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S39

Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP

Manaus e Salvador foi viabilizada por meio de co-financia-

mento NIAID-NIH e Departamento Ciência Tecnologia da

Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos do

Ministério da Saúde (Decit--SCTIE-MS).

Em 2014, como resultante das discussões do

Movement Re-

search

, a OMS sinaliza que a REDE-TB pode ser um bom

exemplo de integração de esforços na área de pesquisa em

TB, visto que no Plano Global deTB 2015, a pesquisa passou

a ser incluída como um dos três pilares.

Em 2015, a REDE-TB realiza um inquérito entre represen-

tantes de diferentes instituições, seja do governo, da Aca-

demia, Instituições de Pesquisa, Sociedade Civil sobre as

prioridades de pesquisa emTB que deveriam ser indicadas

no Brasil, em resposta às demandas do novo Plano Global

deTB, proposto pela OMS e STOPTB

Initiative

.Ao final de

2015, a REDE-TB coordena, com auxílio do PNCT-MS e

da Fiocruz a consolidação da Agenda Nacional de Pesquisa

em TB, a ser utilizada pelos formuladores de políticas pú-

blicas e agências de fomento.

5

O conjunto das atividades acima descritas demonstra a

cooperação estreita entre os pesquisadores, as diferentes

esferas do governo e a sociedade civil, e a importância atri-

buída à REDE-TB pelos órgãos internacionais de fomento

e de pesquisa.

Atuais atividades da REDE-TB

Algumas Áreas de Coordenação da REDE-TB estão con-

solidadas, enquanto outras buscam encontrar o melhor

caminho para participar de forma ativa dentro da REDE

TB (Quadro 1). Uma das convicções solidificadas e que

tornou-se consenso entre pesquisadores das áreas básicas e

translacional é a necessidade irremovível da interação com

a indústria nacional ou internacional. Este movimento sur-

giu especialmente a partir da Área Diagnóstica na medida

em que se estabeleceu o consenso da necessidade de que

os novos métodos diagnósticos desenvolvidos pela Acade-

mia Brasileira somente seriam viáveis de serem disponibi-

lizados à sociedade se apresentassem um elevado grau de

reprodutibilidade fruto da padronização conseguida por

meio de

kits

, desenvolvidos pela indústria

Área de

pesquisa básica - translacional

A clareza e solidez dos objetivos, bem como o modelo correto

das estratégias metodológicas podem não ser suficientes para

comprovar as hipóteses de um projeto de ciência básica. En-

tretanto, a qualificação e a experiência dos pesquisadores pos-

sibilitam atender a assertiva de Louis Pasteur: “

Dans les champs

de l’observation, le hasard ne favorise que les esprits préparés”

que

diante do inesperado, pode formular novas hipóteses, delinear

novos experimentos e seguir na busca do conhecimento. Dian-

te da urgência do controle da TB associada à negligência dos

detentores do capital e do poder político para tal, faz-se ne-

cessário, de forma premente, a transferência do conhecimento

de uma área básica para uma área mais próxima do paciente e

da sociedade. Pode-se dizer que, em poucas áreas do conheci-

mento científico, o caminho entre a geração do conhecimento

e sua aplicação seja tão curto e rápido.

Área de vacinas

A REDE-TB e o Centro de Pesquisas emTuberculose da Fa-

culdade de Medicina de Ribeirão Preto–USP têm utilizado

várias estratégias inovadoras para o desenvolvimento de no-

vas vacinas preventivas e terapêuticas para o controle da TB.

Diferentes modelos experimentais de vacinas se destacam:

(i) vacinas de DNA; (ii) vacinas de subunidades, usando an-

tígenos secretados e/ou recombinantes; (iii) vacinas vetori-

zadas por microrganismos vivos como BCG e Salmonella;

(iv) vacinas vetorizadas por sistemas de liberação controla-

da como microesferas, liposomas e sistemas monoleína; (v)

vacinas de micobactérias atenuadas, saprófitas e BCG re-

combinante. Dentre estas estratégias, uma vacina de DNA

(DNAhsp65) mostrou capacidade não só preventiva contra

infeção por

M. tuberculosis

como também atividade terapêu-

tica contra a doença já estabelecida. Os resultados obtidos

em camundongos, cobaias e macacos mostraram que a vacina

DNAhsp65 poderia curar os casos crónicos, a doença disse-

minada, a infeção latente e a TB resistente. Ela impede tam-

bém a reativação da doença em animais imunossuprimidos,

e quando usada em associação com a quimioterapia, pode

reduzir o tempo de tratamento paraTB.

6–13

Para a pesquisa e desenvolvimento de vacinas foi estabeleci-

da, por pesquisadores da REDE-TB, uma empresa

Spin Off

que tem como foco estabelecer um elo de ligação impor-

tante entre a pesquisa básica e o setor produtivo na área de

biotecnologia no Brasil.  Esta empresa, a Farmacore Biotec-

nologia Ltda, está produzindo lotes piloto de algumas das va-

cinas em desenvolvimento para dar início aos testes clínicos.

Área de fármacos

A área de Fármacos da REDE-TB tem se dedicado à busca

por novos agentes anti-TB em duas frentes distintas: proje-

ção racional de fármacos a partir de alvos moleculares defi-

nidos e triagem fenotípica acoplada a novas estratégias para

identificar novos compostos de ação anti-TB. Entre os fár-

macos identificados, citamos o composto IQG-607 (penta-

ciano (isoniazida) ferrato(II)), análogo à isoniazida (INH) ca-

paz de inibir in vitro tanto a atividade da Mtb InhA selvagem

quanto a de formas mutantes associadas à resistência à INH

de isolados clínicos. Além disso, este composto mostrou-se

mais seguro que o fármaco INH. Por meio de colaboração

com o laboratório industrial SSK Biosciences Pvt Ltd - Pila-

ni, Hyderabad Campus, Jawahar Nagar, foi possível realizar

o escalonamento da síntese do composto IQG-607 (15kg/

lote). Estudos pré-clínicos em porcos (mini-pigs) estão em

andamento e, com resultados bem favoráveis, estudos em

seres humanos (fase I) devem ser iniciados em breve.