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A n a i s d o I HM T
do tempo, tornando-se adaptável às necessidades do órgão.
Este instrumento contém a relação dos objetivos estratégi-
cos e metas do MS e permite o acompanhamento das ações
modelizadas para o alcance destas por meio da inserção de
pareceres técnicos advindos das atividades de M&A.
Na sua origem,o e-Car propôs a existência de umambiente
que promove a padronização dos dados, a divulgação das in-
formações e a orientação na forma de acompanhar as ações,
tendo também a possibilidade de acompanhar demandas,
seus encaminhamentos e suas relações com atividades em
andamento (Brasil
,
2011).
Ainda, o sistema foi conduzido demodo a controlar e evitar
desperdícios financeiros e a acompanhar as ações e resulta-
dos segundo metas ou indicadores pactuados e de acordo
com a periodicidade desejada, podendo monitorar ações
prioritárias de forma diferenciada das estratégicas, por
exemplo (
ibidem,
2011).Considerava-se, assim, a necessida-
de de disponibilizar informações oportunas, tempestivas e
pertinentes aos implicados no sistema governamental para
tomada de decisão, a partir do livre acesso às informações
de cada área técnica do MS.
Tratando-se de uma intervenção inovadora e dinâmica, a
sua implantação requer dos envolvidos observar o equi-
líbrio entre o programado e a flexibilidade às necessárias
adequações, visando a adoção e sustentabilidade em dife-
rentes contextos (Shen et al., 2008). Esse desafio expres-
sa-se igualmente nos processos de monitoramento e ava-
liação, cuja realização influencia as adaptações observadas
(Schell
et al
., 2013) ainda mais quando se trata de interven-
ção complexa como o sistema em questão.
Como concordam vários autores, coloca-
-se como necessária, tanto aos formula-
dores quanto aos pesquisadores, a com-
preensão das políticas e programas como
processos dinâmicos, modificando-se
durante a implantação e ao longo de sua
operação cotidiana, e na medida em que
se implementa em diferentes contextos,
articulando novos atores e interesses
(Jannuzzi, 2013; Clavier,Vibert, Potvin,
2012; Figueiró, 2016).
Diantedodesafioemdesenvolver umdis-
positivo de M&A com essa abrangência,
considerou-se importante apreciar como
foi compreendido o e-Car no MS na sua
proposta inicial e como se deu a evolução
de sua implementação, no período 2011-
2016; de que maneira os
actantes
1
da rede
sociotécnica se relacionavam na interface
humano com não-humano e suas impli-
cações quanto às subjetivações e as estra-
tégias de mediação utilizadas naquilo que
é capaz de transformar a ação.
Metodologia
A pesquisa avaliativa foi desenvolvida utilizando-se o dese-
nho de estudo de caso (Yin, 2005) e método de pesquisa
qualitativa numa abordagem participativa com as seguin-
tes ações: análise documental (pareceres técnicos, leis do
MS, relatos de reuniões e oficinas); visitas de observação e
aproximação ao DEMAS nos dias em que a equipa recebia
os pareceres técnicos; conversas exploratórias do campo
com técnicos responsáveis pelo sistema no DEMAS; parti-
cipação em reuniões de avaliação do DEMAS junto com a
equipa técnica responsável por um programa; participação
em oficinas de harmonização para o melhor entendimento
e aproveitamento na construção de pareceres técnicos.
Para análise do modo da produção e usos do conheci-
mento gerado pela ferramenta e-Car foram focados
três eixos principais, fios e redes correlatas (Figura 1):
1)
O primeiro eixo tomou o sistema de monitoramento
e-Car na sua estrutura e buscou compreender a sua evo-
lução entre o proposto e o realizado; por outra vertente,
analisou as divergências que apareceram na relação dos
ac-
tantes
(humanos com os não-humanos), no sentido do que
a ferramenta de controle produziu de subjetivação aos hu-
Fig.1 -
Eixos principais da pesquisa em ação
1 -
Actante
é um termo tomado da semiótica para incluir os não-humanos (compu-
tadores, sistemas, aparelhos) na configuração de ator. Um actante (humano e/ou
não-humano) deixa traço e só assim pode ser seguido na rede. Os actantes produ-
zem efeitos na rede, modificam-na e são modificados por ela (LATOUR, 2001).