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(MINSA), ONGs, gestores

distritais, gestores de unidades

de saúde

30 em 2011

ONGs, responsáveis de unidades e

serviços de saúde em2010

ONGs e unidades de saúde:

representantes de ONGs, profissionais

de saúde, gestores de unidades de

saúde

N = 144

Tipos de

documentos

analisados

Política nacional de saúde,

programas

nacionais

de

malária, tuberculose e saúde

materna, relatórios nacionais e

internacionais, e documentos

não publicados

Documentos de política e planeamento

dos programas nacionais e direção

nacional de RH, plano nacional de

saúde e documentos não publicados

Documentos de política e planeamento

do departamento nacional de saúde,

documentos não publicados, propostas

das IGS, rascunhos das políticas

Métodos de

análise

(

software

usado)

Dados qualitativos: análise

temática - análise de conteúdo

Dados qualitativos: análise temática -

com Nvivo e análise de conteúdo

Dados qualitativos: análise temática -

manualmente e usando Atlas.ti

Tabela elaborada com base no artigo: “Analysis of HRH strategies and policies in 5 countries in Sub -

Saharan Africa, in response to increased demand, as an effect of GFATM and PEPFAR-funded HIV-

activities” (em impressão).

RESULTADOS

Neste artigo, apresentamos os resultados da

investigação relativos ao caso de Angola. Angola

não é dependente da ajuda externa, o que facilitou

a existência de mais complementaridades entre a

intervenção das IGSs, os programas estratégicos

nacionais e a prestação de cuidados de saúde –

uma realidade diferente da que se observa noutros

pa í s e s a f r ic a nos , nome a da me n t e e m

Moçambique, onde a ajuda externa ronda 73%

(WHO , 2008) . Em a mbos os pa í s e s , os

resultados refletem a complexidade das interações

entre o sistema de saúde e os atores-chave externos,

obviamente contextualizadas com especificidades

sociais, económicas e políticas.

Angola é um país que saiu de uma guerra civil

apenas em 2002, facto que deixou marcas em

termos de desorganização do sistema de saúde e

debilidades em termos das suas infraestruturas. O

país recebeu ajuda externa de apoio a uma situação

de emergência durante o período do conflito

armado, o que já não se verifica. Esta mudança

contribuiu também para que o governo assumisse

um papel mais proactivo e de liderança no

relacionamento com os doadores. O surgimento

das IGSs no país foi visto como uma oportunidade

para fortalecer a capacidade nacional em termos de

liderança no processo de definição de políticas e de

prosseguir o planeamento estratégico no setor da

saúde.

Genericamente, os respondentes consideraram

que a ajuda externa pode ser usada como uma

oportunidade para melhorar a qualidade do

planeamento:

“Se balancearmos no que o governo estáa injetar,

a nossa contribuição é apenas uma gota de água

no oceano. Mas é uma gota de qualidade -porque

deve-se utilizar essa experiência de modo que o

próprio governo possa fazer uma melhorutilização

dos seus recursos em termos de planificação eem

termos de integração, e isso é o que vai garantira

sustentabilidade”

(Representante de doador).

Porém, continuam a ser relatadas dificuldades

em termos de alinhamento e integração. De acordo

com os representantes do governo e de ONGs,

existe competição entre os diferentes doadores,

com implicações em termos de enfraquecimento do

MINSA e, em última análise, contribuindo para o

fracasso de projetos. Os doadores reconhecemque

existem melhorias em termos de coordenação e

integração das atividades, reconhecendo a

necessidade de trabalharem de forma mais

integrada e harmonizada.

A nossa colheita de informação aponta para a

existência de mais efeitos positivos do que

negativos das IGSs. Do ponto de vista negativo, a

natureza de curto prazo das iniciativas coloca o

problema da sustentabilidade dos seus efeitos,

sendo eventualmente limitado o seu impacto em

termos de desenvolvimento.

A escassez de recursos humanos em saúde é

entendida como sendo um dos maiores problemas

em Angola. O número de médicos mais do que

triplicou, de 849, em 2005, para 2956, em 2010.

Segundo dados do MINSA (Connor

et al.

, 2010) o

número de médicos em 2007 e 2008 era 1525 e

1899, respetivamente, com crescimento constante

e acentuado desde 2005. O número de enfermeiros

também aumentou desde 2005, de 16037 (Connor