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S86

Artigo Original

4 - Conclusão:

avaliar a avaliação é preciso

“O valor de uma avaliação deve ser estimado como qual-

quer outro programa ou projeto... os tomadores de de-

cisão devem julgar até que ponto vale a pena investir em

avaliação para produzir... benefícios qualitativos”

World Bank:

Influential Evaluations…

that Improved Performance and Impacts

p.23,

2004

Sendo o objetivo final da avaliação ajudar na tomada de

decisões, é preciso questionar a influência que as infor-

mações fornecidas pelo avaliador podem ter nas decisões.

O quadro de referência proposto evidencia que a avalia-

ção de uma intervenção é constituída pelos resultados de

várias análises obtidas por métodos e abordagens diferen-

tes. Estes resultados não poderão ser facilmente resumidos

num pequeno número de recomendações. É até provável

que quanto mais uma avaliação seja bem-sucedida, mais ela

abra caminhos para novas perguntas. Ela semeia dúvidas

sem ter condições de dar todas as respostas e não pode

nunca terminar realmente, deve ser vista como uma ativi-

dade dinâmica no tempo, apelando para atores numerosos,

utilizando métodos diversos e envol-

vendo competências variadas.

A avaliação é uma atividade, como a

pesquisa, útil para o estabelecimento

de políticas, mas nunca é suficiente

isoladamente para estabelecer políti-

cas e tomada de decisões

(figura 4).

A avaliação também não se reduz ao

monitoramento das informações pro-

duzidas nem ao controle, de natureza

burocrática ou tecnocrática: aplicação

de uma norma exterior-superior rígi-

da, sem compreender e integrar no-

vos elementos internos à intervenção

nos respectivos contextos, ou limitar

a realidade aos objetivos do progra-

ma, que devem ser atingidos não im-

porta a que custo social. Ambos, mo-

nitoramento e avaliação (M&A), são

insuficientes para explicar os proble-

mas ou méritos de uma intervenção

de saúde. Assim, não pode se tomar

a avaliação como panaceia para resol-

ver as incertezas técnicas e científicas

no âmbito de decisões políticas, nem

se deve atribuir exclusivamente aos

estudos avaliativos a possibilidade de

validar evidências.

Não poderíamos finalizar essas dire-

trizes, que orientam nosso referen-

cial para fortalecimento de capacidades avaliativas, sem

recorrer à dupla contribuição de LaFond &Brown (2002 e

2003). Suas ferramentas para mapeamento de necessidades

e um guia de avaliação das ações educativas, voltadas para

o desempenho de organizações e sistemas de saúde, apare-

cem, como sendo de maior importância. Os autores aler-

tam que sistemas e programas governamentais, com finan-

ciamento nacional ou internacional, operados em parcerias

locais por contratos de gestão baseados em resultados, têm

os seguintes pilares para formação dos avaliadores:

A organização está comprometida com“melhores” serviços;

O monitoramento deve ocorrer em todas as fases das

intervenções;

Há interesse do próprio gestor em avaliar suas intervenções;

Existem sistemas de informação para o monitoramento

dos programas;

As questões de avaliação são específicas e claras para to-

dos os interessados;

A pesquisa avaliativa é cuidadosamente definida em suas

prioridades;

O suporte da literatura (inter)nacional é indispensável

à avaliação;

As competências adquiridas devem ser conceituais, téc-

Pesquisa

Outras

pesquisas

Normativa

(Critérios)

PESQUISA

AVALIATIVA

Avaliação

Julgamentos e Decisões

Figura 4- Relações na tomada de decisões

Políticas Públicas

Figura 4

– Relações na tomada de decisões

Figura 5

– Enquadramento pedagógico