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diferentes limiares de temperatura, mas globalmente com a mesma capacidade
de assinalar correctamente um dia de Verão como sendo ou não um dia de
onda de calor.
Foi demonstrada a possibilidade de estabelecer um sistema de vigilância de
ondas de calor de âmbito nacional, com base em modelos de previsão
estabelecidos para quatro regiões (conjuntos de distritos contíguos) definidas
com base nas proximidades estatísticas das temperaturas máximas e mínimas
dos distritos e nos respectivos números de óbitos por “todas as causas”, e num
único índice que sumariza os resultados dos diferentes modelos de previsão
para as regiões.
Cada um dos estudos levado a cabo respondeu a um conjunto de objectivos
específicos cujos resultados foram sumariamente os seguintes:
Estudo 1 - Estudo da distribuição das temperaturas do ar do distrito de
Lisboa e em Portugal Continental
Foram definidos limiares teóricos para as temperaturas do ar cuja média
aritmética nas semanas de 18 a 40 do ano civil rondou os 31ºC.
As temperaturas de Verão têm um padrão bem definido ao logo das
semanas. As temperaturas aumentam até por volta das semanas 30-32 e
voltam a decrescer posteriormente ao longo do término do período de Verão.
Com base na distribuição geográfica (por distritos) dos percentis de 97,5%
das temperaturas por distrito verificou-se que no Verão (de Maio a Setembro)
Portugal apresenta um gradiente Norte-Sul, com Sul a tender ser mais quente
(com a zona costeira do Algarve a escapar a esta tendência), e um gradiente
Litoral-Interior, onde o litoral tende a ser mais “fresco” que o Interior.
As temperaturas de todos os distritos de Portugal Continental demonstraram
ser matematicamente modeláveis da mesma forma.
Estudo 2 - Construção de modelos de previsão de mortalidade para o
Distrito de Lisboa com base nas temperaturas do ar
Foram apresentadas e discutidas quatro propostas de limiares, construídos
com base nas temperaturas do ar de Lisboa, para o estabelecimento de níveis
de risco de impacto o calor na mortalidade. Estas propostas introduziram o
aspecto novo de considerar limiares dinâmicos (com variação ao longo de
período de tempo entre Maio e Setembro).
Foram estudadas as propriedades do modelo para relação calor-mortalidade
previamente estabelecido em Portugal. A adaptação deste modelo para a
metodologia adoptada nesta dissertação mostrou que o modelo já dispunha de
boas propriedades estatísticas com um R2-ajustado de 50,8%, porém sem
normalidade dos resíduos (diferença entre valores de mortalidade observada e
prevista pelo modelo).
Mostrou-se a diferença conceptual entre a nova variável STAG e a variável
Sobrecarga Térmica Acumulada (STA) que já existia anteriormente.
Foram estabelecidos, usando Regressão linear múltipla, quatro modelos que
incluíram limiares de temperatura fixos (modelo I) e dinâmicos (modelos II a
IV), incluíram as variáveis STA e STAG para a mortalidade “todas as causas”
de toda a população (todas as idades).
Foram estabelecidos, de igual modo, quatro modelos similares para a
mortalidade “todas as causas” da população com 65 ou mais anos de idade