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S24

Identificação dos interessados

na avaliação e à obtenção

de um acordo

quanto ao procedimento

de uma avaliação

(elementos f, g)

Para a identificação dos interessados na avaliação procurou

definir-se as pessoas quanto ao tipo de interesse e de apoio

de cada uma delas (aliado, neutro ou oponente). Este estudo

teve a adesão das pessoas (informantes-chave) que conhe-

ciam a situação e os aspetos da intervenção avaliada, sendo

estas coordenadores e executores em diferentes níveis de

atuação do programa. Os informantes-chave aprovaram e es-

timularam a avaliação, forneceram informações, documen-

tos e arquivos eletrónicos, além de participar das reuniões e

encontros de trabalho.

Discussão

O EA mostrou-se útil no esclarecimento dos propósitos e ob-

jetivos da intervenção, no desenvolvimento da teoria do pro-

grama, na elaboração de um modelo capaz de verificar a plau-

sibilidade das relações entre o problema, as suas atividades,

os resultados esperados e na delimitação da matriz de análise.

Este estudo permitiu ainda descrever a conceção e organização

da RIPAg com apontamentos dos eventos críticos e em poten-

cial considerando o período de observação das experiências

da sua implantação até 2015. Neste aspeto, o embasamento

teórico dos propósitos, meios e fatores condicionantes da in-

tervenção são relevantes para a identificação de nós críticos

pertinentes à avaliação inicial da proposta.

23

O estudo foi conduzido por um avaliador externo à institui-

ção que apesar de seu distanciamento com o objeto avalia-

do, foi considerado positivo, pois permitiu visualizar ques-

tões não percetíveis pelos integrantes da rede no cotidiano.

A avaliação externa permite ruturas com o senso comum

em situações que as pessoas envolvidas com a gestão não

conseguem visualizar.

24

Contudo, no decorrer da pesquisa

valorizou-se a identificação dos coordenadores e dos seus

interesses na implantação e operacionalização do programa,

tendo em vista a possibilidade de contextualizar a avaliação

e ampliar a compreensão das práticas e a identificação de

problemas. O envolvimento de pessoas interessadas na ava-

liação quase sempre elucida problemas ligados com a gestão,

com ênfase nas deficiências estruturais ou nas questões re-

lacionadas com os integrantes do programa.

24

Ademais, os

autores enfatizam que essas pessoas são geralmente toma-

dores de decisão ou executores, que poderão incorporar os

resultados da avaliação para aperfeiçoar, ampliar ou modifi-

car a intervenção. Essa articulação entre perspetivas interna

e externa numa avaliação constitui-se na abordagem mais

desejável para identificar problemas e explicações do objeto

avaliado.

Para a identificação dos documentos, os informantes-chave

providenciaram todos os disponíveis necessários para a es-

truturação do EA. Foram identificados poucos documentos

e os encontrados requerem revisão, em função da sua dimen-

são e complexidade, para explicitar melhor os objetivos, as

metas e as atividades da intervenção. Em regra, os documen-

tos refletem a coerência da proposta, os tipos de serviços

a realizar e as perspectivas de mudanças almejadas.

14

Para

complementar as informações, foram realizadas entrevistas

e visitas no local da pesquisa para ampliar a descrição do ob-

jeto avaliado. O uso de diferentes abordagens e fontes de

evidência possibilitou a triangulação dos dados aumentando

a confiabilidade e a validade interna do estudo.

24

Atualmente

a combinação dessas abordagens na avaliação de programas é

importante, não são excludentes ou antagónicos, antes pelo

contrário, traduzem, cada qual à sua maneira, as articula-

ções entre o singular, o individual e o coletivo, presentes nos

processos de saúde/doença/cuidado e gestão de serviços de

saúde. Isto pode ser explicado devido ao desenvolvimento

do enfoque interdisciplinar, o caráter coletivo do trabalho

em saúde, a necessidade de descrever, explicar e interpretar

os fenómenos identificados, o reconhecimento de maior efi-

cácia dos procedimentos quando se leva em conta a perceção

e as necessidades das pessoas que os utilizam.

24,25

O conjunto de informações analisadas facilitou a elabora-

ção dos modelos teórico e lógico da avaliação. É relevante

compreender as premissas teóricas em que o programa se

fundamenta para definir exatamente o que deve ser medido

e qual a parcela de contribuição do programa nos resultados

observados.

26

O modelo teórico aponta que a RIPAg foi or-

ganizada pautada na perspetiva de rede de colaboração em

pesquisa

2

, que busca a construção de relacionamentos e ta-

refas de compartilhamento, a colaboração na elaboração de

projetos e no desenvolvimento de pesquisas. Essas estruturas

em redes, definidas como um conjunto de pessoas, institui-

ções, entidades, linguagens e culturas que estão em relação,

vêm sendo defendidas como estratégias que estimulam o

brainstorm

, fazem conhecer os resultados dos trabalhos, in-

fluenciam as políticas governamentais e fortalecem a capaci-

dade de fazer pesquisas.

27

Por outro lado, explicitar o modelo lógico da intervenção

implica definir exatamente as atividades realizadas e a estru-

tura utilizada para conduzir a determinados resultados para

os beneficiários do programa.

10

Neste estudo o modelo lógi-

co permitiu visualizar graficamente a constituição dos com-

ponentes da RIPAg, e da sua forma de operacionalização,

desde o planeamento até aos resultados esperados a curto

e longo prazo. Para a validação do modelo foram realizadas:

a checagem dos componentes do programa pelos informan-

tes-chave, para torná-lo o mais completo possível; o teste de

consistência para, a partir das hipóteses levantadas, sugerir

uma série de assertivas, considerando os elementos do mo-

delo; e a análise de vulnerabilidade para identificar os ele-

mentos de invalidação das apostas contidas na estruturação

Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento