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A proporção observada de indivíduos portadores de vírus com mutações associadas

a resistência, mesmo em indivíduos

naive

relativamente à terapêutica, indica que a

sua transmissão se encontra em curso entre a população de IDUs, tendo,

certamente, um impacto relevante ao nível da abordagem terapêutica e

monitorização da infecção.

CERCA, Pedro Rodrigues (2010) Identificação de micobactérias não

tuberculosas através de métodos moleculares não comerciais,

Dissertação de Mestrado em Ciências Biomédicas, IHMT, Lisboa

Resumo:

Embora

Mycobacterium tuberculosis

, o agente etiológico da tuberculose

humana, seja a principal causa de micobacteriose no Homem, outras micobactérias

não tuberculosas (MNT), podem também causar infecção em seres humanos, sendo

cada vez mais frequentemente isoladas no laboratório de micobacteriologia. Dada a

morosidade da identificação de MNT por métodos convencionais, torna-se essencial

o desenvolvimento de métodos rápidos e fiáveis para a sua identificação.

Neste estudo foram comparados três métodos moleculares para a identificação de

MNT, baseados na análise de restrição enzimática após amplificação de: (i) região

rRNA 16S-23S “Internal Transcribed Spacer” (ITS), (ii) gene

hsp65

, e (iii) zona ITS e

regiões adjacentes, 16S e 23S rDNA. Para este fim, avaliamos 50 isolados,

correspondendo a 47 isolados clínicos de MNT e três estirpes de referência,

representando as 11 espécies de MNT mais frequentemente isoladas no laboratório

de Micobactérias do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT, UNL) e uma

estirpe referência de

M. tuberculosis

, e identificadas anteriormente utilizando o

sistema comercial GenoType® Mycobacterium CM/AS (Hain Lifescience).

O PCR-RFLP do gene

hsp65

proporcionou os melhores resultados, identificando

correctamente 42 dos 49 isolados de MNT, pertencentes a

M. avium

,

M. gordonae

,

M. intracellulare

,

M. kansasii

,

M. chelonae

,

M. fortuitum

,

M. abscessus

,

M. szulgai

,

M. peregrinum

e

M. xenopi

. O PCR-RFLP da região ITS identificou correctamente

28 dos 49 isolados testados, não distinguindo

M. intracellulare

/

M. scrofulaceum

,

M.

avium

/

M. bohemicum

e

M. kansasii

/

M. szulgai

. Finalmente, o PCR-RFLP da região

ITS e regiões adjacentes mostrou o pior desempenho, com apenas oito isolados

correctamente identificados e falhando na amplificação de diversos isolados.

Dos três métodos testados, o PCR-RFLP do gene

hsp65

e da região ITS mostraram

maior capacidade de identificação e reprodutibilidade. No entanto, a sua aplicação

exige uma optimização cuidadosa das condições de análise e a sua aplicabilidade

depende, em grande parte, da diversidade de MNT em cada laboratório.

Verificaram-se também várias dificuldades a nível da interpretação dos resultados.

Assim, apesar das vantagens referidas na literatura para estes três métodos,

verificou-se que o grau de variabilidade e dificuldade de interpretação associados

aos padrões obtidos, limitam a sua implementação no laboratório de diagnóstico de

micobacteriologia.