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S71

Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP

Há ainda o programa Saúde paraTodos - Projeto de Cuidados

Especializados e Telessaúde [19] que desde 2012 reforça a

prestação de cuidados especializados de saúde para uma efe-

tiva melhoria dos indicadores de saúde, através da utilização

de uma plataforma de telessaúde, de forma a rentabilizar as

missões de especialidades como radiologia, psiquiatria, pe-

diatria, anatomia patológica, cirurgia geral, cardiologia, ima-

giologia e oftalmologia. Este projeto recebe o apoio de Ca-

mões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e Fundação

Calouste Gulbenkian, com a colaboração direta do Hospital

Professor Doutor Fernando Fonseca (Freitas, 2013).

4.8.Timor Leste

Em cooperação com a Organização Mundial da Saúde (OMS)

e a Fundação de Saúde Pública da India (PHFI), o país tem

desenvolvido testes diagnósticos usando tecnologia Android.

O Banco Mundial mantém no país um centro de videoconfe-

rência que permite discussões em tempo real. Além disso, o

governo tem investido em sistemas de telessaúde.

4.9 Partilhados por vários países

PEDITEL

8

é um projeto que se baseia na ligação entre o sis-

tema RIS (Rede de Informática da Saúde Portuguesa) e os

países Angola, CaboVerde e SãoTomé e Príncipe, com o ob-

jetivo de contribuir para a redução da mortalidade infantil.

Este sistema assenta na utilização da Plataforma de Telecon-

sulta Medigraf e dá suporte a especialidades como cardio-

logia, radiologia, obstetrícia, pediatria, anatomia patológica,

dermatologia e genética

5

.

5. Oportunidades futuras

A telessaúde tem o potencial para ajudar o sistema de saúde a

cumprir o objetivo de aumentar a qualidade do atendimento,

melhorar a saúde da população e reduzir o custo

per capita

do cuidado médico. Com a ajuda das TICs, e com desenvol-

vimento relativamente de baixo custo, é possível melhor o

acesso à saúde de populações localizadas em zonas rurais ou

para pessoas em mobilidade.

É importante recordar que durante a 60.ª sessão do Comi-

té Regional Africano da OMS, o então Diretor Regional da

OMS para a África, Dr. Luis Sambo, afirmou: “a cibersaúde

pode contribuir de vários modos para o reforço dos sistemas

de saúde melhorando a oferta, qualidade e uso de informa-

ções e dados fatuais graças: ao reforço dos sistemas de infor-

mação sanitária e dos sistemas de vigilância da saúde pública;

ao desenvolvimento dos profissionais da saúde e à melhoria

do seu desempenho, eliminando barreiras espaciais e tempo-

rais através da telessaúde e dando continuidade à formação

para a medicina; melhorando o acesso aos conhecimentos e

informações sobre a saúde existentes a nível global e local;

e estimulando mudanças positivas nos estilos de vida, para

prevenção e controlo de doenças comuns.”

Um estudo de 2011, realizado pelo Instituto Nacional de

Reforma Sanitária Americana, constatou que re-interna-

mentos, dentro de um mês da alta do paciente, custaram

mais de 16 bilhões de dólares por ano.A telessaúde foi apon-

tada como uma das formas de se reduzir as readmissões de

pacientes. Mais, pensando numa perspetiva de colaboração

entre países, há um conjunto de prioridades a estabelecer:

1. Padrão (regional) de requisitos mínimos para a transmis-

são de dados e respetiva infraestrutura;

2. Estratégia para a promoção, prevenção e prestação de

serviços através da telessaúde;

3. Diretrizes regionais para a gestão e governação da te-

lessaúde;

4. Estratégia para a criação de uma rede de telessaúde e

telessaúde nos países de língua portuguesa;

5. Para responder às necessidades de técnicos deve-se de-

senvolver um modelo de capacitação em especialidades, su-

bespecialidades, e certificação em telessaúde;

6. Processos de inovação com acréscimo de qualidade em

telessaúde, com a criação de uma base de conhecimento.

Neste contexto podem definir-se 5 oportunidades mais sig-

nificativas da telessaúde, que podem ter um papel importan-

te na diminuição das despesas gerais e no aumento do acesso

à saúde e da sua qualidade:

a. Utilização e acesso a serviços de exames remotos.

Serviços de análise remota, como telepatologia e telerradiolo-

gia, podem contribuir para ummenor custo e maior qualidade

de cuidados, visto que permitem que profissionais altamente

treinados trabalhem de acordo com a procura. A utilização

destes serviços remotos permite que hospitais com baixa pro-

cura possam ter cobertura 24/7 a um custo acessível, pois, os

baixos volumes tornam economicamente inviável manter um

patologista ou radiologista à disposição.

b. Monitorização remota.

Tecnologias de monitorização

remota permitem que os doentes sejam acompanhados em re-

gime “quase ambulatório” em suas casas (e.g.AmbientAssisted

Living), quando anteriormente precisavam de internamento

para serem monitorizados, reduzindo substancialmente os

custos do sistema de saúde e aumentando a qualidade de vida

dos doentes. Bem como na vigilância em saúde pública. As

tecnologias mHealth podem ainda ir mais longe ao reduzir os

custos de complicações com doenças crónicas. Por exemplo,

um aumento no peso corporal (devido à retenção de líquidos)

é frequentemente um sinal de que o paciente precisará ser

hospitalizado por insuficiência cardíaca. O acesso às informa-

ções diárias sobre os pacientes, são capazes de acionar os cui-

dados antes que ocorra uma crise. Evitando crises, melhora-se

a qualidade do atendimento e reduz-se o custo.

c. Teleducação.

Oportunidade de formar grande número

de profissionais de saúde, disponibilizando conteúdos que

podem ser continuamente actualizados.

d. Serviços de triagem nas evacuações.

Os serviços

de triagem, ou segunda opinião, realizados remotamente,

facilitados pelas teleconsultas, com enfermeiros e médicos