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anos após o início dos sintomas). Soros de dadores de sangue (n=200) e de

doentes com outras patologias infecciosas (n=60) foram usados como controlos.

As amostras foram testadas pela técnica de

Western Blot

com lisados de oito

estirpes patogénicas pertencentes aos serogrupos mais prevalentes. O

reconhecimento dos antigénios leptospíricos, nos quatro estádios evolutivos,

resultou da detecção de reactividade específica anti-IgM e anti-IgG, nos diferentes

immunoblots

. Detectaram-se cinco proteínas

major

(45, 35, 32, 25 e 22 kDa)

comuns a todos os serovares. Os soros estudados com as estirpes dos

serogrupos homólogos, previamente identificados pela TAM, reagiram contra as

proteínas de 45, 32 e 22 kDa, conhecidas como LipL45, LipL32 e LpL21,

respectivamente, sendo estes, os antigénios imunodominantes durante o período

estudado, nas duas regiões geográficas. Os doentes açorianos mostraram, ainda,

uma reactividade elevada contra os LPS, cujo significado é discutido face aos

resultados negativos dos soros controlo para os marcadores referidos

.

Esta

investigação indica, pela primeira vez, uma forte persistência da resposta humoral

e o importante papel protector da LipL45, Lip32 e LipL21, anos após o início dos

sintomas.

Por último, procedeu-se à identificação de estirpes Portuguesas, isoladas de

murinos e de um caso humano fatal (

L. inadai

), numa perspectiva polifásica de

intervenção. Utilizaram-se três testes fenotípicos (testes de crescimento sob

diferentes temperaturas e na presença de 8-azaguanina, a par de um teste de

alteração morfológica induzida pela adição de NaCl 1M). Paralelamente,

efectuaram-se ensaios de amplificação do gene

rrs

(16S ARNr) de

Leptospira

spp

por

PCR

(

Polymerase Chain Reaction

),

utilizando um par de

primers

“universais”

(331 pb) e um segundo par, que apenas amplifica o gene

secY

(285 pb) de

estirpes patogénicas, para definição da identidade dos isolados em estudo. Da

integração dos resultados obtidos, confirmou-se que estes ocupam uma posição

taxonómica “intermédia” entre as leptospiras saprófitas e as patogénicas.

Desenvolveu-se, ainda, uma investigação (complementar)

“in vivo”

do carácter

taxonómico “intermédio” do referido isolado humano, por cultura e amplificação do

respectivo ADN de tecidos de hamsters inoculados para o efeito. Esta metodologia

molecular foi posteriormente utilizada, com sucesso, no diagnóstico precoce de

doentes com Leptospirose, sendo uma mais-valia na confirmação laboratorial de

infecção por

Leptospira

, na ausência de anticorpos específicos na fase inicial da

doença.