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4. Construção de um índice-ÍCARO nacional e definição de um sistema

nacional de vigilância de ondas de calor;

5. Construção de um sistema de vigilância diária da mortalidade em Portugal;

e,

6. Avaliação da vigilância nacional de ondas de calor.

No que respeita a métodos: procedeu-se ao estudo da distribuição das

temperaturas ao longo do período de Maio a Setembro e no espaço geográfico

de Portugal continental (estudo 1); definiram-se novas propostas para a

medição do impacto das ondas de calor na mortalidade e na morbilidade

(estudos 2, 3 e 6); elaboraram-se novos Modelos de Regressão Linear Múltipla,

usando o pacote estatístico SPSS/PASW Statistics (versões 15 a 18) e a

plataforma R (estudos 2 e 3); e implementaram-se Sistemas de Vigilância de

Ondas de Calor (integrando os modelos de previsão regionais obtidos,

definições e propriedades de índices definidos) (estudo 4) e de mortalidade a

nível nacional (estudo 6); a avaliação do sistema de vigilância de ondas de

calor nacional foi feita usando os dados de mortalidade de 2007 a 2009 (estudo

6), consistindo na análise detalhada dos períodos de calor identificados pelo

sistema de vigilância de ondas de calor no Verão do ano de 2009, no cálculo

dos respectivos excessos de mortalidade usando o sistema de vigilância diário

da mortalidade portuguesa e na discussão das múltiplas estimativas de

excesso de mortalidade obtidas.

Resultados

:

Do trabalho desenvolvido os principais resultados foram a obtenção de

modelos de previsão da mortalidade associada à ocorrência de calor para o

distrito de Lisboa, por regiões (conjuntos de distritos) e para as respectivas

populações mais idosas com boas características estatísticas – bons níveis de

ajustamento aos dados subjacentes –, e boas qualidades de identificação de

níveis moderados e muito elevados de mortalidade no conjunto de 23 anos

(1981 a 2003, 8399 dias), donde se destacam elevados valores de

especificidade; valores de sensibilidade que podem ser considerados óptimos;

e valores muito elevados de probabilidade correcta de decisão, isto é, com

probabilidade de afirmar correctamente que um dia é, ou não é, um dia com

excesso de mortalidade, na ordem dos 99,5%.

Foram feitos contributos, muito específicos, para a modelação dos impactos

das ondas de calor na mortalidade: a definição da variável

Sobrecarga Térmica

Acumulada Generalizada

(STAG) com

limiar dinâmico de temperatura

resultou

particularmente bem para a previsão da mortalidade associada ao calor na

região de Lisboa, estabelecendo uma ponte entre uma hipótese de adaptação

gradual das populações ao aumento progressivo das temperaturas ao longo do

Verão e as referências na literatura que indicam maiores impactos de ondas de

calor de acordo com a sua precocidade no Verão; o estabelecimento de

modelos de previsão regionais trouxe também conhecimentos adicionais

importantes como a definição clara de que o uso das temperaturas de todos os

distritos da região é preferível a uma única temperatura de referência, que o

uso de múltiplos limiares fixos de temperatura por região é uma solução

exequível, que as variáveis sobrecarga térmica acumulada (generalizada e não

generalizada) demonstram importância também ao nível regional; verificou-se

ainda que a definição de modelos para a mortalidade do grupo etário dos 75 ou

mais anos, não indicou diferenças substanciais para o racional obtido para a

mortalidade total, observou-se que os modelos tenderam a ser um pouco mais

explicativos, ligeiramente menos complexos, com eventuais necessidades de