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S40

Artigo Original

Novos derivados da classe quinoloxiacetamida foram pla-

nejados a partir do composto GSK358607A identificado

pelo grupo GlaxoSmithKline (GSK) por triagens em en-

saios envolvendo células intactas a partir da sua coleção

de moléculas. Este composto apresentou uma potente ini-

bição no crescimento celular de M. tuberculosis H37Rv

(MIC = 0,70 µM), baixa citotoxicidade frente às células

HepG2 (IC50>50µM) e um índice terapêutico aceitável

(I.T.=HepG2 IC50/H37RvMIC> 50 vezes). Para explorar

a relação entre a estrutura química com a atividade biológi-

ca SAR (relação estrutura-atividade), uma série de 22 novos

análogos da classe quinoloxiacetamida foi sintetizada, tor-

nando promissora esta nova abordagem.

Área diagnóstica

Entre os novos testes diagnósticos desenvolvidos por pesquisa-

dores da REDE-TB, foi viabilizada a interação com a indústria

nacional para testes moleculares (DetectTB, Q3) e fenotípicos

(PPD recombinante, Kit Nitratase),

14

desenvolvidos por pes-

quisadores da FEPPS-RS, Fiocruz-Tecpar-PR, FURG e UFMG,

respectivamente. O teste Detect-TB e SIRE kit Nitratase foram

aprovados naAnvisa e estão comercializados no país.

O Decit-SCITE financiou a análise do impacto clínico e eco-

nómico do Detect TB em diferentes regiões do país, cujos

resultados foram similares àqueles obtidos pelo Xpert®

MTB/Rif, produzido por uma empresa norte americana. Os

outros testes diagnósticos estão em fase de desenvolvimento,

validação laboratorial e/ou estudos de eficácia.

Pesquisadores da REDE-TB também analisaram o impacto

clínico do uso do MGIT960 em condições de rotina,

15

e de

novos testes moleculares já comercializados como MTBDR

plus e MTB Rif na abordagem diagnóstica de paciente sus-

peito de TB resistente, em centros de referência, em 4 esta-

dos do país (Projeto PROVE IT, financiado pela USAID).

16

Também foram pesquisadores da REDE-TB que conduziram

os estudos de implementação, aceitação e custo-efetividade

do Xpert® MTB/Rif em um projeto do PNCT (Projeto

InCo-TB, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates).

Estas análises resultaram na incorporação do teste no SUS

em 2014.

17–23

Área de pesquisa clínica /ensaios clínicos

Pesquisadores da REDE-TB estão participando de vários en-

saios clínicos multicêntricos para testar novos regimes e novos

fármacos para tratamento da TB sensível, resistente e laten-

te.

24,25

Como exemplo, citamos o estudo da Bedaquilina e a

comparação do regime 4RIF versus 9INH paraTB latente.

26,27

Estamos também conduzindo um ensaio clínico pragmáti-

co em Unidades de Atenção Primária nas cidades de Recife,

Manaus e Rio de Janeiro, no intuito de comparar diferentes

abordagens operacionais para incrementar a detecção e o diag-

nóstico de TB latente. Ações em saúde pública baseadas em

diagnóstico situacional inicial e soluções propostas pelas pró-

prias unidades de saúde serão implementadas.

Área pesquisa operacional

Até o ano de 2014, as atividades das áreas de Epidemiologia e

Pesquisas Operacionais trabalhavammuito em

conjunto.As

pes-

quisas epidemiológicas buscavam novos conhecimentos sobre as

frequências e distribuição dos quadros nosológicos deTB/HIV,

os fatores determinantes e o quadro geoepidemiológico. As

pesquisas operacionais por outro lado eram em geral afeitas ao

acompanhamento do deslocamento de conhecimentos, transfe-

rências de tecnologias,  práticas tecnológicas para uso clínico,

avaliação do sucesso na implementação de novas intervenções

na área de prevenção, instrumentos terapêuticos, intervenções

de base populacional, barreiras para aplicação destes conheci-

mentos e sua implementação, estudos de como  generalizar in-

tervenções, efetividade das intervenções. Na intersecção destes

dois campos de pesquisa, dezenas de trabalhos foram publicados

na imprensa nacional e ou internacional.

No período de 2001 a 2016, ocorreu com apoio da REDE-

-TB a nucleação de 10 grupos de pesquisa operacional em

tuberculose no Brasil: EE-UFRN-Natal; EE-UFPB-Joao

Pessoa; EE-UNIRIO; UNIOeste-PR Foz Iguaçu; FM- UF-

TM-MG Uberaba; Universidade Estadual do Oeste do

Paraná-UNIOESTE/Foz do Iguaçu; EE-UFRS Pelotas; EE-

-FAMERP São José do Rio Preto-SP; EE-UFSCar São Carlos

–SP; EE- UFRS Santa Maria-RS em parceria com USP RP.

Entre as contribuições da Área de Pesquisa Operacional da

REDE-TB na Análise do Impacto da Gestão /Avaliação de

Serviços de Saúde, citamos

:

a)

elaboração e validação de um questionário de avaliação da

organização e desempenho dos serviços de saúde na atenção

à tuberculose, baseado no

Primary Care Assessment Tool (PCAT

)

utilizado em mais de 30 municípios de diferentes regiões do

Brasil,

28–32

tendo citaçõesWeb of Science (25), Scopus (31),

Google Scholar (78) e Scielo (92) e

b) avaliação de tecnologias em saúde por meio da criação e

implantação de um Sistema informatizado para assistência à

TB (SISTB) em serviços de saúde com PCT do município de

Ribeirão Preto-SP em parceria com coordenação PCT Esta-

do - SP 2014-2016.

Área gestão da qualidade

Desde 2009 foi criada área de Qualidade e Transferência de

Tecnologia, foramministrados em torno de 12 cursos em Boas

Práticas Clínicas e Laboratoriais voltadas para profissionais da

área de saúde envolvidos com pesquisa clínica e operacional.

A partir de 2016, a RedeTB pretende:

a) auxiliar na revisão da Política de Laboratórios de Saúde

Pública e Centros Colaboradores (ligados a Universidades

e Institutos de Pesquisa) procurando alocação de recursos

financeiros e humanos necessários para implementar o Siste-

ma de Gestão da Qualidade, e

b) obter acreditação pelo INMETRO (via ISO 15189 ou ISO

15025) ao menos em Laboratórios de Referências e Centros

Colaboradores que concordem em participar efetivamente

da Agenda Nacional de Pesquisa emTB.