S59
Suplemento dos Anais do IHMT
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde na modalidade
à distância.
Realça-se que o grande desafio do ObservatórioRH/UFRN,
desde a sua criação, é a produção de conhecimento e infor-
mação para a gestão, assim como a sua divulgação. Quanto
a este último ponto, os avanços tecnológicos ocorridos têm
permitido promover a divulgação dos resultados dos estudos
de forma mais rápida. Nesse sentido, apresentou-se o novo
site do ObservatórioRH. Nele, podem ser encontrados os
projetos de pesquisa, relatórios dessas pesquisas e dos cursos
realizados, uma biblioteca com artigos, dissertações teses,
monografias e outros, uma videoteca, um setor de entrevis-
tas, um setor de notícias e outras ferramentas que conduzem
a navegação no universo da área de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde, ou Recursos Humanos em Saúde.Tam-
bém é necessário realçar as produções impressas: o obser-
vatório tem vários livros publicados com os resultados dos
estudos realizados.
Como já foi dito, o observatório conta desde o início com a
parceria da OPAS, que coordena a rede de observatório no
âmbito internacional e do Ministério da Saúde, no âmbito
nacional.
Além desses parceiros, temos investido nas parcerias com
as Secretarias Municipais de Saúde, Secretaria Estadual de
Saúde, Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Rio
Grande do Norte (COSEMS/RN), diversos setores dentro
da UFRN e com os observatórios de recursos humanos que
integram a rede brasileira.
Enfim, temos uma história de avanços, mas também com
muitos desafios a serem enfrentados, especialmente aque-
les relacionados ao trabalho em rede. A construção em rede
constitui ainda muitas dificuldades, não apenas a nível nacio-
nal, mas também na América latina.Tais dificuldades não são
apenas financeiras, mas estão principalmente relacionadas
com a cultura institucional, que dificulta o estabelecimen-
to de parcerias, de partilha do conhecimento, da articulação
entre observatórios.
Oficina:
Observatório de Políticas e Sistemas de
Saúde: construindo a viabilidade
e singularidade no nordeste brasileiro
A oficina teve como objetivo discutir a viabilidade de criação
de um Observatório de Políticas e Sistemas de Saúde que
agregue profissionais parceiros da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), de universidades de outros
Estados da região Nordeste do Brasil e de instituições de
saúde. Outros movimentos na mesma direção vinham sendo
promovidos, pela UFRN, desde dezembro de 2015 e a mesa
redonda “Observatórios de Sistemas de Saúde: estratégia,
alcance, interface com a avaliação de saúde”, que abordou
as experiências dos observatórios de sistemas de saúde no
Brasil e em Portugal, durante o I Simpósio Internacional de
Meta-avaliação e Gestão do Conhecimento em Políticas de
Saúde, foi mais uma iniciativa para contribuir para a discus-
são da ideia e da sua viabilidade.
A discussão em grupos seguiu um roteiro prévio que permi-
tiu tratar a conceção do observatório, qual função a que se
destinaria, que objetivos perseguiria, como seria a sua estru-
tura, financiamento e operacionalização.
Houve menção de que o observatório deveria observar, ana-
lisar, avaliar, relatar e divulgar informações a partir de eixos
temáticos contribuindo para iniciativas de gestão com me-
lhor possibilidade de impacto social. Realçou-se a pertinên-
cia de, dentro do contexto atual, se relacionar, integrar e
compartilhar informações.
Acerca do que observar, a discussão apresentou várias con-
siderações: partiria de estudos de grupos de pesquisas nas
instituições de ensino, bem como, da realidade de serviços e
de pautas que os vários observatórios estariam trabalhando,
o que serviria de base à colaboração quanto a determinado
tema. Por outro lado, foi recomendado que o observatório
não deveria somente estar relacionado com as pesquisas mas
também com os usuários do Sistema Único de Saúde, pro-
movendo um empoderamento desses quanto aos direitos so-
ciais. Manifestações ainda relativas à atuação do observatório
a partir de um levantamento de problemas e singularidades
de cada Estado de onde seriam gerados temas para uma aná-
lise regional. Foi sinalizada a oportunidade e a pertinência
de enfocar as políticas de avaliação de serviços do Ministério
da Saúde do Brasil, e seus resultados, assim como, a Aten-
ção Primária à Saúde, em especial, a Estratégia de Saúde da
Família e a formação dos profissionais e gestores de saúde,
dentre outros pontos que fazem parte da experiência de tra-
balho e formação dos componentes do grupo.
A forma de divulgação das informações abrangeria os jor-
nais, publicações em revistas, relatórios anuais, redes sociais,
sites institucionais de instituições e entidades, além do site
oficial do observatório. Um levantamento de singularidades
de cada Estado e posteriormente gerar temas para uma aná-
lise regional.
Foi enfatizado que o observatório fortalece a aproximação
entre academia e serviço, potencializa a existência de re-
des entre as instituições públicas e privadas e pode fornecer
suporte às ações, tornando pública a produção do conheci-
mento de uma forma rápida, o que orientaria a tomada de
decisão por parte dos gestores.
Mencionou-se a necessidade de estrutura física e de recursos
humanos mínimos para que o observatório se torne acessível
ao público em geral, assim como, do financiamento, deven-
do os recursos partir da esfera pública, assegurando-se, con-
tudo, a autonomia em relação ao governo. É imprescindível
que o órgão responsável pelo financiamento não interfira no
processo de desenvolvimento do observatório.
No tocante à realidade do Nordeste, chamou-se a atenção,
como um grande desafio para o trabalho do observatório,