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Introdução
As redes de colaboração em pesquisa referem-se a uma es-
trutura organizacional em que as pessoas e instituições, en-
tre outras entidades, interagem com a finalidade de produzir
conhecimento para aumentar a capacidade de resposta e ino-
vação.
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Essas estruturas vêm sendo defendidas como estra-
tégias que influenciam as políticas governamentais e fortale-
cem a capacidade de fazer pesquisas.
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Tal condição contribui
para o desempenho dos serviços e do ensino, e por isso, se
caracteriza como uma potencialidade de melhorar o cuida-
do, a gestão, a educação e a própria pesquisa.
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A consolidação de redes de colaboração em pesquisa torna-
-se estratégia imprescindível, tendo em vista o padrão atual
de desenvolvimento científico e tecnológico e seu impacto
na produtividade e aplicabilidade.
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Atualmente os programas
em rede estão muito valorizados e tendem a constituir-se
em modelos apropriados para enfrentar as novas demandas
da sociedade, em que as equipas com diferentes competên-
cias e formações trabalham de forma colaborativa e nego-
ciada.
1,5
Seguindo essa proposta, o Centro de Pesquisa René Rachou
(Fiocruz Minas), unidade vinculada à Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), localizado em Belo Horizonte, Minas Ge-
rais, entende que é necessário fortalecer na instituição ativi-
dades que integram pesquisa, desenvolvimento tecnológico,
ensino e práticas de serviços. Nesta perspetiva, em 2009, a
Fiocruz Minas implantou os programas estruturantes com o
propósito de estabelecer programas num formato mais ho-
rizontal que pudessem ser conduzidos para propiciar mais
integração de pesquisadores em diferentes áreas de conheci-
mento, otimizar recursos, espaços e equipamentos, além de
potencializar a produção e utilização do conhecimento para
a implementação das práticas das instituições e empresas.
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Essa proposta ia de encontro com a nova organização da Ins-
tituição, que saía da estrutura de laboratório para a criação
de grupos de pesquisa.
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Esses programas em rede constituem-se em mecanismo de
apoio a projetos integrados envolvendo grupos de pesquisa
que compartilharão conhecimentos e recursos, para respon-
der questões relevantes da saúde, aglutinando diversas áreas
do conhecimento ou vários aspetos de uma mesma área. Essa
intervenção visava a geração de produtos académicos e li-
cenciamento de patentes, a formação de recursos humanos
e a geração de conhecimentos fundamentais para políticas
públicas, intervenções sociais ou para o estabelecimento ou
revisão de marcos legais.
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Com o desenvolvimento das atividades, a Fiocruz Minas
identificou a necessidade de avaliar a implantação
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desses
programas, por ser uma experiência inovadora na estrutura
organizacional passando de laboratórios para grupos de pes-
quisa; constituir em mecanismo de apoio a projetos integra-
dos; propiciar a interação entre pesquisadores de diferentes
grupos de pesquisa e áreas de conhecimento; promover a
formação e capacitação de recursos humanos; envolver in-
vestimento financeiro; e haver necessidade de acompanhar
a implantação e a reorganização que esses programas podem
ou não alcançar.
Cressman, Lewis,Wixted
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(2009) enfatizam que a avaliação
de redes de conhecimento objetiva dentre outras coisas, in-
centivar colaborações de pesquisa; incentivar a integração
de pesquisadores e usuários (e outras partes interessadas),
a construção de agendas de pesquisa multidisciplinares, a
construção de massa crítica em áreas específicas da pesquisa.
Ademais, tem havido pouca pesquisa sobre a maneira de ava-
liar redes de colaboração em pesquisa, bem como as formas
de atuação, relações e interações dentro delas.A maioria das
publicações sobre isso avalia os produtos (publicações e pa-
tentes) e reproduz apenas a quantificação das citações e das
coautorias dos pesquisadores.
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Foi proposta, então, uma avaliação que contribuísse na
identificação de melhorias e dificuldades relacionadas com
a organização e funcionamento dos programas em rede e
sustentasse decisões direcionadas ao seu aprimoramento e
consolidação. A primeira etapa dessa avaliação de implanta-
ção constou do estudo de avaliabilidade (EA). Essa estraté-
gia avaliativa é desenvolvida antes da avaliação propriamente
dita e busca descrever de forma coerente um plano para a
avaliação, incluindo as relações entre as partes interessadas
e a lógica de funcionamento, a análise de plausibilidade e da
viabilidade dos seus objetivos, tornando-a mais consistente e
com maior credibilidade.
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Espera-se de um EA a descrição
completa da intervenção, dos modelos lógico e teórico, das
questões fundamentais a serem abordadas pela avaliação, do
plano de avaliação e do acordo entre as partes interessadas.
Este resultado permite que as avaliações subsequentes sejam
desenvolvidas com maior facilidade, maximizando os seus
potenciais, além de favorecer a racionalização de recursos.
9,10
Desde 1977, a condução de EA era recomendada como uma
pré-avaliação para melhor direcionamento ao objetivo e à
escolha do método a ser utilizado na avaliação.
11
Recente-
mente, este tipo de abordagem é cada vez mais frequente
no Brasil
10,12,13
, pois permite um entendimento aprofundado
sobre o objeto da pesquisa e uma apreciação prévia das pos-
sibilidades de avaliação posteriores.
14,15
Neste propósito, o presente estudo buscou realizar o EA
de uma rede de colaboração em pesquisa da Fiocruz Minas,
considerando a descrição da intervenção, o desenvolvimento
dos modelos teórico e lógico da avaliação e a identificação
das perguntas avaliativas. Optou-se por avaliar um progra-
ma estruturante, a Rede Fiocruz Minas para Identificação,
Produção e Avaliação de Antígenos de Patógenos causadores
de Doenças Infecto- Parasitárias (RIPAg), que integra vários
grupos de pesquisa e laboratórios do Centro os quais com-
partilham conhecimentos e recursos, para responder a ques-
tões relevantes da saúde nas diversas áreas do conhecimento
e de atuação.
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Gestão, meta-avaliação e redes de conhecimento