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S97

Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP

Esta Lei Orgânica do Ministério da Saúde (Decreto-Lei n.

25/2003 de 25 de Agosto) estabelece três pontos (Cabo

Verde, 2007):

• Criação de regiões sanitárias “aonde e quando possível”;

• Descentralização do SNS pelas delegacias de saúde;

• Circunscrição municipal (divisão administrativa do

país). Aqui com enfoque nos cuidados primários.

Mais recentemente, no Plano Nacional de Desenvolvi-

mento Sanitário (2012-2016) apresenta 4 objetivos prin-

cipais:

1. Promoção de maior equidade nas oportunidades e nas

prestações descentralizadas de cuidados de saúde, pelo re-

forço do conteúdo funcional das instituições de saúde;

2. Garantia da qualidade técnica crescente dos cuidados;

3. Melhoria do acesso aos serviços, da humanização no aten-

dimento e da satisfação do utente;

4. Melhoria do desempenho do serviço nacional e da gestão

dos recursos de saúde, com reforço da descentralização em

direção às delegacias de saúde e às regiões sanitárias e maior

diferenciação do nível central de prestação e de gestão.

Os cuidados primários de saúde são alvo prioritário des-

tes objetivos. Entre os programas este pretendem promo-

ver a qualidade dos serviços e o acesso com profissionais

mais qualificados. Um exemplo é o objetivo específico

de “pôr a funcionar uma rede de Centros de Saúde, para

uma resposta contínua, global e integral aos episódios de

doença ou de risco, que assegure a cobertura da atenção

primária a toda a população;”. Fica também claro que os

cuidados primários têm uma base organizacional munici-

pal e uma aposta no equipamento técnico para apoiar os

exames de diagnóstico, para prestarem melhor serviço.

4.2 Desenvolvimento dos Cuidados

de Saúde Primários nos Centros de Saúde

A maioria dos centros de saúde (CS) está equipado com

salas de consulta, farmácia básica, camas para curto in-

ternamento e dispõe de sala para partos. Há diferença

entre centros de saúde urbanos e rurais. Nos

CS urbanos, onde a proximidade ao hospital

local reduz a necessidade a atividades comple-

mentares de diagnóstico. Nos CS/Delegacias de saúde

nas ilhas é frequente existir acesso a meios de diagnóstico

complementar, em poucos existe a possibilidade de fazer

um raio-X.

É nos CS onde as populações têm acesso a cuidados pres-

tados por um médico, seja por procura direta (e.g. pe-

quena emergência) seja por consulta agendada (ambula-

tório), prestando ainda serviços de internamento quando

necessário. Nos últimos anos, tem-se feito a consolidação

dos serviços prestados nos CS para aumentar a cobertu-

ra. O alargamento do número dessas estruturas foi sendo

feito à luz de alguns pressupostos (Cabo Verde, 2007):

1. Constitui o local por excelência para a prestação de

cuidados globais e integrados.

2. É importante reforçar as atividades curativas para res-

ponder às situações de doença das populações, nomeada-

mente, alargar a gama de respostas, aumentar a oferta e

a qualidade de determinados serviços complementares,

e, sobretudo, melhorar a acessibilidade das populações a

essas prestações.

Hoje é já claro que há uma boa utilização dos serviços dos

centros de saúde sobretudo no controlo das doenças cró-

nicas (Gonçalves et al., 2015). Tem-se feito uma aposta

nas consultas programadas de medicina geral, incluindo

o seguimento de doentes de evolução prolongada (cró-

nicos), com o objetivo de reduzir o atendimento urgente

aos casos reais. Os espaços de internamento têm vindo

a ser reduzidos, mas é difícil de os fazer desaparecer em

áreas onde não há acesso fácil a hospitais. Ao mesmo tem-

po tem havido uma melhoria nas funções preventivas e

promocionais dos CS, através dos serviços e de comu-

nicação, por vezes em colaboração com os municípios.

Nestas áreas e na saúde pública, o desenvolvimento de

atividades são usualmente coordenadas pelas delegacias

de saúde, na pessoa do delegado de saúde.

Entre 2008-2011 foram construídas as seguintes infra-

-estruturas associadas aos cuidados primários (Cabo Ver-

de 2014):

CaboVerde: novo Centro deTelemedicina em 23 de Julho de 2015

– Apoio à ligação entre centros de saúde e hospitais*

Brasil: atendimento domiciliar por equipe

de Saúde da Família*