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Artigo Original
4 - Conclusão:
avaliar a avaliação é preciso
“O valor de uma avaliação deve ser estimado como qual-
quer outro programa ou projeto... os tomadores de de-
cisão devem julgar até que ponto vale a pena investir em
avaliação para produzir... benefícios qualitativos”
World Bank:
Influential Evaluations…
that Improved Performance and Impacts
p.23,
2004
Sendo o objetivo final da avaliação ajudar na tomada de
decisões, é preciso questionar a influência que as infor-
mações fornecidas pelo avaliador podem ter nas decisões.
O quadro de referência proposto evidencia que a avalia-
ção de uma intervenção é constituída pelos resultados de
várias análises obtidas por métodos e abordagens diferen-
tes. Estes resultados não poderão ser facilmente resumidos
num pequeno número de recomendações. É até provável
que quanto mais uma avaliação seja bem-sucedida, mais ela
abra caminhos para novas perguntas. Ela semeia dúvidas
sem ter condições de dar todas as respostas e não pode
nunca terminar realmente, deve ser vista como uma ativi-
dade dinâmica no tempo, apelando para atores numerosos,
utilizando métodos diversos e envol-
vendo competências variadas.
A avaliação é uma atividade, como a
pesquisa, útil para o estabelecimento
de políticas, mas nunca é suficiente
isoladamente para estabelecer políti-
cas e tomada de decisões
(figura 4).
A avaliação também não se reduz ao
monitoramento das informações pro-
duzidas nem ao controle, de natureza
burocrática ou tecnocrática: aplicação
de uma norma exterior-superior rígi-
da, sem compreender e integrar no-
vos elementos internos à intervenção
nos respectivos contextos, ou limitar
a realidade aos objetivos do progra-
ma, que devem ser atingidos não im-
porta a que custo social. Ambos, mo-
nitoramento e avaliação (M&A), são
insuficientes para explicar os proble-
mas ou méritos de uma intervenção
de saúde. Assim, não pode se tomar
a avaliação como panaceia para resol-
ver as incertezas técnicas e científicas
no âmbito de decisões políticas, nem
se deve atribuir exclusivamente aos
estudos avaliativos a possibilidade de
validar evidências.
Não poderíamos finalizar essas dire-
trizes, que orientam nosso referen-
cial para fortalecimento de capacidades avaliativas, sem
recorrer à dupla contribuição de LaFond &Brown (2002 e
2003). Suas ferramentas para mapeamento de necessidades
e um guia de avaliação das ações educativas, voltadas para
o desempenho de organizações e sistemas de saúde, apare-
cem, como sendo de maior importância. Os autores aler-
tam que sistemas e programas governamentais, com finan-
ciamento nacional ou internacional, operados em parcerias
locais por contratos de gestão baseados em resultados, têm
os seguintes pilares para formação dos avaliadores:
•
A organização está comprometida com“melhores” serviços;
•
O monitoramento deve ocorrer em todas as fases das
intervenções;
•
Há interesse do próprio gestor em avaliar suas intervenções;
•
Existem sistemas de informação para o monitoramento
dos programas;
•
As questões de avaliação são específicas e claras para to-
dos os interessados;
•
A pesquisa avaliativa é cuidadosamente definida em suas
prioridades;
•
O suporte da literatura (inter)nacional é indispensável
à avaliação;
•
As competências adquiridas devem ser conceituais, téc-
Pesquisa
Outras
pesquisas
Normativa
(Critérios)
PESQUISA
AVALIATIVA
Avaliação
Julgamentos e Decisões
Figura 4- Relações na tomada de decisões
Políticas Públicas
Figura 4
– Relações na tomada de decisões
Figura 5
– Enquadramento pedagógico