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tratamento devem ter em especial atenção a história de consumo de outras

substâncias, nomeadamente o consumo de cocaína, pois revelou-se associado

a pior prognóstico. Em relação às variáveis da gravidade do consumo de

álcool, os prestadores de tratamento devem tomar especial atenção que o

prognóstico piora para os doentes que consomem álcool de modo excessivo

pesado à mais de 20 anos, que tenham a avaliação laboratorial do GGT

aumentada em relação ao normal e que revelem mais problemas ligados ao

álcool no questionário

Alcohol Related Problems Questionnaire

. Este estudo

também prova que se deve motivar o doente a iniciar o tratamento

temporalmente o mais perto possível do início da abstinência. Mais

concretamente, os doentes que iniciaram o tratamento até uma semana desde

o início da abstinência tiveram melhor prognóstico. Curiosamente ainda uma

informação útil para os prestadores de tratamento é que os doentes que

consomem álcool pela manhã e/ou antes do almoço parecem estar mais

motivados para recuperarem, tendo-se revelado um factor de bom prognóstico.

ALVES, Joana Baptista (2010) Epidemiologia da malária em

Santiago Cabo Verde: factores genéticos humanos e estrutura

populacional do mosquito vector, Dissertação de Doutoramento

no ramo de Ciências Biomédicas, especialidade de Parasitologia.

IHMT. Lisboa.

Resumo:

A malária, doença parasitária complexa que resulta da interacção

entre parasita, hospedeiros humano e vector, constitui um dos principais

problemas de saúde a nível mundial. À semelhança de outras doenças

parasitárias e infecciosas a malária tem um papel importante na evolução,

tendo já sido demonstrado o papel da variação genética humana na resistência

à infecção.

Após quase meio século de controlo, a malária persiste na ilha de Santiago

onde, apesar da baixa endemicidade, os indivíduos apresentam geralmente

manifestações moderadas, são diagnosticadas infecções abaixo do nível

detectável pela microscopia e o vector se encontra muito próximo da população

supostamente susceptível, desconhecendo-se a frequência dos principais

polimorfismos genéticos humanos mais relacionados com a doença e a

estrutura populacional do mosquito vector.

Os objectivos gerais de trabalho desta tese assentam 1) no estudo dos dois

clássicos factores genéticos do hospedeiro humano relacionados com a

malária, nomeadamente os afectos à anemia das células falciformes, à

deficiência em G6PD e a análise dum provável envolvimento da PK e 2) na

análise genética das populações do mosquito vector, tentando contribuir para a

compreensão da epidemiologia da doença na Ilha, e para a escolha de

medidas de controlo apropriadas.

Os trabalhos incidiram na detecção do alelo responsável pela hemoglobina S,

de polimorfismos no gene da G6PD e da PK em indivíduos não aparentados

(Infectados e não Infectados) com análise da sua provável associação com a

infecção e, ainda, na genotipagem de

loci

microssatélites de

Anopheles

arabiensis

com recurso a técnicas baseadas na PCR.

Relativamente à anemia falciforme, a frequência dos portadores do traço

(indivíduos

HbAS

) e do alelo

HbS

foi 6% e 5%, respectivamente, e para as

variantes da G6PD, 0,8% para

G6PDA

-

e 0,0% para a

G6PDMed

, não tendo