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que mostraram ter as mesma características e ligeiramente melhores valores

de ajustamento aos dados.

Foram também investigados os mesmos modelos restringindo os dados aos

meses de Maio e Setembro na procura de identificar pistas que indicassem o

melhor limiar dinâmico. Verificou-se que mesmo na ausência dos meses com

as grandes ondas de calor e os respectivos impactos na mortalidade as

mesmas características emergiam nesta abordagem.

Verificou-se que os modelos apresentaram coeficientes de ajustamento entre

50% (limiar fixo) e 68,9% (limiares dinâmicos).

Os modelos com limiar dinâmico com crescimento gradual no princípio do

Verão começando nos 29ºC e aumentando semanalmente 1ºC até atingir 35ºC

(modelo IV) mostraram ter o melhor ajustamento. Este facto é compatível com

uma adaptação a curto-prazo dos indivíduos à evolução de aumento das

temperaturas ao longo do Verão.

O modelo IV mostrou ter elevados valores de especificidade (acima de 99%),

elevados valores preditivos negativos (acima de 99%) e elevada probabilidade

correcta de indicação de excesso de mortalidade apenas com base nas

temperaturas do ar (99,7%).

Estudo 3 - Construção de modelos regionais de previsão da mortalidade

associada ao calor

Com base nas temperaturas máximas e mínimas do ar e da mortalidade

“todas as causas” por distrito foram estabelecidas quatro regiões (conjuntos de

distritos contíguos) homogéneas.

Foi definida uma temperatura de referência para cada região consistindo

esta na temperatura do distrito que apresentava melhor correlação com as

temperaturas de todos os restantes distritos do grupo.

Foram estudados seis modelos para cada região para a mortalidade “todas

as causas” de todos os grupos etários. E, foram estudados os mesmos seis

modelos para cada região para a mortalidade “todas as causas” de todos dos

indivíduos com 75 ou mais anos de idade. Globalmente observou-se:

o Todos os modelos obtidos se constituíram válidos para a relação entre

ocorrência de calor e a mortalidade;

o O modelo regional que ensaiava o uso da temperatura do ar de apenas um

dos distritos (temperatura referência) – modelo R V - mostrou ser o menos

adequado;

o Os melhores modelos regionais obtidos incluíram sempre as temperaturas da

maioria ou de todos os distritos da respectiva região;

o Todos os modelos incluíram as variáveis STA e STAG do próprio dia e do dia

anterior;

o Todos os modelos incluíram os limiares fixos de 32ºC e 35ºC;

o Todos os modelos apresentaram valores elevados de especificidade;

o Todos os modelos apresentaram óptimos valores de sensibilidade;

o Todos os modelos revelaram muito bons valores de decisão correcta (acima

de 99%) com o modelo R I – modelo que incluiu informação das grandes ondas

de calor de 1981, 1991 e 2003, dois limiares fixos de temperatura 32ºC e 35ºC,

as temperaturas de todos os distritos e as variáveis STA, STAG e EXC