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preparar 200 médicos para a preceptoria em saúde da família
para dar conta das necessidades do programa “Mais Médicos”
e da expansão da residência, que aproximam bem as demandas
e os estímulos das pesquisas com o Ministério da Saúde. Essa
integração entre pesquisa e ensino também permitiu o desen-
volvimento do Curso de Especialização em Saúde da Família a
partir dos subsídios da pesquisa.
As parcerias feitas entre as Universidades, o Ministério da Saú-
de (MS), a Organização Pan-americana de Saúde, a Associação
Brasileira de Saúde Coletiva e a Rede de Pesquisa em Atenção
Primária em Saúde, estreitam as relações de ensino, pesquisa e
gestão, além de funcionarem como incentivadores desse desen-
volvimento académico.
O protagonismo das Universidades gerou a qualificação dos
pesquisadores, além de propiciar domínio de conhecimento de
todo o ciclo de uma avaliação, de planear, conduzir, recolher e
analisar os dados.Além de desenvolver os instrumentos.Assim,
as Universidades foramprimordiais para uma maior qualificação
brasileira na área de avaliação em Saúde.
Essa parceria gerou também resultados académicos concretos,
como artigos científicos, capítulos de livro, dissertações, traba-
lhos de conclusão de curso e produção de teses. A divulgação
desse conhecimento produzido foi feita por meio de informa-
tivos, na tentativa de levar um pouco do que estava nos artigos
científicos ou nos capítulos de livros de forma mais “amigável”
para a gestão e profissionais de saúde, além de alcançar também
os serviços na “ponta” da rede (descentralizados).
Para o futuro, deseja-se a continuidade da estratégia do Progra-
ma de Melhoria doAcesso e da Qualidade daAtenção Básica e da
parceria com as Universidades, que ajudou na consolidação dos
grupos de pesquisa e não só na execução de avaliações, mas tam-
bém na formulação de muitas políticas e programas de saúde.
Esses programas de estudos e pesquisas, em parceria com as
Universidades estão ajudando na formação de recursos humanos
na área, a construir parcerias com fomento a grupos de pesquisa
com produção científica consistente e há progresso na integra-
ção da pesquisa com atividades de ensino e desenvolvimento de
materiais/inovação tecnológica em benefício da população atra-
vés da melhoria da qualidade da atenção, num“círculo virtuoso”
da avaliação em saúde.Temos que avaliar e fazer meta-avaliação
para o resultado ser direcionado para a sociedade.
Alice da Costa Uchoa
Departamento de Saúde Coletiva, Universidade Fede-
ral do Rio Grande do Norte, Brasil
Alice Uchoa fez um balanço inicial da trajetória académica na
área de avaliação em saúde da base de pesquisa “Estudo em Saú-
de Coletiva” da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), desde os momentos iniciais em 2004 com Estudos
de Linha de Base – Programa de Expansão da Saúde da Família
com decisivo apoio institucional e intelectual da Prof.ª Zulmi-
ra Hartz. No Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade
da Atenção Básica (PMAQ-AB) a UFRN foi responsável pelo
recorte da Tecnologia da Informação (TI) com duplo papel de
desenvolvedora e usuária o que trouxe a questão da meta-ava-
liação.
Para retratar esta questão foi apresentada uma síntese da sua pes-
quisa de pós-doutoramento no Instituto de Higiene e Medicina
Tropical da Universidade Nova de Lisboa, sob supervisão das
professoras Inês Fronteira e Zulmira Hartz. Este trabalho obje-
tivou avaliar, com base em parâmetros internacionais de meta-
-avaliação, a contribuição da aplicação deTI para a credibilidade
e confiabilidade da Avaliação Externa do PMAQ-AB do Brasil.
O método usado foi Estudo de Caso qualitativo e ocorreu en-
tre janeiro a março de 2016, em Lisboa, Portugal. A amostra
foi intencional com 42 sujeitos, incluindo 3 representantes do
PMAQ no Ministério da Saúde e 39 pesquisadores do PMAQ
(33 internos da UFRN e 6 externos) além de 9 desenvolvedores
de sistema. Os s
oftwares
avaliados foram aplicativo, validador
on-
line
, sistemas de perguntas e respostas, relatórios semanais
online
e
Redmine
. As técnicas de recolha foram a análise documental,
entrevistas semiestruturadas via
com representantes do
Ministério da Saúde e pesquisadores e Grupo Focal via
web
com
os desenvolvedores. O roteiro foi adaptado do
check-list
do
Joint
Comittee on Standards for Education Evaluation
[9] e previamente
validado por Painel de Especialistas e Delphi. Contemplaram as
dimensões de utilidade, factibilidade, propriedade, acurácia, fa-
cilidades e dificuldades e a análise foi de conteúdo temático. Os
resultados demonstraram envolvimento dos interessados por
meios não estruturados, especialidade da equipa, amplo escopo
para a atenção primária à saúde, praticidade da coleta
offline
, en-
via e validação
online
. Como desafios destacam-se: os problemas
de conectividade local; resistências de pesquisadores; diversas
mudanças do aplicativo; fragilidade na capacitação dos entrevis-
tadores; relatórios quantitativos; sistema de validação externa ao
aplicativo com dificuldades de fluxo, envios repetidos, exigência
de confirmação da validação pelo pesquisador; pouca utilização
do
Redmine
. Sugeriu-se incrementar a motivação dos pesquisa-
dores, ênfase no treinamento com uso dos
softwares
em situa-
ções reais; maior articulação dos fluxos de recolha e análise das
informações e principalmente um sistema de validação interna
ao aplicativo.
AntônioThomaz Gonzaga da Matta Machado
Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
A avaliação da Atenção Primária em Saúde (APS) encontra-se
disseminada no contexto internacional de vários países, entre
os quais destaca-se: Canadá, Reino Unido, Espanha, Portugal e
outros países da União Europeia. No Brasil, a avaliação da APS
surge mais intensamente no contexto da forte expansão da Es-
tratégia Saúde da Família. O Programa de Melhoria do Acesso
e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) [10] a partir de
2011 é considerado inovação no âmbito internacional em fun-
ção da grande dimensão do território brasileiro e da nossa aten-
Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento