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A n a i s d o I HM T

habitantes, uma morte civil. Sentem-se apartados do meio e do

convívio dos outros (dos da cidade, dos da sua aldeia), embora

quem pode, possa entrar e sair com

liberdade.As

deformidades

e limitações físicas são o obstáculo, são o “carcereiro” incorpora-

do nos seus corpos.

A aldeia é a anatomia de um destino na lepra, revestindo-se do

poder simbólico de um porto seguro, de um terminal de anco-

ragem, do corpo mas também da alma. Cada vida que povoa

esta aldeia, é uma biografia que se inscreve na dor, no sofrimen-

to. Cada vida traduz uma história, um itinerário em demanda

da cura, em demanda do apaziguar do sofrimento. E esta aldeia

que acolhe, isola, confina, oblitera a deformidade, é todo um

universo de cosmovisões padronizadas pela bitola da lepra que,

à força da lesão, se inscreve nos corpos e se entranha na alma.

2 - A toponímia atual é a seguinte: Cumura Um ou Cumura Padres, onde nasceu a

Missão Católica; Cumura Dois ou Cumura Pepel, tabanca habitada pelo grupo dos

pepéis e onde residem antigos doentes.

Lista de entrevistas:

E.1 - Cubambono Djata, ex-doente, morador

da Aldeia.

E.2 – Domingos, ex-doente, morador da Al-

deia.

E.3 - Frei Ernesto, frade franciscano.

E.4 – Caro, enfermeiro do Hospital do Mal de

Hansen de Cumura.

E.5 – Jorge, enfermeiro do Hospital do Mal de

Hansen de Cumura.

E.6 - Martinho Nhanca, médico leprologista do

Hospital do Mal de Hansen de Cumura.

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