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Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP
proposta intitulada “Estratégias Integradas para o Estudo e
Controle da Tuberculose no Brasil: Novas Drogas, Novas
Vacinas, Testes Diagnósticos e Avaliação Clínico-operacio-
nal” foi submetida na Área daTB. Em outubro daquele ano,
dentre as 260 propostas encaminhadas ao CNPq, a da RE-
DE-TB estava incluída na listagem das 17 aprovadas. Entre
elas, apenas três eram da área biomédica, e nenhuma tinha
o escopo abrangente como aquele proposto pela REDE-
-TB. Este logro foi um marco na história biomédica no
País, não somente por ter seu mérito científico reconhe-
cido pelo órgão fomentador, mas principalmente pelo re-
conhecimento de que a construção do conhecimento e de
sua transferência poderia ser feito de uma forma coletiva,
integrada, multidisciplinar e descentralizada. O fomento
teve indubitavelmente um papel crucial para a viabilização
das atividades que integrariam os pesquisadores e demais
atores da REDE-TB, obtidos naquele e nos editais seguin-
tes dos Institutos Milénio nos anos 2003 e 2005.
A ideia norteadora do projeto era o sinergismo entre cen-
tros de pesquisas que competiam independentemente pe-
los mesmos recursos, potencializando as pesquisas e dimi-
nuindo o prazo de execução, principalmente pela capacida-
de de recrutamento criada nos centros colaboradores onde
havia a inserção dos coordenadores da REDE-TB. Nesta
proposta também estavam incluídas atividades de interação
e promoção de Pesquisa Operacional nas quais seria crucial
a interação com o SUS.
Inicialmente, a REDE-TB era constituída pelas seguintes
Áreas de Coordenação: Drogas, Diagnóstico, Vacinas,
Pesquisa Básica, Pesquisa Clínica, Epidemiologia e Clí-
nico-Operacional, Recursos Humanos e Interação com
Indústria. Posteriormente, estas se ampliaram, e hoje a
REDE-TB conta ainda com as áreas TB e HIV, TB multir-
resistente, TB pediátrica, TB em prisões, TB em indígenas,
TB em moradores de rua, Gestão da Qualidade, Mobiliza-
ção Social, Controle de Infeção da TB, e Micobacterias não
tuberculosas.
Os anos seguintes foram marcados pela consolidação da
REDE-TB. Foram realizadas oito oficinas nacionais, a par-
tir de 2002, no Rio de Janeiro (Região Sudeste), Manaus
(Região Norte), Fortaleza, Recife e Salvador (Região Nor-
deste), Campo Grande (Região Centro Oeste). São Paulo,
Rio de Janeiro eVitoria (Região Sudeste).
No I Workshop Nacional da REDE-TB, realizado no Rio
de Janeiro, em setembro de 2002, com 800 participantes,
(http://www.faperj.br/?id=6.2.4), foram identificadas
consensualmente as seguintes prioridades:
a)
Criar uma Sociedade de caráter legal a partir do
conceito da REDE-TB. Esta sociedade passaria a ter
personalidade jurídica, contando com estatuto e regi-
mento, e uma diretoria eleita a cada 2 anos, por meio
de voto universal em Assembleias Gerais.
b)
A inclusão dos membros da REDE-TB deveria
ocorrer por meio da solicitação do profissional que
tivesse interesse em realizar e/ou participar de pro-
jetos de pesquisa em TB e outras micobacterioses.
Criar diferentes áreas temáticas com um coordenador
e vice-coordenador que teriam como missão principal
estabelecer as conexões entre os pesquisadores de sua
respectiva área, para melhor visualização e gerencia-
mento da REDE-TB.
c)
Criar novas áreas além dos tradicionais campos
temáticos já existentes: Mobilização Social e TB/HIV.
d)
Promover ações que auxiliassem na criação de
ONGs de TB nos níveis local, estadual e nacional.
e)
Promover seminários regionais para agilizar local-
mente o “encontro” entre Governo/Serviço, Acade-
mia e a Sociedade Civil.
f)
Promover seminários das áreas de Fármacos e
Diagnóstico, focando na Interação entre Indústria,
Órgãos Regulatórios (ANVISA, CONEP), Secretaria
de Ciência Tecnologia e Inovação (SCTIE) em Saúde,
CNPq/Finep do MCTI, Banco de Desenvolvimento
Social (BNDES) e REDE-TB.
g)
Manter a realização de Workshops Nacionais da
REDE-TB, intercalados com outras atividades como
os Encontros Nacionais deTB, que deveriam ser coor-
denados pela REDE-TB juntamente com os parceiros
chave: PNCT, Programas Nacional de DST/AIDS
(hoje Departamento de DST/Aids/Hepatites) do
Ministério da Saúde (MS), Sociedades Médicas (i.e.:
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, So-
ciedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasilei-
ra de MedicinaTropical), além de ter representação da
International Union against Tuberculosis and Lung Diseases
(UNION) e da Organização PanAmericana da Saúde.
Outra prioridade era identificar ONGs e Organismos
de Cooperação Internacional que pudessem participar
deste processo.
h)
Criar um “website” da REDE-TB para otimizar os
esforços de todos consubstanciando a existência de
uma REDE virtual articulada e atualizada.
(www.re- detb.org)i)
Estimular a certificação e/ou acreditação de la-
boratórios e/ou “sites clínicos” cujos coordenadores
fossem integrantes da REDE-TB.
Nos 14 anos seguintes, os coordenadores da REDE-TB en-
vidaram esforços para cumprir estas metas. Destacam-se
entre elas a conclusão, em 1
o
de julho de 2003, do processo
de registro da REDE-TB como uma entidade jurídica. Em
agosto de 2003, coordenadores da REDE-TB auxiliaram na
criação da ONG-TB no Rio de Janeiro, e em novembro
de 2004, participaram ativamente da criação da Parceria
Brasileira contra a TB, vinculada ao
STOP TB Initiative
, ocu-
pando cargo de representante da Academia, por eleição, na
Comissão Executiva, nos anos seguintes.
Em 2004, ocorre o I Encontro Nacional de TB, realizado