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tratamento com menos tempo de abstinência, digamos até 7 dias sem beber,

revelou-se associado a melhor prognóstico nomeadamente no tempo até à

primeira recaída em consumo pesado (HR=0,32; p<0,05), mais gravidade da

história de consumo indicada pelo doente consumir álcool de manhã e/ou antes

do almoço revelou-se associado a melhor prognóstico, nomeadamente na

abstinência de qualquer quantidade de álcool (OR=3,01; p<0,05), os doentes

com valor de avaliação hepática GGT aumentada face ao limite normal

revelaram pior prognóstico ao nível do tempo até à primeira recaída em

consumo pesado (HR=2,48; p<0,05), os doentes com pelo menos 5 dos 11

problemas ligados ao álcool questionados no

Alcohol Related Problems

Questionnaire

na admissão, revelaram pior prognóstico nomeadamente no

tempo cumulativo de abstinência acima da média dos doentes (OR=0,04;

p<0,01). Durante os 6 meses de tratamento, os factores de prognóstico que se

revelaram estatisticamente significativos após análise de regressão múltipla

foram; a toma de Dissulfiram por um período de pelo menos 120 dias, que se

revelou associado a melhor prognóstico relativamente ao tempo cumulativo de

abstinência acima da média dos doentes (OR=18,88; p<0,01) e o doente ter

pelo menos 1 problema ligado ao álcool aos 6 meses (OR=0,16; p<0,001), o

doente ter tomado Dissulfiram por um período inferior a 120 dias, que se

revelou associado a pior prognóstico em todas as variáveis de resultado, ou

sejam, o tempo até à primeira recaída em consumo pesado (HR=15,00;

p<0,001), a abstinência de consumo pesado (OR=0,062; p<0,001), a

abstinência de qualquer quantidade (OR=0,05; p<0,001), o tempo cumulativo

de abstinência acima da média dos doentes (OR=0,08; p<0,05), o tempo

máximo de recaída superior a 1 dia (OR=15,60; p<0,01) e ter pelo menos 1

problema ligado ao álcool aos 6 meses (OR=5,25; p<0,05), os doentes com

indicação para Acamprosato tiveram pior prognóstico ao nível do tempo até à

primeira recaída em consumo pesado (HR=2,60; p<0,05), os doentes que

realizaram pelo menos 4 das 7 consultas previstas para os 6 meses tiveram

melhor prognóstico relativamente à abstinência em consumo pesado

(OR=9,10; p<0,001), abstinência de qualquer quantidade (OR=5,56; p<0,001),

tempo cumulativo de abstinência acima da média (OR=177,50; p<0,001) e o

doente ter pelo menos 1 problema ligado ao álcool aos 6 meses (OR=0,07;

p<0,001), o doente ter pelo menos 2,5 de média nas fases da sua consulta

(podendo variar as fases entre 1 e 4) têm melhor prognóstico ao nível do tempo

até à primeira recaída em consumo pesado (HR=0,28; p<0,01), abstinência de

consumo pesado (OR= 2,80; p<0,05), abstinência de qualquer quantidade

(OR=3,24; p<0,05) e tempo máximo de recaída superior a 1 dia (OR=0,21;

p<0,01), os doentes com indicação para ansiolíticos sejam eles

Benzodiazepinas ou Buspirona tiveram pior prognóstico no tempo até à

primeira recaída em consumo pesado (HR=2,12; p<0,05).

Conclusões:

em termos de políticas de saúde, este estudo permite concluir

que durante o tratamento ambulatório devem ser valorizados o recurso

farmacológico Dissulfiram com tempo de toma nunca inferior a 120 dias, a

realização de um maior número de consultas previsto para o doente e a

utilização de mais de duas fases nas consultas. Este estudo também revela

que os prestadores de tratamento devem ter atenção aos doentes com

indicação para a toma de ansiolíticos. Relativamente aos factores relevantes na

admissão ao tratamento ambulatório, este estudo permite-nos concluir que

deve haver maior preocupação dos prestadores de tratamento relativamente às

mulheres alcoólicas, aos doentes com nível socioeconómico mais baixo e

doentes sem emprego a tempo inteiro nem vínculo, pois são factores que se

revelaram associados a pior prognóstico. Também, os prestadores de