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infecção por

C. felis

,

C. meleagridis

,

C. muris

,

C. canis

,

C. suis

e

Cryptosporidium

genótipo cervo.

Com o presente trabalho pretendeu-se determinar as espécies e genótipos de

Cryptosporidium

que, em Portugal, se encontram associadas, quer à infecção

humana, quer à infecção em gado doméstico, animais de companhia e animais

silváticos, a fim de identificar, não só os parasitas infectantes para o Homem,

como, também, os seus possíveis reservatórios zoonóticos. Para além disso,

foi, ainda, objectivo deste trabalho, contribuir para a compreensão do papel

desempenhado pelas vias de transmissão zoonótica e antroponótica na

epidemiologia da criptosporidiose humana no nosso País.

Na população de infectados por VIH, com sintomatologia gastrintestinal, que

estudámos, entre Junho de 2001 e Janeiro de 2005, foi encontrada a

percentagem de infecção por

Cryptosporidium

spp. de 8,3% (18/217). Nos

animais de companhia, a taxa de infecção obtida para gatos com dono e para

cães com e sem dono foi de, respectivamente, 1,8% (2/109) e 0% (0/157). Nos

animais silváticos de vida livre estudados, carnívoros e pequenos mamíferos,

não foi encontrada infecção por

Cryptosporidium

spp.. Nos animais do Jardim

Zoológico de Lisboa, apenas foram encontrados oocistos em duas amostras

fecais de mamíferos, uma de um bisonte americano e, outra, de um gnu de

cauda branca, correspondendo a uma percentagem de amostras positivas de

0,9% (2/217); também foram observados oocistos numa amostra fecal de uma

tartaruga estrela indiana que havia chegado recentemente ao Jardim

Zoológico.

A caracterização molecular de isolados humanos de

Cryptosporidium

spp.,

detectados entre 1994 e 2005, permitiu identificar, ao nível da espécie, 51

parasitas: 52,9% (27/51) pertenciam à espécie

C. parvum

, 31,4% (16/51) a

C.

hominis

, 9,8% (5/51) a

C. felis

e 5,9% (3/51) a

C. meleagridis

. No que se refere

aos criptosporídeos de hospedeiros não humanos – gado doméstico e

ruminantes silváticos (gamos da Tapada Nacional de Mafra e Bovídeos do

Jardim Zoológico de Lisboa), estudados retrospectivamente, e gatos e animais

do Jardim Zoológico, estudados prospectivamente –, nos casos em que a

amplificação do DNA foi bem sucedida, os resultados da sua caracterização

molecular mostraram que: i) 94% (80/85) dos isolados bovinos e todos os

isolados de ovinos (n = 2), de gamos da Tapada de Mafra (n = 4) e de

Bovídeos do Jardim Zoológico (n = 11) pertenciam à espécie

C. parvum

; ii)

2,4% (2/85) dos isolados bovinos pertenciam à espécie

C. bovis

; iii) 2,4% (2/85)

dos isolados bovinos pertenciam à espécie

C. andersoni

; iv) 1,2% (1/85) dos

isolados bovinos pertenciam ao genótipo semelhante ao do gamo; v) os

isolados detectados nos dois gatos pertenciam à espécie

C. felis

; vi) os

parasitas encontrados nas fezes do bisonte americano, do gnu de cauda

branca e da tartaruga estrela indiana pertenciam, respectivamente, ao genótipo

rato, a um genótipo novo e ao genótipo tartaruga. Entre as espécies e

genótipos identificados nos isolados animais, duas –

C. parvum

e

C. felis

foram, também, encontradas em infecções humanas, facto que nos leva a

considerar os seus respectivos hospedeiros – gado doméstico, ruminantes

silváticos e gatos – como possíveis reservatórios zoonóticos da infecção

humana.

A determinação da diversidade intra-específica de

C. hominis

e de

C. parvum

foi realizada por caracterização molecular de um

locus

de microssatélites –

ML2 – e do gene GP60. A análise de fragmentos por metodologia fluorescente

do STR ML2, revelou a ausência de variabilidade genética em

C. hominis

e

permitiu caracterizar, somente, 47% (8/17) dos isolados de

C. parvum

humanos

estudados; a presença de múltiplos picos nos electroforetogramas dos