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condições adversas causadas por agentes tóxicos, o efluxo é efectuado
preferencialmente por transportadores do tipo ABC se o pH for maior que 7. O
facto de o efluxo ser uma resposta independente do pH a que a estirpe
cresceu, mas dependente do pH do meio em que o ensaio está a decorrer,
sugere que a bactéria é capaz de se adaptar a diferentes pH do meio, tais
como os que encontra durante o processo de infecção. Os mecanismos de
efluxo dependentes de energia também variam com o pH. Deste modo a
conjugação destes dois factores é muito importante para o estudo e
compreensão da fisiologia e dos mecanismos de efluxo. As BEs que pertencem
à família ABC têm uma função importante a pH 8, contudo a PMF é
fundamental para o efluxo por via dos transportadores da família RND, como
observado nos ensaios a pH 5. O uso de compostos que interferem com a PMF
ou afectam directamente os sistemas de efluxo tem também um papel
relevante no estudo dos mecanismos de efluxo e sua fisiologia.
Os resultados obtidos com os compostos purificados da planta
C. edulis,
sugerem que esta planta contem compostos promissores com actividade
antibacteriana e anticancerígena. É importante salientar que a abundância
desta planta na orla marítima de Portugal faz com que a produção em larga
escala dos seus constituintes seja fácil, o que é um factor essencial no
desenvolvimento de quaisquer produtos a usar na prática clínica.
RODRIGUES, Liliana Dias (2010) The role of the efflux
mechanisms in multidrug resistence in Mycobacterium
tuberculosis, Dissertação de Doutoramento no ramo de Ciências
Biomédicas, especialidade de Microbiologia. IHMT. Lisboa.
Resumo:
O aumento da tuberculose multirresistente e extensivamente
resistente (TBMR e TBXDR) gerou um agravamento das preocupações por
parte das autoridades de Saúde Pública em todo o mundo. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) define TBMR como tuberculose (TB) resistente pelo
menos à isoniazida e à rifampicina, os principais fármacos de primeira-linha
utilizados no tratamento da TB, enquanto que a TBXDR refere-se a casos de
TB resistente não só à isoniazida e à rifampicina, mas também a uma
fluoroquinolona e a pelo menos a um dos três fármacos de segundalinha
injectáveis canamicina, amicacina e capreomicina. A resistência em
Mycobacterium tuberculosis
deve-se principalmente à ocorrência de mutações
espontâneas, à qual se segue a selecção de mutantes resistentes durante o
tratamento. No entanto, algumas estirpes clínicas de
M. tuberculosis
resistentes não apresentam mutação em qualquer um dos genes que se sabe
estarem associados à aquisição de resistência a um determinado fármaco, o
que sugere que outro(s) mecanismo(s) deverão estar envolvidos no
desenvolvimento de resistência, nomeadamente a presença de sistemas de
bombas de efluxo que efectuam a extrusão do composto para o exterior da
célula, evitando que o mesmo atinja o seu alvo. Um aumento da actividade de
efluxo pode ocorrer devido a uma exposição prolongada a concentrações
subinibitórias dos antibacilares, uma situação que pode resultar de uma terapia
inadequada. A inibição da actividade de efluxo com um inibidor que não seja
um antibiótico poderá restaurar a actividade de um antibiótico que seja