S43
Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP
Área TB pediátrica
A criação da área de Pediatria na REDE-TB também
ocorreu em 2012, durante o mesmo encontro. No trié-
nio 2012-2015 a área de pediatria desenvolveu investi-
gações ligadas a cursos de pós-graduação (Mestrado e
Doutorado) de duas cidades brasileiras: Rio de Janeiro e
Curitiba. Foram conduzidas pesquisas clínicas nos cam-
pos de: diagnóstico por ensaios clínicos de liberação do
interferon-gama (IGRA, da sigla em inglês) para detec-
ção de infeção latente por TB, controle de contatos e
desenvolvimento de escores clínicos para o diagnóstico
da TB infantil em pacientes infectados e não infectados
pelo HIV. Foram estabelecidas parcerias com pesquisado-
res de outras instituições visando ao desenvolvimento de
estudos multicêntricos: Universidade Federal Fluminen-
se (Niterói, RJ) e
Berkley University
(EUA) para o estudo
de biomarcadores do tratamento da TB na infância e com
a
Ghent University
(Bélgica) para estudo de método diag-
nóstico e pesquisa de resistência do
M. tuberculosis
com
emprego do
string test
.
Área de micobactérias não tuberculosas
A área de Micobactérias não tuberculosas foi criada em
2008 com os seguintes objetivos:
1)
Estudar em seres humanos as doenças causadas por
esses microrganismos,
2)
Estabelecer os critérios clínicos, microbiológicos
e de imagem para o diagnóstico de doença, colonização
transitória ou contaminação de materiais clínicos por es-
ses microrganismos,
3)
Monitorar o tratamento dos casos da doença por es-
ses microrganismos e
4)
Criação de banco de cepas de micobactérias não tu-
berculosas em diferentes Centros de Pesquisa no Brasil.
Como estratégia para atingir esses objetivos, iniciou-se
uma discussão com os clínicos, biomédicos e radiologis-
tas para a elaboração de um documento para registro das
informações sobre a história clínica, exame físico, laudos
de imagens (radiografia, tomografia computadorizada e
ressonância nuclear magnética) e tratamento medicamen-
toso para uniformizar a coleta dessas informações nas di-
ferentes regiões do país de casos da Doença por micobac-
térias não tuberculosas.
A criação de banco de cepas de micobactérias não tuber-
culosas isoladas de seres humanos, de animais e do am-
biente (ar, solo, água) visa a garantir a realização de estu-
dos microbiológicos e moleculares em diferentes centros
no país incluindo a elaboração, padronização e avaliação
multicêntrica de testes para identificação, tipagem e aná-
lise de susceptibilidade aos iocidas e antimicrobianos.
Com esta abordagem resultou em várias publicações de
interesse nacional e internacional.
40–43
Conclusão
A REDE-TB é mais do que uma entidade jurídica dividida
em áreas temáticas e coordenadas por um pequeno grupo
diretivo. Trata-se de um novo conceito de cooperação, onde
a sinergia das complementaridades pavimenta o caminho da
transferência do conhecimento à sociedade. Neste conceito,
a hierarquia dá espaço à produtividade e resolubilidade, pro-
curando atender a missão de interligar governos, academia,
sociedade civil organizada e indústria em prol de uma causa
única: o Controle daTB. O modelo de integração e soma arti-
culada de esforços, bem como o processo de criação, fomento,
manutenção e objetivos observados na REDE TB podem ser
perfeitamente extrapoláveis para outras áreas da saúde.
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