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inibição desta via de sinalização induziu um aumento na quantidade de morte
celular observada.
Tendo em conta que, usualmente, a activação da sinalização do HGF ocorre
segundo o sinal de transdução do PI3K/Akt, testou-se se o bloqueio desta via
produzia algum efeito na infecção. De facto, os resultados observados indicam
que esta via de sinalização é utilizada durante a infecção quando o HGF/MET é
activado. Estas observações demonstram que a inibição da apoptose da célula
hospedeira durante a infecção por
Plasmodium
é necessária para ocorrer
doença.
Na parte final deste trabalho, procurou-se ainda identificar um gene do parasita
responsável pela inibição da morte do hepatócito. Algumas observações
preliminares levaram-nos a sugerir que a proteína HSP70 do parasita possa
exercer uma função neste processo, daí que sugerimos que no futuro este
envolvimento seja mais aprofundado.
Assim, os resultados apresentados nesta tese contribuem para um maior
esclarecimento e compreensão das interacções que se estabelecem no fígado
aquando da infecção por
Plasmodium
, e para um conhecimento mais alargado
da relação entre o parasita e o hepatócito.
SILVA, Marina Henriques da (2006) Estudo da resistência de
Pneumocystis jirovecii
ao contrimoxazol em doentes com infecção
VIH/SIDA, Dissertação de Doutoramento no ramo de Ciências
Biomédicas, especialidade de Parasitologia. IHMT. Lisboa.
Resumo:
Pneumocystis jirovecii
é um eucariota responsável por um quadro
clínico de pneumonia intersticial grave em indivíduos imunocomprometidos.
Apesar do decréscimo da incidência da pneumonia por
P. jirovecii
(PPc) como
resultado da introdução da profilaxia específica e da terapêutica antirretroviral
potente (HAART, do inglês “Highly active antiretroviral therapy”), esta doença
continua a ser uma das infecções oportunistas mais frequentes em doentes
com infecção vírus da imunodeficiência humana/síndroma de imunodeficiência
adquirida (VIH/SIDA) e com outras imunodeficiências. Os fármacos da família
das sulfas, em especial o cotrimoxazol, uma combinação de sulfametoxazol e
de trimetoprim, são considerados os agentes de primeira linha na profilaxia e
no tratamento desta infecção.
Ao longo dos últimos anos, tem sido estudada a variabilidade genética da
dihidropteroato sintetase (DHPS) e da dihidrofolato reductase (DHFR), duas
enzimas alvo do cotrimoxazol, de
P. jirovecii
com o intuito de avaliar o possível
desenvolvimento de resistência a este fármaco. Por outro lado, o estudo de
outros marcadores genéticos, como as regiões dos espaçadores internos
transcritos (ITS, do inglês "Internal Transcribed Spacers"), em conjunto com o
DHPS e o DHFR, tem sido utilizado no sentido de melhor compreender os
mecanismos de desenvolvimento de resistência ao cotrimoxazol.
Com o presente estudo, pretendeu-se efectuar a caracterização genética da
DHPS, da DHFR e das regiões ITS de
P. jirovecii
, em isolados obtidos entre
1995 e 2004, em doentes imunocomprometidos. Também foi objectivo deste
trabalho, estudar a relação dos genótipos identificados nas três regiões
genómicas em análise, entre si e com diversas variáveis clínicas e
epidemiológicas.
Entre os 403 isolados de
P. jirovecii
, obtidos entre 2001 e 2004, a percentagem
de infecção por
P. jirovecii
observada foi de 64,5%. No total, 290 isolados de
P.