a organização dos serviços, ou
com algumas técnicas e protocolos. Em 2009,
Portugal recrutou de Cuba e Uruguai e depois de