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S23

Plano Estratégico de Cooperação em Saúde na CPLP

• Problemas relativos à elaboração de políticas e de planos

estratégicos para a força de trabalho da saúde, desenvolvimento

do ensino e da formação desde o nível técnico à pós-graduação.

São baixos os investimentos na formação básica e na qualificação

permanente dos trabalhadores da saúde.

Esse contexto foi fundamental para definir‘formação e desenvol-

vimento da força de trabalho em saúde’ como um dos eixos es-

tratégicos do PECS-CPLP [8], considerando-os prioritários para

o enfrentamento de graves problemas dos sistemas nacionais de

saúde dos países da Comunidade.

Para operacionalização da estratégia, foi definida a conformação

e institucionalização de redes estruturantes de instituições for-

madoras: a Rede de EscolasTécnicas em Saúde (RETS-CPLP) e

a Rede de Escolas Nacionais de Saúde Pública (RESP-CPLP). Na

formulação proposta, as estruturas que comporiam essas redes

constituiriamos locais de implementação da maioria das ações de

cooperação no campo da formação e desenvolvimento da força

de trabalho. Junto a isso, os organismos estatais responsáveis pela

cooperação internacional, seja no âmbito dos Ministérios da Saú-

de e Educação ou na Chancelaria, teriam um importante papel

de coordenação e apoio a essas instituições e suas nascentes redes

de articulação, constituindo assimuma visãomatricial de aborda-

gem dos problemas identificados.

A partir do marco instituinte do PECS-CPLP até o momento

atual, foram desenvolvidas diversas ações para prover as condi-

ções necessárias de criação e consolidação das Redes, com êxitos

e resultados variados.

As redes de instituições formadoras foram concebidas para atua-

rem e desenvolverem atividades de cooperação internacional,

cujo objetivo fosse fortalecer as instituições estruturantes do

sistema de saúde e seu desen¬volvimento organizacional, a fim

de cultivar as capacidades e os recursos endógenos potenciais de

cada país. Nesse sentido, são objetos relevantes das ações de coo-

peração: a ampliação da capacidade de elaboração de projetos; a

regulamentação dos cursos; a elaboração de currículos, cursos,

metodologias e tecnologias educacionais voltados para a forma-

ção de profissionais para os serviços, programas e sistemas de

saúde; e, ainda, a produção e divulgação de conhecimentos nas

áreas de trabalho, educação, saúde e ciência, tecnologia e inova-

ção (C&TICT&I).

Essas redes representam, portanto, uma estratégia de organi-

zação de capacidades formativas em saúde/saúde pública, com

definição de instâncias executivas e reitoras, do plano de ações e

metas, dos instrumentos para a execução do plano e seu moni-

toramento. Seu processo de pactuação envolve as instâncias res-

ponsáveis pela formação e educação permanente de profissionais

e outros trabalhadores da saúde, tais como as direções nacionais

de recursos humanos dos Ministérios de Saúde, os Institutos

Nacionais de Saúde, as Escolas Nacionais de Saúde Pública, as

Escolas Técnicas de Saúde e demais instituições formadoras de

profissionais da saúde.

Cumpre caracterizar de forma específica cada uma das duas

Redes, que tiveram evolução e performances bastante dis-

tintas.

A Rede de Escolas Nacionais

de Saúde Pública (RESP-CPLP)

A proposta de constituição de uma Rede de Escolas Nacionais de

Saúde Pública no âmbito da CPLP parte do reconhecimento de

que essas instituições se configuram como um espaço estratégico

para a formação de quadros para os sistemas de Saúde e para o

fortalecimento da governança em saúde. Exemplos positivos são

registrados desde as escolas pioneiras nos Estados Unidos e em

França, assim como em diversos países da América Latina, no-

meadamente, no Brasil.

A ideia, que permeou a formulação original do PECS, era a or-

ganização de uma rede de instituições/instâncias de governo dos

países membros da CPLP que tivessem a atribuição de formar e

qualificar recursos humanos em saúde, de modo a contribuir sig-

nificativamente para o aperfeiçoamento das capacidades formati-

vas regionais e internacionais, criando condições para a constru-

ção de planos de ação nacionais e multilaterais, favorecendo o in-

tercâmbio de experiências e conhecimentos e o aprimoramento

das instituições formadoras envolvidas.

Entretanto, o estabelecimento de uma RESP-CPLP, voltada ini-

cialmente para a “qualificação de dirigentes e gestores dos siste-

mas nacionais de saúde”, teve escasso avanço, ainda que muitas

ações tenham sido desenvolvidas desde o marco de instalação do

PECS para prover as condições necessárias para sua criação. A

Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (ENSP/Fiocruz),

responsabilizada como secretariado executivo da RESP, realizou

missões técnicas junto a Angola e Moçambique em 2013 e um

conjunto de reuniões técnicas entre os secretariados executivos

das outras duas redes estruturantes (RINSP e RETS), buscando

sinergia de ações.

Nesse período, algumas importantes iniciativas foram concre-

tizadas, a partir de processos de cooperação da ENSP/Fiocruz

com instituições de países da CPLP, tais como o pioneiro mes-

trado em Saúde Pública em Angola e o mestrado em sistemas

de saúde junto ao INS de Moçambique. Porém, a visão inicial de

estruturação de uma rede de instituições formadoras ainda não

se conformou como realidade.

Nos processos avaliativos e de repactuação do PECS tem sido

reiterada a importância estratégica de conformação da RESP. Na

reunião técnica PECS-CPLP, ocorrida em Lisboa entre 29 de

fevereiro a 4 de março de 2016 [13], foram reformuladas as es-

tratégias para o avanço na estruturação da RESP-CPLP, utilizan-

do como modelo a Rede de Escolas Nacionais de Saúde Pública

da Unasur (RESP-Unasur). Estão previstas, até o final de 2016,

diversas iniciativas comunitárias e estratégica e operacional-

mente articuladas com as demais redes estruturantes do PECS

(RETS-CPLP e RINSP-CPLP) que culminariam na definição de

um plano de trabalho, cujos eixos estratégicos se baseiem nos

seguintes pontos: (1) fortalecimento da formação em saúde; (2)

fortalecimento da pesquisa; (3) comunicação e informação; e (4)

gestão e governança.

6 - Rede de Escolas de Saúde Pública e Rede de EscolasTécnicas da CPLP.