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Identificação dos interessados
na avaliação e à obtenção
de um acordo
quanto ao procedimento
de uma avaliação
(elementos f, g)
Para a identificação dos interessados na avaliação procurou
definir-se as pessoas quanto ao tipo de interesse e de apoio
de cada uma delas (aliado, neutro ou oponente). Este estudo
teve a adesão das pessoas (informantes-chave) que conhe-
ciam a situação e os aspetos da intervenção avaliada, sendo
estas coordenadores e executores em diferentes níveis de
atuação do programa. Os informantes-chave aprovaram e es-
timularam a avaliação, forneceram informações, documen-
tos e arquivos eletrónicos, além de participar das reuniões e
encontros de trabalho.
Discussão
O EA mostrou-se útil no esclarecimento dos propósitos e ob-
jetivos da intervenção, no desenvolvimento da teoria do pro-
grama, na elaboração de um modelo capaz de verificar a plau-
sibilidade das relações entre o problema, as suas atividades,
os resultados esperados e na delimitação da matriz de análise.
Este estudo permitiu ainda descrever a conceção e organização
da RIPAg com apontamentos dos eventos críticos e em poten-
cial considerando o período de observação das experiências
da sua implantação até 2015. Neste aspeto, o embasamento
teórico dos propósitos, meios e fatores condicionantes da in-
tervenção são relevantes para a identificação de nós críticos
pertinentes à avaliação inicial da proposta.
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O estudo foi conduzido por um avaliador externo à institui-
ção que apesar de seu distanciamento com o objeto avalia-
do, foi considerado positivo, pois permitiu visualizar ques-
tões não percetíveis pelos integrantes da rede no cotidiano.
A avaliação externa permite ruturas com o senso comum
em situações que as pessoas envolvidas com a gestão não
conseguem visualizar.
24
Contudo, no decorrer da pesquisa
valorizou-se a identificação dos coordenadores e dos seus
interesses na implantação e operacionalização do programa,
tendo em vista a possibilidade de contextualizar a avaliação
e ampliar a compreensão das práticas e a identificação de
problemas. O envolvimento de pessoas interessadas na ava-
liação quase sempre elucida problemas ligados com a gestão,
com ênfase nas deficiências estruturais ou nas questões re-
lacionadas com os integrantes do programa.
24
Ademais, os
autores enfatizam que essas pessoas são geralmente toma-
dores de decisão ou executores, que poderão incorporar os
resultados da avaliação para aperfeiçoar, ampliar ou modifi-
car a intervenção. Essa articulação entre perspetivas interna
e externa numa avaliação constitui-se na abordagem mais
desejável para identificar problemas e explicações do objeto
avaliado.
Para a identificação dos documentos, os informantes-chave
providenciaram todos os disponíveis necessários para a es-
truturação do EA. Foram identificados poucos documentos
e os encontrados requerem revisão, em função da sua dimen-
são e complexidade, para explicitar melhor os objetivos, as
metas e as atividades da intervenção. Em regra, os documen-
tos refletem a coerência da proposta, os tipos de serviços
a realizar e as perspectivas de mudanças almejadas.
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Para
complementar as informações, foram realizadas entrevistas
e visitas no local da pesquisa para ampliar a descrição do ob-
jeto avaliado. O uso de diferentes abordagens e fontes de
evidência possibilitou a triangulação dos dados aumentando
a confiabilidade e a validade interna do estudo.
24
Atualmente
a combinação dessas abordagens na avaliação de programas é
importante, não são excludentes ou antagónicos, antes pelo
contrário, traduzem, cada qual à sua maneira, as articula-
ções entre o singular, o individual e o coletivo, presentes nos
processos de saúde/doença/cuidado e gestão de serviços de
saúde. Isto pode ser explicado devido ao desenvolvimento
do enfoque interdisciplinar, o caráter coletivo do trabalho
em saúde, a necessidade de descrever, explicar e interpretar
os fenómenos identificados, o reconhecimento de maior efi-
cácia dos procedimentos quando se leva em conta a perceção
e as necessidades das pessoas que os utilizam.
24,25
O conjunto de informações analisadas facilitou a elabora-
ção dos modelos teórico e lógico da avaliação. É relevante
compreender as premissas teóricas em que o programa se
fundamenta para definir exatamente o que deve ser medido
e qual a parcela de contribuição do programa nos resultados
observados.
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O modelo teórico aponta que a RIPAg foi or-
ganizada pautada na perspetiva de rede de colaboração em
pesquisa
2
, que busca a construção de relacionamentos e ta-
refas de compartilhamento, a colaboração na elaboração de
projetos e no desenvolvimento de pesquisas. Essas estruturas
em redes, definidas como um conjunto de pessoas, institui-
ções, entidades, linguagens e culturas que estão em relação,
vêm sendo defendidas como estratégias que estimulam o
brainstorm
, fazem conhecer os resultados dos trabalhos, in-
fluenciam as políticas governamentais e fortalecem a capaci-
dade de fazer pesquisas.
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Por outro lado, explicitar o modelo lógico da intervenção
implica definir exatamente as atividades realizadas e a estru-
tura utilizada para conduzir a determinados resultados para
os beneficiários do programa.
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Neste estudo o modelo lógi-
co permitiu visualizar graficamente a constituição dos com-
ponentes da RIPAg, e da sua forma de operacionalização,
desde o planeamento até aos resultados esperados a curto
e longo prazo. Para a validação do modelo foram realizadas:
a checagem dos componentes do programa pelos informan-
tes-chave, para torná-lo o mais completo possível; o teste de
consistência para, a partir das hipóteses levantadas, sugerir
uma série de assertivas, considerando os elementos do mo-
delo; e a análise de vulnerabilidade para identificar os ele-
mentos de invalidação das apostas contidas na estruturação
Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento