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S56

Apresentação

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do

Departamento de Saúde Coletiva e do Núcleo de Estudos em

Saúde Coletiva, realizou o

I Simpósio Internacional de

Meta-Avaliação e Gestão do Conhecimento em Polí-

ticas de Saúde

, nos dias 15 e 16 de junho de 2016 em Natal/

RN/Brasil.

O Simpósio teve como objetivo maior promover o debate aca-

démico-científico relativo aos temas de Avaliação em Saúde

e de Gestão do Conhecimento em Políticas de Saúde além

de realizar o Encontro de Observatórios de Políticas e Sis-

temas de Saúde. Durante os dois dias de atividades (mesas-

-redondas e oficina), teve como convidados/expositores

destacados pesquisadores de Portugal e do Brasil que discu-

tiram variadas experiências nas suas áreas de especialidade

dentro da temática geral do evento. O encontro revestiu-se

de grande significado para a UFRN que tem na internacio-

nalização da sua vida académica uma das suas prioridades

institucionais.

Com a participação de 150 pessoas de vários Estados bra-

sileiros, o simpósio foi promovido com recursos oriundos

do PNASS (Programa Nacional de Avaliação de Serviços de

Saúde).

A programação do evento ocorreu em dois momentos: o

primeiro foi o Encontro de Observatórios de Políticas e Sis-

temas de Saúde, composto pela mesa redonda “Observató-

rios de Sistemas de Saúde: estratégia, alcance, interface com

a avaliação de Saúde”, seguido da oficina com o tema “Obser-

vatórios de Políticas e Sistemas de Saúde construindo a via-

bilidade e singularidade no Nordeste brasileiro”. O segundo

momento foi a realização do Seminário de Meta-Avaliação

e Gestão do Conhecimento em Políticas de Saúde, com as

seguintes mesas-redondas: “Meta-avaliação e Gestão do Co-

nhecimento: atividades necessárias à avaliação de Políticas de

Saúde”, e “Avaliação de políticas de saúde e o protagonismo

das universidades”.

Mesa redonda:

Observatórios de Sistemas de Saúde:

estratégia, alcance, interface com

a avaliação de Saúde

Ana Maria da Silva Escoval

Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de

Lisboa, Portugal

Observatório Português Sistema de Saúde (OPSS)

O Observatório Português de Sistemas de Saúde surgiu en-

quanto ideia em 1999, inspirado no Observatório Europeu

de Sistemas de Saúde cujos integrantes foram cerca de 15 in-

vestigadores que, pela mão do seu mentor, o professor Con-

stantino Sakellarides, ex-membro do Observatório Europeu

e da Organização Mundial de Saúde, desenhou e concebeu a

sua estruturação. Dessa forma, o referido observatório nas-

ceu enquanto entidade não estruturada, a partir da conceção

de um grupo de amigos, com o intuito de observar, analisar

e reportar a situação da saúde no cenário português. Nessa

perspetiva, pensava-se o observatório como um instrumen-

to capaz de aumentar o conhecimento sobre as mudanças

sociais, a fim de subsidiar a melhor forma de intervenção de

acordo com o contexto de saúde em Portugal.

Assim, nos anos 2000, o observatório foi criado como re-

sultado de uma parceria entre várias escolas e universidades,

tais como a Escola Nacional de Saúde Pública da Universi-

dade Nova, o Centro de Estudos de Investigação em Coim-

bra, o Instituto de Serviços Sociais do Porto e, mais tarde,

a Universidade de Évora. Às organizações supracitadas, em

dado momento, uniram-se outros núcleos observacionais,

nomeadamente a Faculdade de Farmácia para incluir tam-

bém o aprofundamento da temática de medicamentos posto

que é de fundamental importância para o quesito saúde.

O facto de Portugal ser um país de dimensão relativamente

pequena facilitou o seu mapeamento para avaliação. Dessa

forma, do norte ao sul existem grupos de investigação e o

Observatório Português Sistemas de Saúde busca integrar o

conhecimento produzido por esses grupos de investigação

para produzir mais conhecimento, questionar as políticas de

saúde e contribuir para a sua melhoria.

Para tanto, é feito um índice no qual é pré-definido o que

será avaliado e produzido. Em seguida, cada um dos grupos

responsabiliza-se pela investigação e, ao final de cada ciclo,

um grupo previamente determinado fica responsável pela

edição do relatório para posterior publicação e sistematica-

mente, a cada ano, um novo grupo de estudo é nomeado.

Diante da necessidade de angariar fundos, visto que não há

um financiamento específico para o observatório, criou-se

a Associação de Inovação e Desenvolvimento da Saúde Pú-

blica, que tem como objetivo contribuir para o seu finan-

ciamento. Não se tem interesse em financiamento público

ou de determinadas entidades que venham a limitar a inde-

pendência e, de certo modo, o âmbito das investigações. Ao

longo deste período têm sido obtidos alguns financiamentos,

nomeadamente da União Europeia e da Fundação Calouste

Gulbenkian, utilizados no desenvolvimento e na manutenção

do

site

do observatório e também em publicações.

O objetivo de analisar o sistema de saúde português ultra-

passa a sua conceção e recai na análise dos sistemas de saúde

no

mundo.Ao

tornar esse conhecimento acessível a estudan-

tes, figuras públicas, profissionais e políticos melhora a base

do conhecimento por estimular investigações sobre os siste-

mas de saúde. Para tanto, faz-se necessário uma organização

em rede que envolva diferentes competências e pontos de

vista como, por exemplo, a Escola Nacional de Saúde Pública

da Universidade Nova que teve um papel muito importante

Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento