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padrões de saneamento que visavam não a melhoria das con-

dições de vida das populações, mas das condições de vida da

população branca, no pressuposto da exclusão e segregação

social da população indígena, principal agente de insalubrida-

de e causa de doença.

Considerações finais

Efetivamente, na capital da colónia, na primeira década do século

XX,procuraram-se,testaram-se e regulamentaram-se estratégias

de combate às principais doenças endémicas e epidémicas que

implicaram o investimento no reforço de medidas preventivas

e num número significativo de obras públicas e saneamento.

Porém, se as medidas adotadas foram conformes às praticadas

na Europa e beneficiaram do conhecimento sobre as mais re-

centes investigações no domínio da medicina e da saúde públi-

ca demonstrando a sua importância e eficácia, os métodos re-

velaram-se sobretudo como vetores preferenciais de práticas e

comportamentos coloniais, sendo impossível falar, por exemplo,

de qualquer melhoria das condições de vida e de assistência à

população indígena neste período.Esta, por razões de higiene, foi

proibida de viver na cidade e relegada para subúrbios insalubres,

onde a assistência prestada se resumia a “raids” periódicos da polí-

cia sanitária para vacinações compulsivas e, a profilaxia, à procura

de eventuais focos de doenças entre os indígenas que pudessem

escapar às autoridades sanitárias,mas que, embairro circunscrito

e afastado, se poderiam facilmente controlar, em última instân-

cia, interditando a área e queimando todas as habitações.

No início do século XX, os responsáveis pelos Serviços de Saúde,

são perentórios: o objetivo “é limpar a cidade de habitações insa-

lubres e habitantes imundos. Mais tarde se providenciará sobre a

regularização (dos subúrbios) (…) Por agora, o que se pretende

é mandar viver para fora da cidade os indígenas e os asiáticos que

aqui habitam”[21].

Neste contexto, torna-se particularmente difícil avaliar a opor-

tunidade e eficácia das medidas higiénico-sanitárias propostas

independentemente dos métodos utilizados e das consequências

da sua aplicação.

Agradecimentos

FCT- Projeto UID/HIS/04311/2013

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de de LourençoMarques.AHU 1514,Direção Geral do Ultramar,5ª Repartição.Moçam-

bique, Serviço de Saúde.

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15. Relatório anual da Província de Moçambique –Anno de 1904.Lourenço Marques.

16.Boletim Sanitário do Hospital Militar e Civil de Lourenço Marques –Anno 1899,mês

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classe.AHU,1514 DGU 5ª Repartição Moçambique (1897).

17. Relatório anual da Província de Moçambique – Anno de 1903. Lourenço Marques,

Portugal.

18. Cópia do Relatório feito por António Maria Soveral, Alferes médico do Serviço de

Saúde de Moçambique acerca do seu serviço na Manhiça e de um caso de peste atenuada

no período de 25 de Outubro de 1902 a 3 de Dezembro de 1902.Lourenço Marques,30

de Dezembro de 1902.AHU, 1516 DGU 5ª Repartição Moçambique (1902).

19. Boletim Sanitário de Moçambique -Anno de 1901, mês deAbril. Elaborado por José

de Oliveira Serrão, Chefe do Serviço de Saúde.AHU, 1508 DGU 5ª Repartição Moçam-

bique (1901-1902).

20.Cópia daAta da 3ª sessão da reunião da Junta de Saúde de LourençoMarques,anexa ao

Boletim Sanitário de Moçambique - Anno de 1901, mês de Abril. Elaborado por José de

Oliveira Serrão deAzevedo, Chefe do Serviço de Saúde.AHU, 1508 DGU 5ª Repartição

Moçambique (1901-1902).

21. Boletim Sanitário da Província de Moçambique - Anno de 1907, mês de Março. Ela-

borado por José de Oliveira Serrão de Azevedo, Chefe do Serviço de Saúde.AHU, 1528

DGU 5ª Repartição Moçambique (1907).

22. Boletim Sanitário de Moçambique -Anno de 1901, mês de Maio. Elaborado por José

de Oliveira Serrão deAzevedo, Chefe do Serviço de Saúde.AHU, 1508 DGU 5ª Reparti-

ção Moçambique (1901-1902).

23. Relatório do Serviço de Saúde da Província –Anno de 1903, mês de Novembro. Ela-

borado José de Oliveira Serrão deAzevedo,Chefe do Serviço de Saúde.AHU,1524 DGU

5ª Repartição Moçambique (1902-1903).

24. Regulamento de prohylaxia anti-palustre da cidade de Lourenço Marques, aprovado

por Portaria de 4 de Fevereiro de 1907. In: Relatório do Serviço de Saúde da Província

de Moçambique, elaborado pelo Chefe do Serviço de Saúde, José de Oliveira Serrão de

Azevedo. Lourenço Marques, 30 de Setembro de 1908. Lourenço Marques, 1908:106-

108.

25. Azevedo JOS de (1908) Prophylaxia antipalustre emLourençoMarques e Campanhas

anti-maláricas. Parte I.Archivos de Hygiene e Pathologia Exoticas, III, fasc 1º, Imprensa

Nacional,Lisboa, 1910:19-42.

26.Instituto Médico de Lourenço Marques (1936).Algumas palavras sobre a profilaxia do

paludismo na cidade de Lourenço Marques.Africa Médica, II: 321-330.

27. Boletim Sanitário de Lourenço Marques –Anno de 1899, mês de Junho.AHU, 1513

DGU 5ª Repartição Moçambique 1877 (Moçambique 1L).

28. Boletim Sanitário de Lourenço Marques –Anno de 1898, mês de Junho.AHU, 1509

DGU, 5ª Repartição Moçambique (1894-1898).

29.Cópia daAta da 42ª sessão da reunião da Junta de Saúde de LourençoMarques – Sessão

ordinária de 17 de Maio de 1912. Anexa ao Boletim Sanitário de Lourenço Marques –

Anno de 1912,mês deMaio.AHU,1527MUDGC 8º RepartiçãoMoçambique – Serviço

de Saúde (1911-1912).

Medicina tropical e ambiente