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padrão de consumo não diferia. Os enfermeiros e os outros PCS consumiam
menos bebidas ao almoço e ao jantar do que os outros profissionais. Por outro
lado, também tendiam a beber menos sozinhos optando por beber em
estabelecimentos comerciais (mas em menor percentagem do que os outros
profissionais) ou em eventos desportivos. A percentagem de enfermeiros e de
outros PCS que tinham ingerido bebidas alcoólicas antes de conduzir era cerca
de metade da verificada nos outros profissionais.
De acordo com a RSL realizada, não existiam evidências sobre o consumo de
medicamentos pelos enfermeiros. A análise dos INS revelou, igualmente, não
existirem diferenças entre enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no
consumo de medicamentos para dormir, mesmo relativamente ao número de
dias, nas 2 semanas anteriores ao inquérito ou o número de anos de toma.
De acordo com os dados do 4ºINS, os enfermeiros e os outros PCS tinham
tomado mais medicamentos receitados nas duas semanas anteriores ao
inquérito, sendo que nos enfermeiros a percentagem era cerca de 10%
superior à dos outros PCS. Os resultados parecem indiciar um provável acesso
privilegiado dos PCS a medicamentos para os quais é necessário receita
médica. Por outro lado, a baixa diferença na toma de medicamentos não
receitados sugere que não existe uma padrão muito marcado de auto-
medicação o que seria de esperar num grupo profissional com um
conhecimento terapêutico privilegiado.
A RSL demonstrou não existirem evidências sobre a prática de vacinação nos
enfermeiros. A análise descritiva do 4º INS permitiu verificar que a
percentagem de enfermeiros que já tinha, alguma vez, vacinado contra a gripe
era superior à dos outros PCS ainda que fosse inferior à dos outros
profissionais. Estes dados podem indicar um padrão diferente de vacinação
contra a gripe nos enfermeiros.
A diferença encontrada na realização de pelo menos uma mamografia durante
a vida entre as PCS e as outras profissionais pode, eventualmente, ser
explicada pela diferença na idade das primeiras (mais novas) e das segundas.
Na RSL não existiam evidências sobre a prática de mamografia.
A percentagem de mulheres PCS que já tinha feito pelo menos um rastreio do
cancro do colo do útero era superior à verificada nas outras profissionais.
Vários estudos demonstraram que os PCS parecem vigiar mais amiúde a sua
saúde reprodutiva, nomeadamente, realizando rastreios do cancro do colo do
útero e da mama mais frequentemente.
Os enfermeiros eram os que apresentavam maior percentagem de indivíduos a
fazerem um método contraceptivo, seguiam-se os outros PCS e os outros
profissionais. Poder-se-á colocar a hipótese que as diferenças observadas
derivam da diferença de idade entre os grupos profissionais. A contracepção
não foi estudada na RSL.
A percentagem de outros PCS e de outros profissionais que tinham avaliado a
TA nos 3 meses anteriores ao 4º INS era inferior à dos enfermeiros. Achado
idênticos aos descritos por outros autores.
Esta diferença poderá ser explicada pelo facto de a avaliação da TA ser uma
actividade habitualmente realizada pelos enfermeiros (e por outros PCS) o que
lhes facilitaria o acesso à mesma e lhes permitiria a auto-avaliação.
Em 1998/1999 os enfermeiros tinham menor possibilidade de ter feito uma
consulta de saúde oral do que os outros PCS. No entanto, e mesmo tendo em
conta as limitações de análise dos dados de 2005/2006, esta tendência parecia
ter-se alterado.
Os enfermeiros tinham menor possibilidade de terem consultado um médico
nos 3 meses anteriores ao INS comparativamente com os outros profissionais.