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S37

Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP

proposta intitulada “Estratégias Integradas para o Estudo e

Controle da Tuberculose no Brasil: Novas Drogas, Novas

Vacinas, Testes Diagnósticos e Avaliação Clínico-operacio-

nal” foi submetida na Área daTB. Em outubro daquele ano,

dentre as 260 propostas encaminhadas ao CNPq, a da RE-

DE-TB estava incluída na listagem das 17 aprovadas. Entre

elas, apenas três eram da área biomédica, e nenhuma tinha

o escopo abrangente como aquele proposto pela REDE-

-TB. Este logro foi um marco na história biomédica no

País, não somente por ter seu mérito científico reconhe-

cido pelo órgão fomentador, mas principalmente pelo re-

conhecimento de que a construção do conhecimento e de

sua transferência poderia ser feito de uma forma coletiva,

integrada, multidisciplinar e descentralizada. O fomento

teve indubitavelmente um papel crucial para a viabilização

das atividades que integrariam os pesquisadores e demais

atores da REDE-TB, obtidos naquele e nos editais seguin-

tes dos Institutos Milénio nos anos 2003 e 2005.

A ideia norteadora do projeto era o sinergismo entre cen-

tros de pesquisas que competiam independentemente pe-

los mesmos recursos, potencializando as pesquisas e dimi-

nuindo o prazo de execução, principalmente pela capacida-

de de recrutamento criada nos centros colaboradores onde

havia a inserção dos coordenadores da REDE-TB. Nesta

proposta também estavam incluídas atividades de interação

e promoção de Pesquisa Operacional nas quais seria crucial

a interação com o SUS.

Inicialmente, a REDE-TB era constituída pelas seguintes

Áreas de Coordenação: Drogas, Diagnóstico, Vacinas,

Pesquisa Básica, Pesquisa Clínica, Epidemiologia e Clí-

nico-Operacional, Recursos Humanos e Interação com

Indústria. Posteriormente, estas se ampliaram, e hoje a

REDE-TB conta ainda com as áreas TB e HIV, TB multir-

resistente, TB pediátrica, TB em prisões, TB em indígenas,

TB em moradores de rua, Gestão da Qualidade, Mobiliza-

ção Social, Controle de Infeção da TB, e Micobacterias não

tuberculosas.

Os anos seguintes foram marcados pela consolidação da

REDE-TB. Foram realizadas oito oficinas nacionais, a par-

tir de 2002, no Rio de Janeiro (Região Sudeste), Manaus

(Região Norte), Fortaleza, Recife e Salvador (Região Nor-

deste), Campo Grande (Região Centro Oeste). São Paulo,

Rio de Janeiro eVitoria (Região Sudeste).

No I Workshop Nacional da REDE-TB, realizado no Rio

de Janeiro, em setembro de 2002, com 800 participantes,

(http://www.faperj.br/?id=6.2.4

), foram identificadas

consensualmente as seguintes prioridades:

a)

Criar uma Sociedade de caráter legal a partir do

conceito da REDE-TB. Esta sociedade passaria a ter

personalidade jurídica, contando com estatuto e regi-

mento, e uma diretoria eleita a cada 2 anos, por meio

de voto universal em Assembleias Gerais.

b)

A inclusão dos membros da REDE-TB deveria

ocorrer por meio da solicitação do profissional que

tivesse interesse em realizar e/ou participar de pro-

jetos de pesquisa em TB e outras micobacterioses.

Criar diferentes áreas temáticas com um coordenador

e vice-coordenador que teriam como missão principal

estabelecer as conexões entre os pesquisadores de sua

respectiva área, para melhor visualização e gerencia-

mento da REDE-TB.

c)

Criar novas áreas além dos tradicionais campos

temáticos já existentes: Mobilização Social e TB/HIV.

d)

Promover ações que auxiliassem na criação de

ONGs de TB nos níveis local, estadual e nacional.

e)

Promover seminários regionais para agilizar local-

mente o “encontro” entre Governo/Serviço, Acade-

mia e a Sociedade Civil.

f)

Promover seminários das áreas de Fármacos e

Diagnóstico, focando na Interação entre Indústria,

Órgãos Regulatórios (ANVISA, CONEP), Secretaria

de Ciência Tecnologia e Inovação (SCTIE) em Saúde,

CNPq/Finep do MCTI, Banco de Desenvolvimento

Social (BNDES) e REDE-TB.

g)

Manter a realização de Workshops Nacionais da

REDE-TB, intercalados com outras atividades como

os Encontros Nacionais deTB, que deveriam ser coor-

denados pela REDE-TB juntamente com os parceiros

chave: PNCT, Programas Nacional de DST/AIDS

(hoje Departamento de DST/Aids/Hepatites) do

Ministério da Saúde (MS), Sociedades Médicas (i.e.:

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, So-

ciedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasilei-

ra de MedicinaTropical), além de ter representação da

International Union against Tuberculosis and Lung Diseases

(UNION) e da Organização PanAmericana da Saúde.

Outra prioridade era identificar ONGs e Organismos

de Cooperação Internacional que pudessem participar

deste processo.

h)

Criar um “website” da REDE-TB para otimizar os

esforços de todos consubstanciando a existência de

uma REDE virtual articulada e atualizada.

(www.re- detb.org)

i)

Estimular a certificação e/ou acreditação de la-

boratórios e/ou “sites clínicos” cujos coordenadores

fossem integrantes da REDE-TB.

Nos 14 anos seguintes, os coordenadores da REDE-TB en-

vidaram esforços para cumprir estas metas. Destacam-se

entre elas a conclusão, em 1

o

de julho de 2003, do processo

de registro da REDE-TB como uma entidade jurídica. Em

agosto de 2003, coordenadores da REDE-TB auxiliaram na

criação da ONG-TB no Rio de Janeiro, e em novembro

de 2004, participaram ativamente da criação da Parceria

Brasileira contra a TB, vinculada ao

STOP TB Initiative

, ocu-

pando cargo de representante da Academia, por eleição, na

Comissão Executiva, nos anos seguintes.

Em 2004, ocorre o I Encontro Nacional de TB, realizado