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S61

Suplemento dos Anais do IHMT

dados, pois os gestores municípios tinham dúvidas das IES

quanto à sua capacidade, condições operacionais e conheci-

mentos sobre a Atenção Básica.

O PMAQ, desde 2011, foi apoiado e, detalhadamente acom-

panhado, pela então Presidenta da República Dilma Rousseff

e sua equipa, como estratégia de sustentação política para

aumentar os recursos à Atenção Básica, desenvolver ações

que induzissem a melhoria da qualidade através de avaliação

em intervalo de 2 anos e aumentar a capacidade dos prefeitos

na sua captação.

A proposta foi induzir qualidade mediante processos estru-

turados, cíclicos e permanentes de monitoramento e avalia-

ção. Esta proposta foi ampliada no 2º ciclo com a inclusão do

Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Havia certa tensão e

contradições entre MS, secretarias municipais e IES quanto

à conceção da avaliação externa e, principalmente, quanto à

certificação, por ter características “duras” nesse desenvolvi-

mento, ao exigir um padrão mínimo de qualidade e repasse

de recursos condicionados a qualidade verificada no proces-

so avaliativo e de certificação.

O campo teórico metodológico estava nos debates perma-

nentes da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde e

no conjunto das seis, e posteriormente, oito universidades,

que aceitaram o chamamento à avaliação externa, sendo es-

tas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universi-

dade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Universidade Federal do Piauí, Univer-

sidade Federal de Sergipe, Universidade Federal da Bahia,

Fiocruz - Escola Nacional de Saúde Pública e Universidade

Federal de Pelotas, envolvendo mais de 48 IES.

O montante de recursos empregados demonstra a sua im-

portância e centralidade para o DAB. No primeiro ciclo

investiu-se dezoito milhões de reais; no segundo, trinta mi-

lhões; e para o terceiro ciclo estimam-se cinquenta milhões

dos 2,2 bilhões de reais do orçamento geral do PMAQ. No

3º ciclo há aumento no número de equipas que se submeterá

à avaliação externa e a introdução de componente qualita-

tivo.

Os resultados dos processos avaliativos serão disseminados

através de relatórios descritivos, analíticos, retratos da aten-

ção básica e a publicitação dos microdados da avaliação ex-

terna.

Carlos Armando Lopes do Nascimento

O papel indutor do departamento de regulação

e controle do Ministério da Saúde (DRAC/MS)

O início do Programa Nacional de Avaliação dos Servi-

ços de Saúde (PNASS), ocorreu na gestão do Ministro

da Saúde Alexandre Padilha (01/01/11 a 02/02/2014)

e foi executado na gestão do Ministro Arthur Chioro

(03/02/2014 a 2/10/2015). Atualmente, está na fase de

análise dos dados recolhidos em 2015 pelas Universidades

que participaram do processo de levantamento de dados

in loco

.

Adotou-se a logística nos moldes do Programa de Me-

lhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), contando com

quatro universidades oriundas do PMAQ (Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal

de Minas Gerais, Universidade Federal de Pelotas, a Uni-

versidade Federal do Rio Grande do Sul) e a Universidade

de Brasília, para aplicação do Roteiro de Itens de Verifi-

cação.

O processo de avaliação no Ministério da Saúde come-

çou com o Programa Nacional de Avaliação dos Serviços

Hospitalares, em 1998 que pretendia trabalhar todos os

hospitais. O seu foco na saúde mental levantou subsídios

para o movimento de deshospitalização.

Em 2004, já com o nome de PNASS, contou com parti-

cipação do DRAC, Agência Nacional de Vigilância Sani-

tária (ANVISA) e Departamento Nacional de Auditoria

do Sistema Único de Saúde (DENASUS). O documento

avaliativo foi centrado na Vigilância Sanitária e aplicado

pela própria gestão.

No final de 2013, a equipa técnica do MS, articulada com

as Universidades e técnicos com experiência reconheci-

da na área hospitalar, elaborou o documento, com base

no

layout

anterior, para avaliar estabelecimentos de alta e

média complexidade, mas com modificação no conteúdo

centrando nos aspetos da gestão no contexto das Redes de

Atenção à Saúde.

Atualmente, o PNASS busca consolidar o processo de

avaliações sistemáticas dos estabelecimentos de atenção

especializados em saúde, ambulatoriais e hospitalares e

conhecer o perfil da gestão dos estabelecimentos. O mais

importante papel do PNASS é o de regulador e indutor de

uma cultura de avaliação na área de saúde no SUS. Além

disso, fornecer ao gestor um instrumento para que possa

aplicá-lo e até aperfeiçoá-lo, até mesmo para estabeleci-

mentos não enquadrados nos atuais critérios de seleção

definidos pelo MS que foram: estabelecimentos que re-

cebiam incentivos através de adesão e contratualização,

estabelecimentos habilitados emTerapia Renal Substituti-

va, Redes de Urgência e Emergência, Unidades de Pronto

Atendimento, Redes Cegonhas, Centros Especializados

de Reabilitação, Oncologia e hospitais de natureza jurí-

dica

pública municipal, estadual e federal. Um total de

2.589 estabelecimentos que se localizam em 1051 muni-

cípios. As Universidades foram responsáveis pela seleção

dos avaliadores e aplicação do instrumento em formato

eletrónico instalado em

tablet

, transferindo os dados

onli-

ne

para o banco do

DATASUS.

Estruturalmente, o instrumento compõe-se de 3 verten-

tes: a primeira consiste num Roteiro de Itens de Verifica-

ção com cinco blocos (gestão organizacional, apoio técni-

co e logístico à produção do cuidado, gestão de atenção

à saúde do cuidado, serviços/unidades específicas e assis-