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aves de gaiola e pombos urbanos, 6,0% de bovinos e 1,9% de animais

silváticos em cativeiro (Jardim Zoológico).

E. bieneusi

foi identificada nas amostras fecais de cães e gatos analisados,

cuja caracterização das sequências

ITS rRNA

dos 14 isolados de

E. bieneusi

,

amplificados por PCR, veio revelar a presença de seis genótipos distintos:

TipoIV, PtEbIV, Peru6, D, PtEbVIII e PtEbIX. Os genótipos PtEbIV, PtEbVIII e

PtEbIX, foram descritos pela primeira vez no decurso deste estudo. Nos cães

foram identificados os genótipos D (20%; 1/5), Peru6 (60,0%; 3/5) e PtEbIX

(20%;1/5) e nos gatos os genótipos TipoIV (77,8%), PtEbIV (11,1%) e PtEbVIII

(11,9%). Verificou-se associação com significância estatística da infecção pelo

genótipo Tipo IV ao grupo dos gatos, relativamente aos cães estudados.

Também nos bovinos, a espécie

E. bieneusi

foi identificada nas seis amostras

positivas estudadas registando-se três genótipos diferentes (dois dos quais já

previamente reportados): TipoIV (50%; 3/6), PtEbXI (33,3%; 2/6) e J (16,7%;

1/6) (AF135837). O genótipo PtEbXI foi caracterizado pela primeira vez no

decurso deste estudo. A espécie

E. bieneusi

foi identificada nas amostras

fecais de dois mamíferos do jardim Zoológico: o saguim de face branca

(

Callithrix geoffroyi

) e o cavalo de Timor (

Tragelaphus strepsiceros

strepsiceros

) e a genotipagem através da região

ITS rRNA

dos isolados de

E.

bieneusi

permitiu caracterizar, pela primeira vez, durante o decurso deste

trabalho, dois genótipos distintos: PtEbV (cavalo de Timor) e PtEbXII (saguim

de face branca). A análise da diversidade genética da região

ITS rRNA

dos 10

genótipos diferentes de

E. bieneusi

identificados num total de 22 isolados de

cães, gatos, bovinos e animais do Jardim Zoológico (um primata não humano e

um bovídeo) estudados permitiu verificar a presença na maioria destes

mamíferos (cães, gatos e bovídeos) de genótipos patogénicos para o Homem e

de outros genótipos específicos de hospedeiro (cão, gato, bovinos e primata

não humano), que, possivelmente, não terão impacte na saúde pública

humana. Nos 134 pequenos mamíferos (

Crocidura russula

,

Mus spretus

e

Apodemus sylvaticus

não foi observado nenhum animal com infecção por

microsporidia. As espécies

E. bieneusi

e

E. hellem

foram identificadas, em

35,2% (32/91) e 13,2% (12/91), respectivamente, das aves de gaiola e pombos

de parques públicos de Lisboa estudadas. Registou-se co-infecção por ambas

as espécies. Ambos os microsporidia foram identificados nas três Ordens de

aves: Psittaciformes (

E. bieneusi

- 12,5%;

E. hellem

- 12,5%); Passeriformes (

E.

bieneusi

- 14,3%;

E. hellem

- 42,9%) e Columbiformes (

E. bieneusi

- 51,9%;

E.

hellem

- 6,9%). Contudo, nos pombos (Columbiformes) registou-se uma elevada

frequência de infecção por

E. bieneusi

, estatísticamente significativa,

comparativamente à observada nas outras duas Ordens de aves. Para a

espécie

E. hellem

a percentagem mais elevada de infecção nos Passeriformes

(42,9%; 3/7), não apresentou significância estatística. A caracterização do

locus ITS rRNA

, dos 32 isolados, pertencentes à espécie

E. bieneusi

, revelou a

presença do genótipo Peru6 descrito pela primeira vez em humanos, no Peru,

e foi caracterizado pela primeira vez o genótipo PtEbII muito semelhante ao

Peru6, com uma única alteração nucleotídica (G para A) junto da extremidade

3’ do fragmento amplificado por PCR. Em pombos registou-se a presença

simultânea dos dois genótipos. Nos 12 isolados de

E. hellem

identificados nas

amostras fecais e/ou conteúdo intestinal e numa raspagem da traqueia da

população de aves analisada, e caracterizados com recurso à sequenciação

nucleotídica do fragmento do gene da

SSU rRNA

, verificou-se 99% a 100% de

homologia genética das sequências obtidas com sequências do gene da

SSU

rRNA

, previamente reportadas no homem e em aves (genótipos 1 e 2). No

interior das regiões alvo, registaram-se três locais polimórficos, que permitem