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Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP
oncologia, enfermagem, oftalmologia, dermatologia, saúde
da criança e do adolescente, reabilitação, ortopedia e trau-
ma, doenças tropicais e saúde indígena, entre outros. Com
base no modelo de política pública com base na evidência
científica, atualmente os números já são significativos:
1. O Programa Nacional deTelessaúde (teleassistência, te-
leconsulta e telediagnóstico) em colaboração com as secre-
tarias estaduais, municipais e comunitárias de saúde. Atual-
mente integra 14 dos 27 estados, 4.141 pontos e 2.367 de
5570 municípios.
1. A UNASUS em colaboração com as faculdades, hospi-
tais de ensino e institutos de pesquisa em saúde. Já forneceu
capacitação em Serviço para 200 mil profissionais da saúde
do SUS.
2. A RUTE integra a infraestrutura tecnológica de comu-
nicação das faculdades, hospitais de ensino e institutos de
pesquisa em saúde. Atualmente conecta em alta velocidade
118 hospitais universitários e de ensino em todos os estados.
Exemplos de projetos transformados em serviços nos Esta-
dos de Minas Gerais e São Paulo.
No Estado de Minas Gerais, o objetivo é apoiar as autori-
dades municipais e estaduais na organização colaborativa e
integrada do atendimento à população, com a participação
efetiva das secretarias estaduais de saúde na coordenação da
telessaúde no estado. Segundo dados do Tele-Minas Saúde,
no atendimento a mais de 700 municípios no estado, cerca
de 70% dos pacientes atendidos a distância não necessitam
ser transportados para diagnóstico e tratamento em centros
urbanos especializados, uma economia de 10% dos recur-
sos da secretaria municipal de saúde. Atualmente são aprox.
1500 teleconsultas/dia para segunda opinião em ECG e mais
1500/mês em outras especialidades, recentemente implan-
tadas.
No Telessaúde São Paulo, foram estabelecidos marcos signi-
ficativos de que resultaram um conjunto de novos projetos:
“ECare: Doutor novo Programa no Brasil”; “Cloud Saúde
e Educação Interativo”; “Saúde Fábrica do Conhecimento”;
“Telepatologia: Autópsia anatomopatológico discussão” (já
com 12 anos de experiência no Brasil); e “Teletraumatolo-
gia”, com 10 anos de experiência
7, 8, 9, 12, 13, 14, 15, 16, 17
.
4.3. CaboVerde
Os primeiros passos da telessaúde em Cabo Verde come-
çaram a partir de 1999, após a assinatura de um protocolo
entre o Hospital Dr. Agostinho Neto e os Hospitais da Uni-
versidade de Coimbra, no âmbito do curso de ginecologia
e obstetrícia. Desde 2000 houve várias intervenções de re-
forço das linhas de comunicação. Em 2009, com apoio do
Serviço de Cardiologia, do Centro Hospitalar de Coimbra,
teve início a primeira ligação entre aquele Serviço e o Servi-
ço de Cardiologia do Hospital Dr.Agostinho Neto, na Praia.
Seguiu-se a ligação ao segundo Hospital Central, no Min-
delo. Esta iniciativa, no domínio da cardiologia pediátrica,
perdura até hoje, através de teleconsultas, discussão de casos
e programação de evacuações de Cabo Verde para Portugal.
Vários doentes têm vindo a beneficiar desta ligação.
Em 2012, o percurso da telessaúde em CaboVerde conheceu
uma viragem estratégica fundamental, com a implementa-
ção do projeto de telemedicina, que permitiu a ligação entre
os hospitais centrais, regionais e as delegacias de saúde, em
todas as ilhas, sendo os primeiros considerados centros de
referência.
ITeHP-CV em CaboVerde
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que deu lugar ao Programa Na-
cional de Telessaúde - PNT
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, com o propósito de permitir
a realização de teleconsultas, formação à distância, telecon-
ferência e disponibilização de uma biblioteca virtual. Tem-
-se desenvolvido investigação sobre o impacto da telessaú-
de na rede de referenciação e evacuações, cujos resultados
mostram a sua relevância parra as populações mais distantes
e para a eficiência do sistema de saúde (Lapão & Correia,
2014). Note-se que só recentemente em 2014, Cabo Verde
deu início a este programa nacional (Azevedo, 2015), tendo
inaugurado o centro de telemedicina a 23 de Julho de 2015.
5.4. Guiné-Bissau
ProjetoTelehealth UERJ
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, sediado no Centro de Telessaúde
UERJ da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil,
que integra dois programas nacionais (a rede universitária
de telessaúde - RUTE - e a rede de telessaúde do Brasil),
encontra-se a realizar trabalho com 26 países incluindo a
Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde e Moçambique, dedican-
do-se exclusivamente à reciclagem e re-certificação de com-
petências dos profissionais de saúde através da realização de
teleformação e seminários por teleconferência, assim como
previamente gravados (Diniz et al., 2012; UERJ, 2015).
Pan African e-Network
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, presente na Guiné-Bissau, São
Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Moçambique, entre outros
42 países do continente africano. Projeto pelo qual a Indian
Government and African Union procede à capacitação de
profissionais de saúde de África e presta serviços de telessaú-
de por consultas de especialidade (Wamala and Augustine,
2013; Yusif and Jeffrey, 2014). De ressalvar as dificuldades
de compreender os conteúdos em inglês para a maioria dos
profissionais.
4.5. Moçambique
Moçambique Health Information Network (MHIN) [7] que,
desde 2006, juntamente com o IDRC (Canadian Internatio-
nal Development Research Centre), integra dados de saúde
através de um sistema de comunicação simples e económico
de dois sentidos, utilizando uma rede telefónica e Personal
Digital Assistants (PDAs). Moçambique está neste momento
a desenvolver a sua estratégia de sistemas de informação e
de telessaúde.
A RNP do Brasil tem um termo de cooperação com a More-
Net, rede académica, vinculada ao Ministério de C&T, com
a preocupação de promover a telessaúde. Existe também
Drug Resource Enhancement against AIDS and Malnutrition