S70
Ilustres convidados, caros amigos e colegas,
dou-vos as boas vindas ao IHMT.
Estimados alunos, como sempre, neste dia, as minhas pa-
lavras, nesta abertura solene do nosso ano letivo são-vos
especialmente dedicadas.
Ano após ano, desde 2010, quando primeiro assumi a di-
reção desta Instituição Centenária, tenho reiterado que
escolhem bem quando escolhem estudar connosco.
Fazemos ciência de excelência local e globalmente re-
levante, o que se reflete nos problemas científicos que
abordamos, na crescente produtividade científica dos
vossos Professores e no impacto cada vez maior das nos-
sas publicações.
Esta investigação faz-se num Centro de Excelência da
Fundação para a Ciência e Tecnologia, que já conhecem,
ou ficarão a conhecer - o GHTM, liderado pelo subdire-
tor Professor Henrique Silveira apoiado por uma equipa
de gestão científica que envolve os professores e inves-
tigadores, Sónia Dias, Isabel Maurício, Miguel Viveiros,
Luís Lapão e João Pinto.
Os nossos cursos têm uma procura cada vez maior, maio-
ritariamente de uma lusofonia dispersa por todos os con-
tinentes, mas também, cada vez mais, por estudantes não
lusófonos que reconhecem as vantagens no mundo atual,
de ter uma qualificação de qualidade, em Língua Portu-
guesa.
Para correspondermos a esta procura e para irmos ao
encontro de profissionais que, pela escassez de recursos
humanos, não conseguem sair dos seus países para, fisica-
mente, estarem presentes nas aulas, temos apostado com
empenho em mecanismos que permitem a aprendizagem
à distância, nomeadamente por
e-learning
ou criando as
condições para participação nas aulas através de
strea-
ming
.
A adesão às nossas ofertas reflete-se numa significativa
percentagem de alunos estrangeiros o que nos permite
assumirmo-nos como a mais internacional das unidades
orgânicas da Nova.
Partilharão a vossa aprendizagem com um corpo docen-
te envolvido com grandes causas nacionais e internacio-
nais.
Nesse corpo docente têm professores e investigadores na
linha da frente do combate às ameaças globais à saúde, na
Madeira, no Brasil, em Cabo Verde, em Moçambique, na
Guiné Bissau e em Angola onde combatemos no terreno,
surtos de febre amarela, dengue, zika e ébola.
Encontramos também dirigentes dos Sistemas Nacionais
de Saúde de Angola, de Portugal e do Brasil que cons-
troem pontes entre a teorização e a prática da governação
da saúde.
Somos um dos poucos Centros Colaboradores da OMS
em Portugal e estamos nos órgãos diretivos e/ou cientí-
ficos doTDR em Genebra, do Centro Europeu para Con-
trolo das Doenças-ECDC em Copenhaga, da Plataforma
Europeia com África para Ensaios Clínicos-ECDCTP na
Haia e das Federações Internacionais e Europeias de Me-
dicina Tropical.
Apoiamos cientificamente o Secretariado Executivo da
CPLP e integramos Comissões Cientificas de várias Fa-
culdades ou Centros de investigação não só em Portugal,
mas também em vários Estados Lusófonos.
Pelo nosso gosto pelas artes e pela cultura fomos convi-
dados a coordenar a Comissão de Cultura do Secretariado
Executivo da CPLP.
Adotámos como assunto central das comemorações dos 115
anos do IHMT o tema “História, Ciência e Cultura”.
Este gosto pela cultura é encorajado pelo número não in-
significante de colaboradores nossos que compõem ou in-
terpretam música, que se dedicam à pintura, desenho ou
fotografia, que escrevem romances ou poesia ou, ainda,
que traduzem obras de escritores nobelizados.
Nesta última instância permitam-me que refira o cola-
borador, colega e amigo Pedro Serrano, médico de saú-
de pública e presidente do colégio dessa especialidade na
Ordem dos Médicos, que traduziu muita da obra lírica de
Bob Dylan, publicada em 2006 e 2008.
Se procurarem, caros alunos, encontrarão no IHMT um
ambiente de aprendizagem não só estimulante do ponto
de vista científico, mas também gratificante pelas causas
que apoiamos e pelas atividades culturais que incentiva-
mos.
Deixei as palavras finais para os sete desafios que nos es-
peram neste biénio que falta, até terminar o meu segundo
mandato:
1. Contribuir com uma
estratégia portuguesa para a
saúde global e doenças tropicais
: sendo Portugal o
país responsável pela primeira globalização, não faz sen-
tido que, por falta de visão estratégica, não apoie, e por
vezes penalize, quem apoia e investiga estas temáticas ou,
ainda mais grave, destrua Instituições Centenárias como o
Instituto de Investigação Cientifica Tropical.
2. Mantermo-nos como um
cidadão corporativo
atuante
no seio da lusofonia e de outras instituições re-
levantes como o Programa TDR da OMS, a IANPHI e a
RINSP.
3. Integrarmo-nos em
parcerias institucionais de
aprendizagem
(
learning partnerships
): somos poucos em
muitos palcos. Reconhecemos que, sozinhos, não conse-
guiremos sustentar o nível de desempenho que nos exi-
gimos em todos eles. Daí a necessidade de investirmos
em parcerias que nos apoiem e complementem, criando
colaborações estimulantes para todos os envolvidos.
4. Gerar e
democratizar o conhecimento
: se apos-
Big Data
e ciência aberta