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S64

preparar 200 médicos para a preceptoria em saúde da família

para dar conta das necessidades do programa “Mais Médicos”

e da expansão da residência, que aproximam bem as demandas

e os estímulos das pesquisas com o Ministério da Saúde. Essa

integração entre pesquisa e ensino também permitiu o desen-

volvimento do Curso de Especialização em Saúde da Família a

partir dos subsídios da pesquisa.

As parcerias feitas entre as Universidades, o Ministério da Saú-

de (MS), a Organização Pan-americana de Saúde, a Associação

Brasileira de Saúde Coletiva e a Rede de Pesquisa em Atenção

Primária em Saúde, estreitam as relações de ensino, pesquisa e

gestão, além de funcionarem como incentivadores desse desen-

volvimento académico.

O protagonismo das Universidades gerou a qualificação dos

pesquisadores, além de propiciar domínio de conhecimento de

todo o ciclo de uma avaliação, de planear, conduzir, recolher e

analisar os dados.Além de desenvolver os instrumentos.Assim,

as Universidades foramprimordiais para uma maior qualificação

brasileira na área de avaliação em Saúde.

Essa parceria gerou também resultados académicos concretos,

como artigos científicos, capítulos de livro, dissertações, traba-

lhos de conclusão de curso e produção de teses. A divulgação

desse conhecimento produzido foi feita por meio de informa-

tivos, na tentativa de levar um pouco do que estava nos artigos

científicos ou nos capítulos de livros de forma mais “amigável”

para a gestão e profissionais de saúde, além de alcançar também

os serviços na “ponta” da rede (descentralizados).

Para o futuro, deseja-se a continuidade da estratégia do Progra-

ma de Melhoria doAcesso e da Qualidade daAtenção Básica e da

parceria com as Universidades, que ajudou na consolidação dos

grupos de pesquisa e não só na execução de avaliações, mas tam-

bém na formulação de muitas políticas e programas de saúde.

Esses programas de estudos e pesquisas, em parceria com as

Universidades estão ajudando na formação de recursos humanos

na área, a construir parcerias com fomento a grupos de pesquisa

com produção científica consistente e há progresso na integra-

ção da pesquisa com atividades de ensino e desenvolvimento de

materiais/inovação tecnológica em benefício da população atra-

vés da melhoria da qualidade da atenção, num“círculo virtuoso”

da avaliação em saúde.Temos que avaliar e fazer meta-avaliação

para o resultado ser direcionado para a sociedade.

Alice da Costa Uchoa

Departamento de Saúde Coletiva, Universidade Fede-

ral do Rio Grande do Norte, Brasil

Alice Uchoa fez um balanço inicial da trajetória académica na

área de avaliação em saúde da base de pesquisa “Estudo em Saú-

de Coletiva” da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN), desde os momentos iniciais em 2004 com Estudos

de Linha de Base – Programa de Expansão da Saúde da Família

com decisivo apoio institucional e intelectual da Prof.ª Zulmi-

ra Hartz. No Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade

da Atenção Básica (PMAQ-AB) a UFRN foi responsável pelo

recorte da Tecnologia da Informação (TI) com duplo papel de

desenvolvedora e usuária o que trouxe a questão da meta-ava-

liação.

Para retratar esta questão foi apresentada uma síntese da sua pes-

quisa de pós-doutoramento no Instituto de Higiene e Medicina

Tropical da Universidade Nova de Lisboa, sob supervisão das

professoras Inês Fronteira e Zulmira Hartz. Este trabalho obje-

tivou avaliar, com base em parâmetros internacionais de meta-

-avaliação, a contribuição da aplicação deTI para a credibilidade

e confiabilidade da Avaliação Externa do PMAQ-AB do Brasil.

O método usado foi Estudo de Caso qualitativo e ocorreu en-

tre janeiro a março de 2016, em Lisboa, Portugal. A amostra

foi intencional com 42 sujeitos, incluindo 3 representantes do

PMAQ no Ministério da Saúde e 39 pesquisadores do PMAQ

(33 internos da UFRN e 6 externos) além de 9 desenvolvedores

de sistema. Os s

oftwares

avaliados foram aplicativo, validador

on-

line

, sistemas de perguntas e respostas, relatórios semanais

online

e

Redmine

. As técnicas de recolha foram a análise documental,

entrevistas semiestruturadas via

e-mail

com representantes do

Ministério da Saúde e pesquisadores e Grupo Focal via

web

com

os desenvolvedores. O roteiro foi adaptado do

check-list

do

Joint

Comittee on Standards for Education Evaluation

[9] e previamente

validado por Painel de Especialistas e Delphi. Contemplaram as

dimensões de utilidade, factibilidade, propriedade, acurácia, fa-

cilidades e dificuldades e a análise foi de conteúdo temático. Os

resultados demonstraram envolvimento dos interessados por

meios não estruturados, especialidade da equipa, amplo escopo

para a atenção primária à saúde, praticidade da coleta

offline

, en-

via e validação

online

. Como desafios destacam-se: os problemas

de conectividade local; resistências de pesquisadores; diversas

mudanças do aplicativo; fragilidade na capacitação dos entrevis-

tadores; relatórios quantitativos; sistema de validação externa ao

aplicativo com dificuldades de fluxo, envios repetidos, exigência

de confirmação da validação pelo pesquisador; pouca utilização

do

Redmine

. Sugeriu-se incrementar a motivação dos pesquisa-

dores, ênfase no treinamento com uso dos

softwares

em situa-

ções reais; maior articulação dos fluxos de recolha e análise das

informações e principalmente um sistema de validação interna

ao aplicativo.

AntônioThomaz Gonzaga da Matta Machado

Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil

A avaliação da Atenção Primária em Saúde (APS) encontra-se

disseminada no contexto internacional de vários países, entre

os quais destaca-se: Canadá, Reino Unido, Espanha, Portugal e

outros países da União Europeia. No Brasil, a avaliação da APS

surge mais intensamente no contexto da forte expansão da Es-

tratégia Saúde da Família. O Programa de Melhoria do Acesso

e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) [10] a partir de

2011 é considerado inovação no âmbito internacional em fun-

ção da grande dimensão do território brasileiro e da nossa aten-

Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento