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facto de entre cerca de 1000 portadores crónicos de

VHB atendidos no

King’s College Hospital

, em

Londres, entre 2000 e 2006, 8,5% serem positivos

para anticorpos anti-VHD.

Em Portugal, os dados epidemiológicos mais

recentes disponíveis, tanto quanto é do nosso

conhecimento, datam de 1987. Nesse ano foi

reportada uma prevalência de 17,3% em indivíduos

portadores crónicos de VHB (Ramalho

et al.

,

1987).

Desde a sua descoberta, em 1977, têm sido

vários os estudos que visaram identificar e avaliar

a diversidade genética das estirpes de VHD. Até

hoje, foram identificados oito genótipos distintos

(Hughes

et al.

, 2011). O genótipo 1, o mais

abrangente do ponto de vista geográfico, pode ser

encontrado na Europa, Médio Oriente, América do

Norte e Norte de África. Os genótipos 2 e 4

predominam no Japão, Taiwan (2 e 4) e algumas

regiões da Rússia (2). Por sua vez, o genótipo 3

encontra-se quase exclusivamente na América do

Sul (bacia do rio Amazonas). Os restantes

genótipos, de 5 a 8, foram identificados, mais

recentemente, em doentes de origem africana

residentes em França (Hughes

et al.

, 2011). Existe

alguma controvérsia quanto à importância clínica

dos diferentes genótipos. Parece, contudo, que o

curso da infeção e eventual gravidade dos sintomas

são influenciados, sobretudo, pela associação entre

genótipos de VHD e VHB e, em menor grau, pelo

genótipo de cada um dos vírus separadamente.

Desde o ano 2000, o nosso grupo no IHMT tem-

se dedicado à investigação de aspetos fundamentais

da biologia do VHD, nomeadamente das suas

interações com o hospedeiro. Com participação de

diversos estudantes de mestrado e doutoramento,

diversas linhas de trabalho têm sido desenvolvidas

com o objetivo de investigar alterações na

expressão génica em hepatócitos infetados,

reconhecer vias metabólicas alteradas e identificar

fatores celulares envolvidos na replicação e

patogénese do vírus. Com a colaboração de

diversos grupos de investigação no país (INSA,

ITQB-UNL e Univ. Aveiro) e no estrangeiro (

Fox

Chase Cancer Center

,

Univ. Kansas Medical

School

e INSERM), temos procurado contribuir

para uma melhor compreensão da biologia deste

tão fascinante quanto agressivo agente infecioso

(Casaca

et al.

, 2011; Freitas

et al.

, 2012; Mota

et

al.

, 2009).

AGRADECIMENTOS

CB e CA são bolseiras de doutoramento da

FCT/MEC. O trabalho no laboratório dos autores é

apoiado por projetos financiados pela FCT.