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A n a i s d o I HM T
ria, os missionários desenvolveram também assistência social
e espiritual, ministrando catequese [20] e construindo uma
igreja junto ao hospital. A difusão da fé católica, constituía-
-se como um motor no trabalho com os leprosos, levando à
criação da missão católica de Cumura.
Na leprosaria trabalhavam dois enfermeiros africanos,
que com medo de serem infetados pediram transferência,
tal era o volume de trabalho e a prestação de cuidados de
saúde. Todos os dias, na sala de medicação passavam mais
de duas centenas de doentes para serem tratados. Mais
tarde, chegaram novos missionários franciscanos tornan-
do possível, a partir da leprosaria, desenvolver assistência
sanitária sob a forma de brigadas móveis, a tabancas
(al-
deias) mais afastadas, vigiando, tratando e encaminhando
doentes com lepra:
Na altura o governo da Guiné preparou muitos enfer-
meiros, muito bons enfermeiros na leprologia. Eram en-
fermeiros africanos que iam fazer a pesquisa em todas as
aldeias do território e procuravam os doentes da lepra.
Se ainda estavam normais, davam os medicamentos lá na
aldeia. Se tivessem problemas mais graves, traziam-nos
para Cumura (E.3).
Por portaria do governo da colónia, e na sequência das re-
soluções dos Congressos Internacionais de Lepra realizados
em Havana (1948) e Buenos Aires (1951), foi abolida a pa-
lavra "lepra" sendo substituída por "mal de Hansen" assim
como a designação de leprosaria, passando a designar-se a
até então, Aldeia de Leprosos de Cumura, por Hospital-Co-
lónia de Cumura [22].
Fig. 3:
Fr. Epifâneo a cuidar de um doente [21]
Fig. 4:
Circuitos para distribuição das Sulfonas [24]