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S72

Artigo Original

de cuidados primários, reduzem o uso de atendimentos de

emergência desnecessários e caros.

e. Generalização das teleconsultas.

Ao oferecer con-

sultas via telessaúde, os médicos ou enfermeiros podem

reduzir o desperdício do seu tempo com deslocamentos e

ocupar este tempo liberado com novas consultas.

6. Conclusão e recomendações

operacionais

1. O reconhecimento da telessaúde como um ins-

trumento essencial para contribuir para o acesso

universal aos serviços de saúde

, aproximando as popu-

lações aos cuidados de saúde, com potencial a vários níveis,

incluindo a prevenção, o diagnóstico, o tratamento e a reabi-

litação, e a vigilância em saúde pública.

2. Aposta clara na capacitação de técnicos de teles-

saúde e de desenvolvimento de competências na

sua utilização por profissionais de saúde.

3. A possibilidade de investir e aplicar, a curto pra-

zo, os recursos tecnológicos e as competências

existentes no Brasil e em Portugal, no desenvolvimento do

setor em outros países da CPLP.

Para que seja possível

aproveitar este potencial é imperioso que se crie

uma rede de telessaúde no espaço lusófono

.

Deve ainda sublinhar-se que:

a) A telessaúde aplicada à cardiologia, podendo ser direcio-

nada da teleconsulta mas fundamentalmente no telediag-

nóstico/teleletrocardiografia, com ganhos de tempo no

tratamento em urgência cardiológica e no apoio à decisão

nos centros de saúde. Ao mesmo tempo a monitorização na

doença crónica (insuficiência cardíaca, diabetes mellitus,

DPOC, saúde mental, etc.) e na terceira idade, através dos

recursos já disponíveis com a internet;

b) A importância da teleducação, que pode beneficiar o es-

paço lusófono com a diversidade de programas já desenvol-

vidos;

c) O desenvolvimento, e integração, do processo clínico

electrónico e a digitalização e arquivo dos exames de diag-

nóstico PACS, nomeadamente os radiológicos, ferramentas

tecnológicas para a webização da informação médica, etc.

d) O potencial que a telessaúde encerra no desenvolvimento

integrado dos serviços nacionais de Saúde, consideradas to-

das as condicionantes envolvidas, incluindo a falta de recur-

sos médicos especializados e de outros profissionais;

e) A necessidade de preparar o sistema de saúde para a nova

conceção de acessibilidade aos atos médicos introduzidos

pela telessaúde/telessaúde e pela monitorização à distância e

arquivo de sinais biológicos.

f) Por fim, deve ser realçado o contributo das universidades

na identificação das possibilidades e necessidades de medici-

na e saúde à distância no contexto lusófono e, deve ser feito

o esforço de as fazer coincidir com os interesses dos doentes

e necessidades da comunidade médica e das entidades tute-

lares, promovendo globalmente o acesso universal à saúde.

Agradecimentos

Agradece-se os contributos de todos os colegas que têm

vindo a desenvolver atividades na telessaúde e que connosco

partilharam as suas experiências e conhecimentos, nomeada-

mente o Professor Paulo Ferrinho, Diretor of IHMT, e Dr.

Augusto Paulo Silva, Dr. Felix Rosenberg, Dr. Luiz Eduardo

Fonseca, e Professor Paulo Buss da FioCruz.

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