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Suplemento dos Anais do IHMT

no estudo das desigualdades em saúde; e a Faculdade de Far-

mácia, com a questão dos medicamentos. Dessa forma, cada

órgão tem as suas linhas de investigação que, quando unidas,

complementam-se, formando uma rede de investigadores e

de instituições académicas.

Os relatórios são sempre publicados na primavera de cada

ano, lançados até ao dia 21 de junho. Até ao momento já

foram produzidos dezasseis. Para a sua elaboração, os mem-

bros do observatório procuram ao máximo a obtenção de

dados, a fim de angariar conhecimentos e, ao mesmo tempo,

manter o necessário distanciamento para garantir a objetivi-

dade e a credibilidade. O documento produzido anualmen-

te é enviado em primeira mão ao Ministério, para lerem e

participarem na apresentação e em seguida à comunicação

social. Cada relatório é disponibilizado no

site

.

Em relação à mortalidade infantil em países da União Euro-

peia, especificamente, Portugal tem sido um caso de sucesso,

considerando que os indicadores de saúde têm melhorado

significativamente. Para finalizar, conclui-se que a história do

observatório de Portugal é enaltecida pelo seu sucesso, de-

corrente do respeito pelas diferentes parcerias estruturadas

entre as universidades, que colaboram em conjunto para a

melhoria do sistema de saúde em Portugal.

Maria Guadalupe Medina

Universidade Federal da Bahia, Brasil

Observatório de Análise Política em Saúde

O Observatório de Análise Política em Saúde (OAPS), que

se articula com o Centro de DocumentaçãoVirtual em Saú-

de, nasceu a partir de uma proposta da Associação Brasilei-

ra de Saúde Coletiva (ABRASCO) de organização de uma

Rede de Pesquisadores de Planejamento e Gestão em Saúde

no Brasil. Na ocasião, a proposta foi submetida a um edital

do CNPQ e envolveu um conjunto de instituições parceiras,

interessadas no projeto.

No Brasil há uma extensa produção de pesquisas na área de

planejamento e gestão, bem como sobre as políticas de saú-

de. O OAPS propõe-se realizar uma análise política dos pro-

cessos de formulação e implementação das políticas de saú-

de, discutindo as suas determinações e efeitos. É sustentado

por um conjunto de pesquisas e tem na sua base a memória

(ou história) do Movimento de Reforma Sanitária no Brasil.

Constitui-se como um espaço de reflexão e análise crítica

sobre as políticas públicas do Brasil por meio dessa rede de

pesquisadores, de forma semelhante ao Observatório Portu-

guês. Os produtos dos projetos de pesquisa (teses, disserta-

ções, livros, artigos e vídeos) são disponibilizados no Centro

de Documentação Virtual em Saúde, que é um dispositivo

articulado

ao Observatório.

O OAPS pauta-se por alguns princípios como o comprome-

timento com a defesa da saúde enquanto direito das pessoas;

a cidadania como princípio da relação dos indivíduos com o

Estado; o compromisso com a defesa da saúde, de natureza

pública, baseada em universalidade, equidade e integralida-

de. Reafirma os princípios da reforma sanitária brasileira.

Além disso, ressalta-se a produção de um pensamento crítico

dessa realidade alicerçada em bases científicas e eticamente

responsáveis. Cita-se também a autonomia de pensamento

em relação a grupos e instituições. É um observatório que

busca uma produção autónoma e, ao mesmo tempo, plural,

comprometida com os princípios assinalados.

Tem como objetivos: realizar o acompanhamento de algumas

políticas de saúde selecionadas em função da especialidade

dos pesquisadores vinculados ao Observatório; promover o

debate sobre decisões no âmbito das políticas de saúde; siste-

matizar a produção de conhecimento científico; sistematizar,

disponibilizar, divulgar, dar visibilidade e acesso às informa-

ções produzidas. Nesse sentido, o Observatório torna-se um

instrumento de democratização da informação e da veicu-

lação desse conjunto de opiniões sobre o processo político,

portanto, favorece a inclusão social na medida em que abre

espaço para os diversos atores sociais; e, finalmente, serve

de instrumento pedagógico e estímulo à capacidade crítica

e reflexiva dos alunos, importante para o seu processo de

formação.

Os eixos temáticos do OAPS são:Análise do Processo da Re-

forma Sanitária Brasileira no oeríodo 2007 a 2016; Acom-

panhamento de Iniciativas do Poder Legislativo Federal em

Saúde; Acompanhamento das Decisões Judiciais Relativas à

Saúde; Estudos e Pesquisas em Políticas de Ciência, Tecno-

logia e Inovação em Saúde; Estudos e Pesquisas em Aten-

ção Primária e Promoção da Saúde;Trabalho e Educação na

Saúde; Análise de Políticas de SaúdeVoltadas para a Infância;

Políticas de Medicamentos, Assistência Farmacêutica e Vigi-

lância Sanitária;Análise de Políticas de Saúde Bucal no Brasil;

Análise Sócio-Histórica de Políticas de Saúde; Modelos de

Gestão Hospitalar no Sistema Único de Saúde (SUS).

Vinculado a cada eixo temático, também é produzida, ins-

pirada no observatório europeu, uma linha do tempo da

política. Cada política tem a sua própria história e seus an-

tecedentes. O usuário pode observar os eventos críticos nas

diferentes conjunturas e o posicionamento dos atores envol-

vidos. Isso não apenas como uma análise linear do que acon-

teceu, com os factos que tradicionalmente são encontrados

em qualquer documento, mas favorecendo o entendimento

sobre a dinâmica do processo político que produziu tais fac-

tos. Tem-se disponibilizado informações sobre implantação,

financiamento, participação social e resultados alcançados

em cada política.

O público alvo, que se procura atingir e incluir, é constituí-

do por académicos, pesquisadores, gestores, trabalhadores e

sociedade civil, através das suas organizações, especialmente

os movimentos sociais e as suas lideranças ou representan-

tes. A estrutura de governança, com tantas instituições en-

volvidas e na perspetiva de construção de rede, é conduzida

por uma coordenação geral, exercida pelo coordenador do