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MACHADO, Diana Isabel Oliveira (2014) The dynamics of drug

resistance in Mycobacterium Tuberculosis: exploring the

biological basis of multi – and extensively drug resistant

tubercfulosis (MDR/XDRTB) as a route for alternative therapeutic

strategies. Dissertação de Doutoramento no ramo de Ciências

Biomédicas, especialidade de Microbiologia. IHMT. Lisboa.

Resumo: Estirpes de

Mycobacterium tuberculosis

multi- e extensivamente

resistentes, constituem uma ameaça para a saúde humana. O principal

objectivo desta Tese foi estudar os fenómenos subjacentes ao

desenvolvimento da resistência em

M. tuberculosis

, de modo a ser possível

desenvolver estratégias para reduzir o seu desenvolvimento.

Iniciamos o estudo com a descrição da base molecular da resistência aos

antibacilares em estirpes clinicas de

M. tuberculosis

circulantes em Lisboa,

através da determinação dos seus padrões de resistência e sua correlação

com as mutações associadas à resistência. Os resultados mostraram uma

clara correlação entre a presença de uma mutação e o fenótipo de resistência.

A descrição dos perfis de resistência de estirpes resistentes aos antibacilares

adiciona nova informação para o desenvolvimento de metodologias mais

eficazes para o diagnóstico e tratamento da tuberculose.

De seguida, avaliamos a contribuição dos sistemas de efluxo para o

desenvolvimento da resistência aos antibacilares em

M. tuberculosis

. O estudo

baseou-se na indução

in vitro

de um fenótipo de resistência à isoniazida por

exposição prolongada de estirpes de

M. tuberculosis

à concentração crítica de

isoniazida. Os resultados mostraram que o aumento da actividade de bombas

de efluxo permite a manutenção de uma população resistente num doente em

tratamento, da qual irão emergir mutantes geneticamente resistentes. A

utilização de compostos inibidores de efluxo demonstrou ser capaz de reduzir

este nível de resistência. Por último estudamos o mecanismo de acção dos

compostos inibidores do efluxo, que partilham a característica comum de serem

inibidores de canais iónicos, verapamil, tioridazina, clorpromazina, flupentixol e

haloperidol, quer

in vitro

quer

ex vivo

. Todos os compostos apresentaram

actividade sinérgica inibitória em combinação com os principais antibacilares de

primeira linha e foram capazes de inibir o efluxo activo demonstrando o seu

papel como inibidores de efluxo. Igualmente demostraram potente actividade

bactericida que pôde ser correlacionada com a diminuição nos níveis de ATP

intracelulares. Foi também detectada sobrexpressão de genes de efluxo em

resposta à exposição aos antibióticos

in vitro

e

ex vivo

, indicando que a

resistência aos antibióticos em macrófagos é também mediada pela

sobrexpressão de bombas de efluxo, a qual pode ser inibida por inibidores de

efluxo. Os compostos estudados potenciaram a actividade antimicrobiana de

macrófagos infectados e induziram a acidificação do fagolisosoma, com

consequente expressão de hidrolases lisossomais. Com estes resultados, foi

possível propor, como mecanismo de acção para estes compostos, a inibição

da cadeia respiratória micobacteriana. Esta inibição leva à dissipação do

potencial de membrana, depleção de ATP, a produção de radicais de oxigénio

e morte celular. Por outro lado, e em simultâneo, a disrupção da força motriz

protónica (PMF) resulta na inibição dos sistemas de efluxo que dela dependem,

promovendo assim a retenção dos antibióticos sujeitos a efluxo activo. No que

se refere a célula hospedeira, a acidificação phagosomal estimulada por estes

compostos actua em sinergismo com vários componentes da resposta

imunitária do hospedeiro, restringindo assim o crescimento intracelular de

M.