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sido encontrado associação entre os genótipos desses dois factores e a

presença de infecção. No que concerne ao gene

PKLR

não foi encontrada uma

associação clara entre os polimorfismos analisados e o estado de infecção,

mas foi detectado um acentuado desequilíbrio de

linkage

entre os

loci

, apenas

nos Não Infectados, o que pode significar que essa região do gene,

aparentemente conservada, tenha sido seleccionada por fornecer protecção

contra a infecção e/ou doença.

A diversidade genética das populações de

A. arabiensis

em onze

loci

microssatélites foi moderada com valores médio de

He

, variando de 0,481 a

0,522 e a

Rs

de 4 a 5. O valor da diferenciação genética baseado em 7

loci

polimórficos foi baixo (

FST

=0,012; p<0,001) mas significativo, variando entre

0,001 e 0,023 entre os pares de populações. Não foram detectados os alelos

de resistência associados ao gene

Kdr

.

A baixa frequência dos alelos associados à G6PD (

A

-

e

Med

) tem implicações

importantes nas estratégias de controlo definidas pelo Programa Nacional de

Luta contra o Paludismo (PNLP), uma vez que a primaquina pode continuar a

ser administrada como complemento aos regimes terapêuticos, em caso de

necessidade.

A população de

A. arabiensis

em Santiago revelou-se relativamente

homogénea e com uma estrutura reduzida o que pode, por um lado,

representar uma desvantagem por permitir uma provável dispersão dos genes

de resistência. Por outro lado, essa relativa homogeneidade poderá representar

uma vantagem para a introdução de um programa de controlo baseado na

libertação de mosquitos transgénicos.

COSTA, Maria Ferreira da (2010) Epidemiologia e caracterização

de espécies implicadas na microsporidiose humana em Portugal

por análise parasitológica e molecular, Dissertação de

Doutoramento no ramo de Ciências Biomédicas, especialidade de

Parasitologia. IHMT. Lisboa.

Resumo

: Os agentes responsáveis pela microsporidiose e, designados,

genericamente, por microsporidia são parasitas intracelulares obrigatórios,

ubíquos na natureza. Os microsporidia inicialmente reconhecidos como

agentes patogénicos de insectos e peixes, emergiram nas ú

l

timas décadas

como um importante grupo de microrganismos responsáveis por infecção no

Homem, associada à pandemia da sida. Encontram-se descritas na literatura

mais de 1200 espécies de microsporidia, mas apenas um número reduzido é

considerado infectante para o Homem. Entre os microsporídios mais

prevalentes, responsáveis por infecção humana, encontram-se as espécies

Enterocytozoon bieneusi, Encephalitozoon intestinalis, Encephalitozoon hellem

e Encephalitozoon cuniculi

. Recentemente foi identificada em Portugal, uma

nova espécie patogénica para o Homem -

Vittaforma-

like, em doentes

seropositivos para VIH e em imunocompetentes.

No Homem, os microsporídios causam desde patologia gastrintestinal a

infecções disseminadas variando os aspectos patogénicos da doença

consoante a espécie envolvida assim como com a resposta imunitária do

hospedeiro. Já foram descritos portadores assintomáticos de microsporídios,

quer em imunodeficientes quer em imunocompetentes Actualmente, são ainda

escassos os dados epidemiológicos sobre esta parasitose, e poucos os