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dos compostos isolados em linhas celulares cancerígenas bom como a sua
capacidade de inibição da P-gp responsável pela multi-resistência nessas
linhas celulares.
Resultados
: Durante este estudo foi observado que em meio líquido há maior
expressão de uma proteína com 55kDa em oposição ao que acontece quando
a bactéria cresce em meio sólido. A simulação da resposta bacteriana durante
a terapia pelos dois processos descritos, mostrou que a resposta bacteriana é
dependente do processo de adaptação seguido.
Os resultados desta dissertação sugerem, também, que o efluxo e a
acumulação de EB por células de
E. coli
são dependentes do pH e de energia,
os quais influenciam o desempenho da bomba de efluxo AcrAB. Esta BE
depende da concentração periplasmática de protões para a sua activação. O
efluxo é independente do pH do meio onde as células bacterianas cresceram,
contudo, é dependente do pH do ensaio, o que sugere que a bactéria é capaz
de se adaptar a diferentes condições do meio tais como pH ou agentes
prejudiciais à sua sobrevivência. Devido à sua capacidade quelante, o
composto CCCP foi usado a diferentes pH com o objectivo de compreender o
papel da concentração protónica e da PMF no efluxo. O uso de CCCP
juntamente com variações no pH, possibilitou a identificação dos principais
tipos de sistemas de efluxo que respondem às diferentes condições do meio.
Contudo, o composto PAβN interfere com o efluxo de EB, por competição com
este, pelo sítio activo da bomba de efluxo (um KM para esta competição foi
determinado).
Os compostos isolados da planta
C. edulis
foram: ácido oleanólico, β-amirina,
uvaol, catequina, epicatequina, MGDG e procianidina B5. Foi observado que
estes compostos tinham diferentes actividades consoante o mecanismo de
resistência característico de cada uma das estirpes em que a sua actividade foi
estudada. Este facto está de acordo com os resultados obtidos para a resposta
celular de bactérias, cuja multi-resistência foi obtida por diferentes
mecanismos, perante o uso de moduladores. Os resultados obtidos sugerem
que, de entre os compostos isolados, o composto uvaol foi o mais activo como
modulador da actividade de efluxo, quer em células bacterianas quer em
células cancerígenas. Também demonstrou uma actividade significativa contra
Staphylococcus aureus
intracelular.
Conclusão:
Uma proteína de 55kDa foi anteriormente descrita como factor de
virulência. A mesma proteína encontrava-se menos expressa em bactérias
cultivadas na presença de uma fenotiazina, um composto descrito como
modulador de efluxo. Deste modo a acção destes compostos como adjuvantes
terapêuticos pode dever-se à sua capacidade de reduzir a virulência de
determinada estirpe. Deste modo, os resultados obtidos, quando células
bacterianas cresceram em meios líquido e sólido, são extremamente
importantes pois podem indicar o motivo pelo qual infecções pelo mesmo
organismo, mas por via de diferentes origens alimentares, apresentam
diferentes graus de infecção e virulência para o paciente.
A adaptação induzida por passagens sucessivas em meio com a mesma
concentração de antibiótico sugere a presença de genes “mutantes” cuja
actividade possibilita a sobrevivência celular em condições de “stress”,
reduzindo o consumo de energia. De outro modo este seria mais elevado
devido à sobre-expressão dos sistemas de efluxo, tal como acontece quando a
bactéria é sujeita a passagens em concentrações crescentes de antibiótico. Os
resultados desta dissertação também sugerem que a activação do efluxo,
mediado pela bomba de efluxo AcrAB, é dependente da concentração
protónica no periplasma. Assim, quando células de
E. coli
experimentam