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participativa que foi se construindo ao longo do processo

de implantação. Esta dinâmica apresentou-se como uma

experiência de gestão participativa que favoreceu a ela-

boração de uma proposta conjunta e descentralizada. A

rede é composta por pesquisadores de diferentes grupos

e linhas de pesquisa da Fiocruz Minas e de outras insti-

tuições externas, integrando 20 grupos de pesquisa. Tem

como missão exercer uma ação integrada das atividades

de pesquisa visando a identificação, produção e caracte-

rização de antígenos/proteínas de patógenos de impor-

tância médica para contribuir com o desenvolvimento

de métodos de diagnóstico, vacinas e biomarcadores de

resistência e/ou susceptibilidade às doenças. O seu pro-

pósito é o de mesclar experiências e integrar os pesqui-

sadores para potencializar a geração de conhecimentos e

o desenvolvimento de produtos. A rede possui regimento

próprio e conta com um Comité gestor composto por

um coordenador, vice coordenador e quatro pesquisado-

res associados e visa apoiar as decisões e as atividades de

forma compartilhada. Identificou-se ainda a existência de

uma coordenação geral representada pela vice diretoria

de pesquisa e de um conselho consultivo formado pela di-

retoria, pelos coordenadores dos programas e convidados

externos à instituição.

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Dentre as atividades realizadas pela RIPAg destacam-se,

no seu regimento, a realização de projetos em colabora-

ção, o monitoramento e avaliação das atividades da rede

e das pesquisas em andamento, a elaboração de relatórios

trimestrais e realizações de reuniões semestrais com os

coordenadores de projetos e, anualmente, com todos os

integrantes. Conta no documento sobre a distribuição de

recursos financeiros que será de acordo com a demanda

do projeto, número de participantes e participação em

diferentes eixos do programa.

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Quanto ao funcionamento da RIPAg algumas evidências

surgiram a partir da triangulação de técnicas de coletas

de dados. Entre as potencialidades do programa, destaca-

-se, a princípio, a existência de um Comité atuante que

permitiu articulações de propostas e ações significativas

atuando como um espaço de mediação de interesses e

demandas, promoveu reuniões periódicas e avaliações,

realizou oficinas e treinamentos e elaborou atas e rela-

tórios técnicos. Participou ainda da seleção de propostas

de chamadas internas, da definição conjunta de projetos

em colaboração, e da estruturação do Laboratório RIPAg

como espaço multiusuário, com manutenção e capacita-

ção dos usuários. Este último foi considerado por una-

nimidade, como o evento que efetivou a integração de

pesquisadores, estudantes e tecnologistas e otimizou re-

cursos, espaços e equipamentos. Atualmente esse espaço,

denominado de Laboratório Multiusuário de Produção de

Recombinantes – ProRec, atende aos pesquisadores não

só da RIPAg, mas de toda a instituição e encontra-se vin-

culado à vice diretoria de pesquisa.

Outra questão em potencial destacada foi a criação do

Serviço de apoio a projetos (SAPRO), implantado em

2013 pela Diretoria da Fiocruz Minas. O serviço realiza

a gestão financeira dos projetos de pesquisa, dá suporte e

apoio aos pesquisadores no gerenciamento dos projetos e

na sistematização das informações sobre a pesquisa. Este

acontecimento na perceção de todos os entrevistados foi

uma forma de otimizar tempo e experiência dos pesqui-

sadores.

Dois outros factos importantes aconteceram no final de

2015: houve a recomposição da vice diretoria de pes-

quisa e foi prorrogado o prazo (12 meses) para o desen-

volvimento dos projetos aprovados na chamada interna

- Edital Programa de Excelência em Pesquisa – PROEP

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(2012), pois metade deles não tinha atingido os objetivos

e as metas propostas. Na mesma época foi iniciada a ava-

liação desses projetos.

Contudo, entre os anos de 2013 e 2015 observou-se um

vazio de informações, documentos, editais e resoluções

pressupondo-se que houve uma interrupção nas ativida-

des gerenciais da rede. Alguns eventos influenciaram ne-

gativamente a atuação do Comité gestor nesse período.

Contraditoriamente, o PROEP

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influenciou a atuação do

Comité gestor que perdeu seu foco em virtude do forta-

lecimento da gestão dos projetos em colaboração apro-

vados. Foi consenso, por um lado, que o PROEP é uma

iniciativa importante e necessária para fortalecer progra-

mas como a RIPAg, mas, por outro lado, esta iniciativa

fragilizou a atuação do Comité gestor da rede, uma vez

que as atribuições de gestão a partir de então, deram-se

mais no interior de cada projeto em colaboração e não

mais na rede. Ferramentas importantes de gestão, como

o monitoramento e a avaliação foram transferidas para

dentro dos projetos aprovados no PROEP.

Outro evento crítico como a não formalização da subs-

tituição do coordenador da RIPAg durante o seu afasta-

mento influenciou as atribuições previstas no seu Regi-

mento, podendo citar a ausência de reuniões periódicas

e a elaboração de relatórios. Houve também mudança da

vice diretoria de pesquisa e cabia a ela supervisionar o

cumprimento dos programas estruturantes; atuar junto

dos coordenadores para o bom funcionamento; propor

editais e trabalhar para a captação de recursos; organizar

o processo de avaliação, entre outras atribuições.

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De maneira unânime, a RIPAg foi considerada uma expe-

riência inovadora importante para o Instituto e deve ser

mantida e estimulada. Se este for o propósito, medidas

precisam ser incorporadas pela direção e integrantes do

Comité gestor para que o programa alcance os resultados

esperados.

A Linha doTempo apresentada na Figura 1 aponta os prin-

cipais acontecimentos e os processos que a caracterizam,

expressos tanto nos documentos analisados quanto nos

discursos dos entrevistados.

Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento