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S28

Introdução

O Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial

da saúde e educação, foi instituído pelo Decreto

Presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007.

[1]

Ele resulta da parceria entre o Ministério da Saúde e o

Ministério da Educação, com o objetivo da formação

integral dos estudantes da educação básica, e contempla

ações de prevenção, promoção e atenção à saúde no espaço

escolar.

[2,3]

O PSE preconiza a integração e a articulação

permanente entre a educação básica e as equipas de Saúde

da Família, tendo como meta a construção de escolas e

comunidades mais saudáveis, fortalecendo o controlo

social e o compromisso da própria comunidade para agir

em defesa da vida

[1]

.

Para se alcançarem os objetivos propostos, as ações

deste Programa organizam-se em cinco dimensões

(componentes): o Componente I está relacionado com

a avaliação das condições de saúde; o Componente

II, com a promoção de saúde e prevenção de agravos;

o Componente III, relaciona-se com a formação

(capacitação de profissionais); o Componente IV, com

o monitoramento e avaliação da Saúde dos estudantes;

o Componente V, com o monitoramento e avaliação do

Programa

[2,3]

.

O PSE possui ações essenciais que estão vinculadas a

Programas prioritários dogoverno federal,sãoobrigatórias

e os seus registros nos sistemas de monitoramento são

fundamentais para estabelecer o alcance das metas e o

repasse de recurso financeiro. Além disto, existem as

ações optativas que são de livre pactuação e seus registros

não são considerados para repasse financeiro. Cada nível

de ensino (creche, pré-escola, ensino fundamental, ensino

médio e escola para jovens e adultos) possui suas ações

essenciais e optativas, as metas pactuadas, a periodicidade

das ações, os indicadores para relatórios e os registros nos

sistemas de informação.

[4,5]

Para se alcançar o objetivo do PSE, é preciso que,

tanto os educadores quanto os profissionais da saúde,

conheçam as bases conceituais que deram origem à atual

conceção de saúde, tendo um domínio dos conceitos de

integralidade em saúde, educação integral, território e

intersetorialidade. A ação intersetorial deve incluir as

equipas de saúde da família, as equipas das Unidades

Básicas de Saúde (UBS), as equipas da assistência social, as

equipas dos setores do desporto e da cultura e as equipas

das escolas.

[6]

Além de ser uma estratégia de integração das políticas

setoriais, o PSE é um novo desenho da política de

educação e saúde uma vez  que:

“trata

a saúde e educação integrais como parte de uma

formação ampla para a cidadania e o usufruto pleno

dos direitos humanos; permite a progressiva ampliação

das ações executadas pelos sistemas de saúde e educação

com vistas à atenção integral à saúde de crianças

e adolescentes; e promove a articulação de saberes, a

participação de estudantes, pais, comunidade escolar e

sociedade em geral na construção e controlo social da

política pública”.

[5]

Mas, para a criação desta Escola Promotora de Saúde

existem grandes desafios como: a participação do setor

saúde em integração com a escola, o envolvimento dos pais

e/ou responsáveis nestas ações e a formação/capacitação

dos profissionais envolvidos. A integração com um ensino

competente, fortalecendo e apoiando as iniciativas e o

monitoramento e avaliação são medidas que podem facilitar

e melhorar o compromisso tanto das escolas e unidades

básicas de saúde quanto de outros membros da comunidade.

[3,7]

Outro grande desafio do PSE é a avaliação e um deles é

conseguir incluir em suas estratégias os diversos pontos de

vista das pessoas envolvidas, já que se situam em diferentes

posições. Conseguir formar uma ideia exata, a partir das

informações de uma intervenção, que seja coerente para

todos os envolvidos exige um julgamento o mais abrangente

possível. A prática da pesquisa avaliativa deve viabilizar e

aumentar a utilização dos resultados, considerando o caráter

político e capacitando os diferentes atores.

[8,9]

A avaliação em saúde deve, além de aferir a efetividade

de intervenções e o uso eficiente de recursos disponíveis,

satisfazer a população usuária do sistema, para permitir a

distribuição equitativa das intervenções. A sua perspetiva

passou a ser a capacidade do cumprimento de objetivos e

metas previamente estabelecidos e o seu efetivo alcance.

[10]

O objetivo deste estudo é avaliar o programa Saúde na Escola

com foco no grau de integração entre a área da saúde e a área

de educação e os efeitos sobre a qualidade e efetividade das

ações.

Como objetivos específicos, pretende-se: a) realizar

uma revisão de literatura sobre avaliações económicas

de Programas de Saúde Escolar nos últimos dez anos

1

; b)

identificar que modelos de atenção e de gestão estão sendo

produzidos na integração saúde-educação e o padrão de

comunicação estabelecido entre as diferentes equipas e

serviços

1

; c) analisar os determinantes contextuais e o grau

de integração dos atores

2

; d) analisar o grau de efetividade

considerando duas questões traçadoras (saúde bucal e ações

essenciais)

3

; e) realizar a meta-avaliação

1

.

Materiais e métodos

Estudo de caso que será desenvolvido em Belo Horizonte,

na Regional Pampulha, no período de dezembro de 2015 a

dezembro de 2016. Será realizada uma coleta diversificada

de dados utilizando elementos quantitativos e qualitativos

Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento